Há exatos 30 anos atrás – obviamente como diz o nome do evento -, a cidade litorânea de Laguna localizada Santa Catarina recebeu um dos maiores eventos de Rock de Santa Catarina, ouso dizer ainda que foi o maior já registrado. Nesse evento foi reunido grandes nomes da música brasileira, como Tim Maia, Ultraje a Rigor, Titãs, Rita Lee e Nenhum de Nós, sendo esse último também presente nessa comemoração de 30 anos, que por coincidência a banda comemora 31 anos de existência.


Por motivos pessoais e trabalho, chegamos no local do evento no final da apresentação do Sentapua, banda clássica da cidade de Laguna que agitou a todos com bons covers e suas autorais, sem falar que foi a banda responsável pelo hit de divulgação do evento, essa banda carrega músicos brilhantes, fica o destaque para o guitarrista Will Nandi e o baterista Alexandre Macuco.
Não podemos esquecer da forma como fomos tratados, muito carinho por parte da responsável pela imprensa, a simpática Mylene Salgado que fez um trabalho de divulgação exemplar, genial e pontual. Mylene teve muito trabalho para que tudo ocorresse como o esperado, sendo que cuidou do pessoal da imprensa como se fossemos seus filhos, até em um momento em que os seguranças nos trancaram para fora do evento por causa do Dire Straits ela foi lá e nos buscou, fica esse agradecimento pela profissional e acima de tudo, pessoa exemplar que és.
Nenhum de Nós fez uma apresentação de “covardia”, só clássicos. O camarote lotado não parou de pular nenhum minuto, clássicos como “Paz y Amor”, “Astronauta de Mármore”, “Você Vai Lembrar de Mim” e tantas outras que marcou a vida de muitas pessoas, foram só o ápice de um momento único e inesquecível. Para quem estava no backstage, se assustou com a simplicidade dos caras, feliz eu que ainda ganhei uma baqueta autografada de Sady Homrich, mas a noite estava só começando. O N.D.N fez até um pequeno publico chorar, assim como também estavam emocionados, uma das suas primeiras grandes apresentações foi no Rock Laguna de 1988 e naquela altura do campeonato a banda tinha apenas um ano de vida. Um show harmônico e de grande estrutura, o carisma dos integrantes soube incendiar o público.


O Cpm 22 pediu para atender a imprensa depois da apresentação e no palco foi um estouro, iniciando o show com “O Mundo dá Voltas”. Os fãs mais fanáticos, cantaram em musicas do novo disco, já os mais “posers”, desfrutaram de “Não sei Viver sem Ter Você”, “Um Minuto Para o Fim do Mundo”, “Tarde de Outubro”, “Dias Atrás” e tantas outras músicas que estouraram pelo Brasil inteiro. Ao chegar ao fim da apresentação um pequeno stress nos bastidores por conta do tempo de apresentação, mas a verdade é que o CPM tinha uma hora e quinze de apresentação acordada no contrato e os gringos do Dire Straits queria subir no palco para tocar, sendo assim, o CPM tirou quinze minutos e tocou uma hora, o que gerou a revolta de dois agentes do Dire Straits, a triste mania de engrandecer os gringos e prejudicar as bandas nacionais. 


Dire Straits Legacy enfim sobe ao palco, após a demora de montagem no palco. Não conseguimos falar com os caras, não estavam muito afim de dar atenção. Um show técnico e deslumbrante, mas de dar sono. Vamos deixar claro que o Dire Straits Legacy é uma reunião de ex-integrantes do Dire Straits ou pessoas que tinham ligação, sim, quase que um tributo do Dire Straits. Muitos bocejos para cá, muitos bocejos para lá, a única emoção era ver pessoas maduras e profissionais destruindo um instrumento como se estivessem acariciando, ganhamos uma aula de técnica musical, mas o show foi se arrastando até tocar “Sultans of Swing”, o que admito que foi o único ponto positivo da apresentação, optaram por músicas lentas e nem tão envolventes, um pouco de sono (até pelo horário), mas será uma noite inesquecível estar presente com uma das maiores bandas de Rock de todos os tempos, mas um showzinho mais agitado, não faz mal não hein?


Todos vão perguntar, por qual motivo O SubSolo está falando sobre o Armandinho? Vamos explicar. O Armandinho tem em sua equipe um dos maiores guitarristas brasileiros, eis que é o Luciano Granja, que passou pelo Engenheiros do Hawaii por alguns anos, tocou com Pitty e agora, sem ser o projeto “Luciano Granja Grupo”, está focado com o Armandinho. O show foi como o esperado, músicas conhecidas e pessoal animado. Quem mora em cidade litorânea e não gosta de Reggae? Pouquíssimas pessoas, uma música bem tocada vai além de gosto musical, Armandinho sabe como animar um público e como fazer uma excelente apresentação, isso também se deve para o time que está por trás de tudo isso, equipe de som, montagem, roadies e mesário.

A última banda a se apresentar foi Cone Crew, que não é o assunto focado d’O SubSolo, mas deixamos aqui o agradecimento e elogio pela humildade dos caras, cumprimentaram todos no backstage como se conhecesse a anos, e isso faz a diferença em um ser humano, independentemente de gênero musical.
Fico na torcida para que 2019 tenhamos mais uma edição do Rock Laguna e que este volte com força total para que fortaleça a nossa cena. Mas fica um adendo, critica construtiva ou seja lá como entenderem aos organizadores do evento, MAIS ESPAÇO PARA BANDAS LOCAIS POR FAVOR. Da mesma forma que precisamos de eventos assim, precisamos de espaço para nossos artistas mostrarem vosso trabalho e olha, que vi muitos integrantes de bandas locais presente no evento, um espaço para nós, não seria nada ruim e um agrega ao outro. Vida longa Rock Laguna, que volte para ficar!
Gremista, catarinense, gamer, cervejeiro e admirador incessante do Rock/Metal. Tem como filosofia de vida, que o menos é mais. Visando sempre a qualidade invés da quantidade. Criou o site 'O SubSolo" em 2015 sem meras pretensões se tornando um grande incentivador da cena. Prestes a surtar com a crise da meia idade, tem a atelofobia como seu maior inimigo e faz com que escrever e respirar o Rock/Metal seja sua válvula de escape.