Chegou mais um domingo muito esperado em Belo Horizonte. Após o show do Batushka, tivemos o aguardado show do Bulldozer.
O Bulldozer é uma daquelas bandas que tem um pé no mainstream, mas é mais conhecida no underground. Considerada por muitos como o “Venom da Itália“, a banda veio com a turnê de comemoração aos 40 anos do seu primeiro álbum, The Day of Wrath.
Com produção da Tumba Produções e da MS BHZ, do grande irmão Márcio Siqueira, a banda se apresentou no Caverna Rock Pub. Com a casa cheia, era só aguardar o início da pancadaria. Acompanhando os italianos ao caos, estavam as bandas Preceptor, Old Audrey’s Funeral e Impurity.
A primeira a se apresentar foi a Preceptor, destilando seu Death Metal influenciado pela escola dos anos 90. A Preceptor tem ganhado cada vez mais espaço na cena mineira e nacional apresentações brutais, e esse não foi diferente. Um setlist muito bem montado e a energia dos músicos no palco foram os temperos que incendiaram a galera, que bangueou muito durante todo o show. O Preceptor tem sua base de letras cantadas em português, o que particularmente me agrada bastante. Foi um show insano para dar o pontapé inicial no evento.
A segunda banda a subir ao palco foi a Old Audrey’s Funeral. Preciso dizer que o show foi intenso, pesado e denso. Das apresentações que já vi da banda, essa foi a melhor, contando com a nova vocalista Bruna Soares. A Old Audrey’s Funeral vem numa evolução gigante, notada e comentada por vários dos presentes no Caverna. A base do som da banda é o Heavy Metal, mas com uma bateria muito bem executada, tanto nas partes velozes quanto nas partes mais melódicas. Os vocais guturais, que me lembraram muito o Morten Veland (ex-Tristania, atual Sirenia), e os vocais líricos da Bruna Soares fazem a banda transitar por vários estilos dentro do Heavy Metal de maneira primorosa. Foi um show de encher os olhos, com o público colado, acompanhando, batendo cabeça e cantando junto. Com certeza, essa nova formação da Old Audrey’s Funeral tem tudo para evoluir cada vez mais e colocar a banda como um dos destaques nacionais.
Antecedendo o Bulldozer, subiu ao palco a entidade Impurity, uma banda lendária na cena nacional e mundial. Desde os anos 80, eles têm feito seu Black Metal oculto e satânico, aterrorizando por onde passam. Com uma vasta discografia e muita experiência no underground, o Impurity destilou seu som sem piedade. Nesse momento, o Caverna estava em chamas, com bangers vidrados, cantando cada música junto com a banda, numa sinergia magnífica. A presença de palco sempre insana, aliada ao instrumental visceral, fez o show ser extremamente caótico, como deve ser!
E então chegou a hora do Bulldozer entrar em ação. Eu me perguntava se a galera ainda teria forças para moshar depois de três shows devastadores. A resposta foi sim! Nos primeiros sinais do Bulldozer no palco, a galera já demonstrava que ainda tinha muita insanidade para por pra fora. Música após música, o Bulldozer fazia todos se baterem, banguearem e cantarem juntos. Apesar dos 40 anos de estrada, o Bulldozer parece uma banda de moleques de 20 anos em seus primeiros shows, com uma energia fora do comum, extremamente veloz e implacável. O Bulldozer teve alguns problemas com a aparelhagem em parte do show, mas isso não atrapalhou a banda de entregar o que vieram fazer: sua fúria aos presentes! Logo após o show, os membros desceram para celebrar junto com o público, conversando, tirando fotos e autografando, demonstrando uma grande conexão e muita humildade.
Mais uma vez, um grande show na terra do metal da morte. Mais uma vez, uma celebração entre bandas nacionais e internacionais, mostrando que o metal nacional não deve nada para as bandas de fora. Parabéns ao Preceptor, Old Audrey’s Funeral e Impurity pelos shows memoráveis e ao Bulldozer pelo grande show. Parabéns também à Tumba Produções e à MS BHZ pela organização impecável do evento, em especial a Tamires e Edu Lane pelo carinho com nossa equipe.