No universo do Thrash Metal, o chamado Big 4 frequentemente nos remete às lendárias bandas americanas: Metallica, Megadeth, Slayer e Anthrax. No entanto, é importante lembrar que, do outro lado do Atlântico, existe o Teutonic Big 4, representado por Kreator, Sodom, Destruction e Tankard. No dia 5 de outubro de 2024, o Destruction desembarcou em Belo Horizonte para comemorar 40 anos do álbum Sentence of Death, lançado em 1984.

Após seis anos desde sua última apresentação na cidade, a banda retorna sob a responsabilidade da Estética Torta, tendo como palco o Mister Rock.

Com o show marcado para acontecer no Mister, às 20h, com a abertura da banda mineira Sextrash às 20h30. Porém, um atraso na abertura da casa deixou o público apreensivo. Quando os fãs conseguiram entrar, o set de palco do Destruction já estava montado, indicando que tinha ocorrido algo com o show do Sextrash, mas não houve nenhuma informação clara da produção sobre a situação do show que ocorreu apenas com o Destruction tocando.

Na segunda-feira, a banda Sextrash soltou uma nota oficial esclarecendo os problemas enfrentados: “Houve quebra de contrato, a produção foi omissa, não procurou a banda em momento algum. No show de BH, não havia camarim, alimentação ou backline com o mínimo de qualidade, e as passagens de volta da tour estavam pendentes. As condições eram extremamente precárias e o produtor não se preocupou em resolver.” Agradeceram ainda aos membros do Destruction que se solidarizaram com a situação e tentaram ajudar.

Até o momento, a Estética Torta não se pronunciou oficialmente sobre o ocorrido, mas o show do Destruction, que deveria começar às 21h30, teve início apenas às 22h. Com energia renovada, a banda abriu a apresentação com Curse the Gods, deixando claro que estavam ali para fazer um grande espetáculo.

A presença de palco foi impressionante, com todos os membros se movimentando de forma intensa e interagindo com a plateia, mesmo que com poucas palavras. O show continuou com uma sequência avassaladora de clássicos como Nailed to the Cross, Mad Butcher, Total Disaster, Antichrist e Death Trap.

Um destaque da noite foi a apresentação de uma nova faixa, No Kings, No Masters, que ressonou fortemente em tempos de eleição. Schmier levantou os dedos do meio e falou que era uma mensagem para os políticos do mundo. Após uma breve pausa, o bis trouxe as clássicas Diabolical, Thrash Attack, Bestial Invasion e Thrash ‘Till Death, fazendo o Mister vibrar e Schmier exaltar o fato de estarem de volta “ao coração do Heavy Metal brasileiro”.

Em resumo, o show do Destruction foi uma verdadeira aula de Thrash Metal, sem rodeios, entregando uma performance impiedosa e intensa. A banda provou mais uma vez por que é uma das grandes representantes do gênero, mesmo após quatro décadas de carreira.

Mineiro,cruzeirense,tomador de café, baterista e apreciador de boas cervejas,Fotografo especializado em bandas de rock/metal.