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Cobertura: Destruction (São Paulo/SP)

A passagem do Destruction em sua turnê comemorativa de 40 anos chegou a São Paulo no último dia 6 de outubro, no Carioca Club. Desde cedo, uma aglomeração tomou conta do local, em um misto de animação e ansiedade — não só pela presença de uma das grandes bandas do Thrash Metal alemão, mas também pela oportunidade de o público participar de uma gravação especial para um videoclipe da banda, que será lançado no próximo mês de novembro. Os registros para o clipe foram feitos desde a fila, com a chegada da banda no Carioca Club, até os incessantes moshs que dominaram o interior da casa de shows.

Para quem está caindo de paraquedas, o Destruction é considerado um dos integrantes do Big 4 do Thrash Metal alemão, tendo seu início em 1982 e contando apenas com Marcel “Schmier” (baixo/vocal) como membro fundador ainda ativo na banda. A formação atual inclui Randy Black na bateria (ex-Annihilator, ex-Primal Fear), Damir Eskic como guitarrista solo e o hermano Martin Furia nas guitarras rítmicas. A banda possui 16 álbuns de estúdio em sua discografia e esta é a 13ª vez que se apresentam em terras brasileiras.

Ao longo do dia, fomos recebidos com a notícia inesperada do cancelamento da banda de abertura Sextrash, o que resultou na antecipação do início do show do Destruction de 20h45 para 20h15. No entanto, a surpresa foi a chegada de última hora dos paulistanos do Válvera com seus instrumentos, gerando certa dúvida sobre a dinâmica dos horários. Mas, no fim, tudo se resumia a uma única expectativa: era dia de Destruction, e era dia de caos.

Aos gritos de “We are Destruction”, o número de pessoas presentes só aumentava, conforme a fila dobrava a esquina, em uma espera ansiosa pela abertura dos portões, marcada para as pontuais 19h. Entre aqueles que corriam para garantir um lugar na grade e os que se dirigiam ao stand do merch, a casa rapidamente se encheu, com destaque para a diversidade de idades — especialmente a forte presença da velha guarda, animada e preparada para mostrar como se fazia nos “tempos de ouro”.

Às 19h30, as cortinas se abriram abruptamente, anunciando o início intenso do Válvera, que não poupou esforços para surpreender o público. Formada em 2010, a banda conta com três álbuns de estúdio, com o lançamento mais recente do single Black Rain. Em sua formação atual, temos Glauber Barreto (vocal e guitarra), Rodrigo Torres (guitarra), Leandro Peixoto (bateria) e Gabriel Prado (baixo). Trazendo uma mistura de Thrash Metal com uma pegada Heavy, foi um prazer ver a felicidade dos músicos, que se apresentavam pela primeira vez no Carioca Club, esbanjando carisma durante a rápida apresentação com algumas de suas músicas mais conhecidas, como Demons of War e Nothing Left to Burn.

Após um breve intervalo, às 20h35, a lenda alemã entrou em cena com todo o impacto esperado, levando o público à loucura. Com um caloroso “Boa noite” em português de Schmier, os portões infernais foram abertos ao som de Curse the Gods. Já nos primeiros acordes, corpos eram comprimidos contra a grade enquanto uma brutal roda se formava no meio da pista. Com um setlist recheado dos melhores momentos dos 40 anos de história da banda, a noite representou um verdadeiro desafio para os seguranças da casa, que, acostumados a afirmar que “show de rock é sempre tranquilo”, foram pegos de surpresa pelas invasões de palco, crowdsurfings que terminavam com alguém caído após a grade e tentativas de stage diving frustradas pela distância entre palco e público, e pela presença constante de seguranças no perímetro tentando controlar o movimento incessante.

Schiemer, sempre demonstrando carinho e respeito pelo Brasil — especialmente por São Paulo —, arriscou um “portunhol” em alguns momentos para expressar sua alegria, não só por estarem celebrando quatro décadas de Destruction, mas também pela gravação do videoclipe em um país especial para eles, que gerou um efeito contagiante de júbilo e energia em todo o público, fazendo a velha guarda se sentir com vinte e poucos anos novamente.

No encore, que parecia forjado nos mais profundos círculos do tinhoso, houve até espaço para uma homenagem ao “Big Hand”, a pedido de um fã que invadiu o palco no último momento, fazendo este pedido a Schmier em prol do amigo e grande fã da banda que infelizmente já fez sua passagem. Destaque para a tríade de encerramento: Thrash Attack, Bestial Invasion e Thrash ‘Til Death, que trouxe puro caos e destruição par fechar uma noite que celebrou aquilo que muitos consideram o “verdadeiro metal”: agressividade, energia e muito, muito Thrash.

Setlist – Válvera

  • The Skies Are Falling
  • Bringer of Evil
  • The Damn Colony
  • Reckoning Has Begun
  • Nothing left to burn
  • Demons of War

Setlist – Destruction

  • Curse the Gods
  • Invincible Force
  • Nailed to the Cross
  • Mad Butcher
  • Life Without Sense
  • Release From Agony
  • Armageddonizer
  • Total Desaster
  • Guitar Solo
  • Eternal Ban
  • No Kings No Masters
  • Antichrist
  • Death Trap

Encore:

  • Diabolical
  • Thrash Attack
  • Bestial Invasion
    (Dedicado ao “Big Hands” à pedido de fã)
  • Thrash ‘Til Death