No último domingo, 2 de novembro, o Basement Cultural, em Curitiba, recebeu uma sequência épica de shows com as bandas Dialética, Crowning Animals, Heartlistener e Bullet Bane. Cada grupo trouxe sua própria identidade sonora, mas todas mantiveram vivo o espírito de urgência, diálogo e conexão com o público, tornando a noite memorável do início ao fim.
Após uma longa viagem de dois dias na estrada, percorrendo os recônditos cantos de Santa Catarina, e de um maravilhoso final de semana de camping e Metal Extremo no Storm of the Century VI, eu o Chris estávamos prontos para mais uma cobertura de peso na capital paranaense. Cansados e recém-deixando as malas em casa, corremos para o Basement Cultural para chegar a tempo do show, e fomos recompensados com uma noite maravilhosa de música, energia e conexão com a cena.
Dialética | Post-Hardcore | Curitiba/PR
A Dialética começou sua trajetória sob o nome “Dialétika”, refletindo a ideia de diálogo que permeia o trabalho do grupo. O lançamento do demo com as músicas Vidas que você não vê e Eu não desistirei marcou o início da carreira, mesmo com os desafios internos que levaram à saída do vocalista original em 2008. Desde então, a banda tem se reconfigurado, mantendo a intensidade e presença que a caracterizam.
No Basement, casa conhecida por abrigar a cena underground da capital paranaense, a Dialética entregou um show brutal e próximo do público. Com riff pesados, grooves marcantes e momentos bem melódicos, a banda alternou agressividade e melodia, mostrando maturidade musical sem perder a essência do som original. O vocalista interagiu constantemente com os fãs, transformando cada música em um diálogo direto com quem estava presente.
A performance contou com uma combinação de instrumentos bem equilibrada: a bateria firme, o baixo consistente e as guitarras criando camadas que sustentaram a intensidade do show. A iluminação sóbria e a disposição do palco reforçaram o clima intimista e autêntico da apresentação, colocando o público no centro da experiência.
Mais do que uma execução de músicas, o show foi uma experiência de troca entre banda e público, característica que define a Dialética desde sua origem. A apresentação em Curitiba reforçou o potencial do grupo e a capacidade de manter sua essência, mesmo com as mudanças ao longo da sua trajetória. Para o futuro, a banda promete consolidar seu repertório autoral e expandir seu alcance, mantendo vivo o espírito intenso e direto que encantou os fãs no Basement.
Formação: Willy Lopes (guitarra), Cau (voz), Trop (baixo)
Fotografia: Chris Alfredo
Crowning Animals | Easycore/Pop-Punk | Curitiba/PR
Formada por músicos experientes na cena alternativa, a Crowning Animals se consolidou com um som que mistura elementos de Rock, Easycore, Pop-Punk e experimentações sonoras, sempre com energia intensa em palco. Com influências que vão desde o Garage Rock, a banda se destaca pela consistência técnica e pela capacidade de criar atmosferas envolventes durante seus shows.
A performance da banda no Basement foi marcada por uma conexão imediata com o público. Riffs que pulsavam em sintonia com a plateia e momentos de pura intensidade transformaram o espaço em um verdadeiro ponto de encontro para fãs e apreciadores de música ao vivo, com direito a mosh. Cada faixa foi executada com precisão, mas mantendo a espontaneidade que só um show ao vivo pode proporcionar.
Um momento pessoal inesquecível 𑣲
Para mim, a apresentação da Crowning Animals teve um significado ainda mais especial. Além de apenas fazer a cobertura do evento, a banda é uma das favoritas do Chris, que há tempos me recomendava ouvir suas músicas. Ter o privilégio de assistir ao show ao vivo na companhia dele tornou a experiência incrível e inesquecível, pois a energia do momento ganhou um valor único que simplesmente não seria o mesmo se eu estivesse sozinha. O show se transformou em uma memória agora compartilhada, marcada por entusiasmo, conexão e carinho genuíno.
O show da Crowning Animals transcendeu a força da banda na cena independente, e também demonstrou o poder da música como experiência para criar lindas recordações. Para quem estava presente, foi um encontro de emoções, energia e boas memórias, e para mim, uma noite que ficará gravada a fogo no coração.
Formação: Shaw (voz), Cleyton (guitarra), Phelype (bateria) e Caio (baixo).
Fotografia: Chris Alfredo
Heartlistener | Hardcore/ Metalcore | Ponta Grossa Curitiba/PR
Após uma longa noite de shows no Basement Cultural, a banda Heartlistener subiu ao palco como terceira atração da programação, trazendo consigo uma energia capaz de reacender o público exausto. Depois de uma viagem extensa e de toda a logística para chegar a tempo do evento, quase sem forças e com o corpo pedindo pausa, conseguimos nos entregar mais uma vez à experiência de um show ao vivo, e não nos arrependemos.
Heartlistener é conhecida por seu som intenso e emocional, transitando entre Hardcore e Metalcore, com letras que conectam sensibilidade e força. Em palco, a banda mantém a mesma energia que marca suas gravações, mas amplificada pela presença física e pela interação com o público. Cada acorde e cada batida da bateria parecia ter o poder de recarregar não só o ambiente, mas também o espírito desta dupla que já caminhava exausta pelo evento.
A apresentação começou com toda a potência e linhas vocais que capturaram imediatamente a atenção da plateia. Mesmo com o cansaço se fazendo sentir, a intensidade da banda era contagiante: o público se entregou, os braços se ergueram, as rodas se abriram, a adrenalina voltou a correr. Foi como se a música tivesse o poder de devolver a vitalidade perdida, trazendo força suficiente para continuarmos firmes até o encerramento da noite.
Para quem já havia acompanhado Dialética e Crowning Animals, assistir à Heartlistener foi um respiro no meio da exaustão, quase uma prova de resistência, mas uma prova que valeu cada segundo. A energia transmitida pela banda não apenas manteve o público acordado, mas proporcionou aquele momento raro em que a música supera o cansaço físico e nos conecta novamente à experiência pura do show ao vivo.
Heartlistener nos proporcionou um show incrível, lembrando que, mesmo nos momentos de maior desgaste, a música tem o poder de reenergizar, unir e transformar. Para nós, que quase estávamos “com a alma fora do corpo”, o show foi mais do que entretenimento: foi combustível emocional para seguir até o fim do evento.
Formação: Gustavo Martins (voz), Renan Malaquias (guitarra), André Neto (baixo) e Ricardo Malaquias (bateria).
Fotografia: Chris Alfredo
Bullet Bane | Hardcore Melódico | São Paulo/SP
O encerramento da noite ficou por conta da banda Bullet Bane, que trouxe ao palco a força e a intensidade características do Hardcore e do Punk Rock nacional. Com uma performance vigorosa, a banda mostrou porque é referência dentro da cena alternativa, entregando o melhor de si, com sua bateria potente e vocais que não deixam espaço para distrações.
Bullet Bane consolidou seu nome como uma banda capaz de unir técnica e energia visceral em suas apresentações ao vivo. Cada música parece criada para gerar impacto imediato, e nesta noite não foi diferente: o público respondeu com empolgação a cada faixa, pulando, cantando e vibrando com a banda. A performance teve momentos de pura insanidade, mas também espaço para a conexão genuína com os fãs, mostrando maturidade sem perder a essência crua e direta que define o grupo.
Formação: Lucas Guerra (vocal), Danilo Souza (guitarra), Fernando Uehara (guitarra), Lucas (guitarra) e Andrew Lee (bateria)
Fotografia: Chris Alfredo
Um agradecimento especial
Um dos pontos altos deste show, foi o privilégio de contar com a confiança de Danilo de Souza, guitarrista da Bullet Bane, que nos credenciou como mídia, confiando em nosso trabalho. Este gesto não apenas facilitou nossa cobertura, mas também reforçou a relação de respeito e admiração entre quem faz música e quem compartilha essas experiências com o público. Um agradecimento especial a Danilo por essa confiança e oportunidade.
Bullet Bane encerrou a noite com a força de sempre, e o Basement Cultural foi palco ideal para uma apresentação de impacto. Para quem acompanhou todos os shows da noite, desde Dialética, Crowning Animals até Heartlistener, o encerramento com Bullet Bane funcionou como o ápice da energia que consolidou a memória de essa noite intensa.












































































































