Dream Theater 2024: Aniversário de 40 anos e a volta triunfal de Mike Portnoy
A Finlândia é conhecida como o país do metal, e o mês de novembro, marcado pelo frio e pela ausência de sol e neve, é geralmente considerado o mais difícil do ano. Esses fatores tornam os shows de metal grandes eventos, que aquecem o público local. Talvez esses shows não tragam o calor do sol, mas certamente trazem o calor humano essencial para sobreviver a essa época do ano — um calor que o Dream Theater entregou de braços abertos: No dia 6 de novembro de 2024, a banda de Metal Progressivo retornou à Finlândia para mais uma de suas apresentações épicas. Embora o atual line-up da banda já seja bem conhecido pelo público finlandês, a turnê de 40 anos do Dream Theater marca o retorno de Mike Portnoy aos palcos após aproximadamente 14 anos de separação.
Pela primeira vez, o Dream Theater se apresentou na Espoo Metro Arena, uma arena esportiva localizada na cidade de Espoo a apenas 33 minutos de metrô de Helsinque. Recentemente, Helsinque tem enfrentado dificuldades para oferecer espaços disponíveis para apresentações, o que tem levado grandes bandas, como Judas Priest e Paradise Lost, a se apresentarem em cidades distantes da capital. A grandiosidade da arena foi uma escolha ideal para um evento de tamanha importância e complexidade técnica.
Com as expectativas dos fãs nas alturas, o Dream Theater entregou um show impecável, superando todas elas. O setlist começou com a pedrada Metropolis – Part I: The Miracle and the Sleeper, empolgando o público desde os primeiros minutos. A energia de Portnoy era visível e contagiante: com seu sorriso carismático, brincadeiras com as baquetas e interação constante com o público, fica claro que ele é o verdadeiro showman da banda, cuja energia vibrante se destaca durante todo o concerto.
Uma característica essencial para um show memorável é, sem dúvida, o setlist. A escolha das músicas certas para a abertura, o intercalar de baladas e músicas mais rápidas e pesadas, a escolha das canções de divulgação dos álbuns e de clássicos para o encerramento do show, tudo isso é de extrema importância quando se trata de apresentações memoráveis. A montagem dos setlists era uma das funções conhecidas de Portnoy antes de sua saída da banda, e agora, com seu retorno, o baterista reassumiu esse papel. Em suas redes sociais, antes do início da turnê, ele pediu sugestões aos fãs sobre o que não poderia faltar no setlist da grandiosa turnê e, considerando todos os fatores em jogo, pode-se dizer que Portnoy cumpriu seu papel com maestria.
O setlist foi um verdadeiro presente para os fãs, com pérolas como Stream of Consciousness, que não era tocada há 20 anos, além de clássicos como Octavarium e Vacant (não executadas desde 2006), e a emotiva Hollow Years (ausente dos palcos desde 2010), arrancando lágrimas de muitos marmanjos e marmanjas presentes. Outro ponto interessante foi a inclusão de Barstool Warrior, do álbum Distance Over Time, e This is the Life, do álbum A Dramatic Turn of Events, ambas gravadas por Mike Mangini e nunca antes executadas ao vivo por Portnoy.
A recente Night Terror, single do álbum Parasomnia, que será lançado em fevereiro do ano que vem, abriu o segundo ato e deu uma amostra dos futuros clássicos da banda. Durante o intervalo entre as músicas, LaBrie mencionou que todos os membros estão extremamente empolgados com o lançamento de 2025 e que, nas próximas turnês, haverá shows em que o álbum Parasomnia será tocado na íntegra. A tão esperada Octavarium encerrou o segundo set com entusiasmo do público, apesar dos seus 20 minutos de duração.
O encore não poderia ter sido melhor: as três músicas finais foram Act II: Scene Six: Home, Act II: Scene Eight: The Spirit Carries On, momento em que era possível ver a emoção dos presentes e a força de Portnoy para segurar as lágrimas (já que ele passou por um momento extremamente difícil com a perda de sua irmã durante essa turnê) e Pull Me Under, eterno clássico da banda. Foram 18 canções e um total de três horas de apresentação.
O Dream Theater entregou um espetáculo brilhante em todos os aspectos, deixando clara a ótima forma em que se encontram os músicos. Para os fãs presentes, uma coisa ficou evidente e podia-se ouvir nos burburinhos nos corredores durante a saída do evento: esta foi, sem dúvidas, uma das melhores, senão a melhor, experiência do Dream Theater nos palcos até hoje!
Galeria de fotos
por: Michelle Koukkula
Setlist:
Act I
Metropolis Pt. 1: The Miracle and the Sleeper
Act I: Scene Two: I. Overture 1928
Act I: Scene Two: II. Strange Déjà Vu
The Mirror
Panic Attack
Barstool Warrior
Hollow Years
Constant Motion
As I Am
Act II
Night Terror
Play Video
Under a Glass Moon
Play Video
This Is the Life
Play Video
Vacant
Stream of Consciousness
Octavarium
Encore:
Act II: Scene Six: Home
Act II: Scene Eight: The Spirit Carries On
Pull Me Under