Início Destaque Cobertura: Guns n’ Roses (São José/SC)

Cobertura: Guns n’ Roses (São José/SC)

Para quem mora em Santa Catarina e gosta de Rock/Metal, quando se depara com um anuncio de uma banda grande com turnê no Brasil já começa os planos: Vou para Porto Alegre/RS ou Curitiba/PR? Pois infelizmente quase todas as boas bandas, pulam Santa Catarina como se não existisse um público fiel aqui, porém, nas últimas duas demonstrações de alta produção (Scorpions e Helloween e agora Guns ‘n Roses) está comprovado que é rentável para empresários e produtores colocarem SC no mapa da turnê das bandas.

No dia 18 de Setembro, a cidade de São José pertencente à Grande Florianópolis recebeu o Guns ‘n Roses. O agora Hard Rock Live Florianópolis, nome este onde era a antiga Arena Petry recebeu uma grandiosa produção tendo que ser criado uma estrutura em campo aberto, visto a imensidão do que estávamos para presenciar. Visto que segundo a produtora foi recebido mais de 30 mil pessoas e a casa comporta 17 mil ‘apenas’.

Foto Katarina Benzova
Foto Katarina Benzova (Roadie Crew)

Chegando ao local, mesmo com um trânsito vasto de automóveis dos mais variados, desde motos até ônibus de excursões, fiquei surpreso na agilidade da polícia na logística de chegada e fiquei tranquilo quanto à saída (errei feio, infelizmente). A fila dos portões eram imensas, mas andava e funcionava com certa agilidade.

Então encontramos um dos pontos negativos, pois nunca tinha visto a proibição de água e pequenas alimentações em quaisquer eventos que cobrimos ou presenciamos, mas por alegria de todos foram distribuídas águas para o público minutos antes do show para hidratação, mas também né, tinha gente no pátio desde ás 14h e o show só começaria ás 20h30 em ponto, tendo apenas meia hora de atraso do anunciado.

Entrando na Pista Premium que foi onde ficamos, tinha duas áreas grandes e separadas, uma para banheiros químicos feminino e outro masculino, achei interessante e muito bem organizado. Achei que o acesso aos foodtrucks ficaram bem contramão de todos e poderia ter sido melhor organizado, sendo que também acredito que o público da pista comum saiu prejudicada, mais valia a pena assistir o show da televisão de casa tamanha distância do palco. E por falar em prejudicados, quem comprou camarote deve estar soltando fogo até agora, além de longe a visão não era das mais favoráveis então para você que comprou premium, parabéns, acertou o melhor lugar para ver a apresentação.

Também elogiar a preparação de nível altíssimo dos enfermeiros e paramédicos durante o evento. Profissionais preparados e atenciosos assim como o público do Rock/Metal que é diferenciado em casos extremos de saúde, abrindo corredores para os profissionais terem acessos à pessoas que necessitavam de atendimento, chega a arrepiar.

Foto Katarina Benzova
Foto Katarina Benzova (Roadie Crew)

O Guns subiu ao palco logo de cara com uma pedrada, executando It’s So Easy e por incrível que pareça com um vocal potente e crucial de Axl Rose.

Ao longo da apresentação, a performance de Axl Rose foi se tornando deprimente. A mesma corridinha o show todo, a jogadinha de microfone de uma mão para outra e um ensaio de imitação de Joelma do Calypso tentando jogar um cabelo que já nem tem mais. Ouso dizer que Duff e Slash sairão com dores nas costas por virem carregando o vocalista nas apresentações.

Sou um grande defensor de que Axl não é mais o mesmo há anos e isso não só por ele, mas sim pela idade que não tem como acompanhar seus vocais estridentes do seu auge, mas, não é por isso que precisa faltar aquela presença de palco e carisma básicos, pois em nenhum momento tentou trocar algumas palavras com o público, deixando à cargo de Slash para solar (no começo estava legal, mas ficou um saco tantos solos) quando bem entendesse, executando até Slither, um cover de Velvet Revolver inclusive.

Por alguns pontos positivos além das performances de Duff e Slash, que já era esperado. Frank Ferrer na bateria, Melissa Reese nos teclados e backing vocals e Richard Fortus nas guitarras base são excelentes músicos que dão peso e sobrevida ao que o Guns n’ Roses se tornou, segurando com maestria total ás três horas de apresentação, visto que Axl Rose já estava no seu limite e cantava músicas mais simples, forçando em partes mais estratégicas.

E por falar nos vocais que é o ponto ápice de quem começou ouvir Guns, acredito que o Axl não precise mais se desgastar com os timbres antigos, dando maior maturidade e naturalidade as músicas cantadas com seu timbre atual. Pois mesmo que mais grave e calmo do que de costume, isso terá de começar a entrar na cabeça do público também além do musicista.

Em um resumo total, valeu muito a pena ver os caras ao vivo. Acredito que a atmosfera de ver aqueles músicos clássicos que ouvimos desde pequeno na sua frente, é um sentimento e experiência diferente e ímpar. Apesar do ingresso caro, valeu a pena todo o cansaço e a ressaca de segunda-feira para trabalhar.

Setlist executado:

It’s So Easy
Mr. Brownstone
Chinese Democracy
Slither
Rumble/Welcome To The Jungle
Better
Reckless Life
Double Talkin’ Jive
Live and Let Die
Estranged
Shadow Of Your Love
Rocket Queen
You Could Be Mine
Attitude
Absurd
Hard Skool
Civil War
band intros
Slash guitar solo/Sweet Child O’ Mine
November Rain
Knockin’ On Heaven’s Door
Nightrain

ENCORE:
Blackbird/Patience
Don’t Cry
Paradise City

* O SubSolo não foi credenciado oficialmente, mas fez questão de mesmo estando como apenas público, registrar este momento.

Gremista, catarinense, gamer, cervejeiro e admirador incessante do Rock/Metal. Tem como filosofia de vida, que o menos é mais. Visando sempre a qualidade invés da quantidade. Criou o site 'O SubSolo" em 2015 sem meras pretensões se tornando um grande incentivador da cena. Prestes a surtar com a crise da meia idade, tem a atelofobia como seu maior inimigo e faz com que escrever e respirar o Rock/Metal seja sua válvula de escape.