Como diria o pessoal de mais idade da região catarinense, “a gente é teimoso“. Não adianta ter levado o prejuízo financeiro que levamos no 2º O SubSolo Rock Festival, não nos aguentamos, nós gostamos de fazer eventos.



Hempadura (RS) estava em uma turnê extensa por SC, PR e SP. E a sua apresentação do dia 18 de Novembro na região sul catarinense, estava em aberto, o que precisava preencher para de fato cooperar com a logística da exaustiva tour. Vendo isso, O SubSolo resolveu pegar a data junto do Underground Extremo, com apoio do Drakos Beer Pub

As bandas convidadas foram, Repugnados, Punk Rock de Criciúma/SC e P-115, Hardcore/Punk de Tubarão/SC. E o que foi um evento para reunir um pessoal, tomar uma cerveja e receber o Hempadura, talvez fique como uma tarde marcada no Drakos como uma das melhores.

Repugnados foi a banda convidada para abrir o evento. Considerada nova no cenário, os “punkers” de Criciúma/SC, são liderados por Cristian Mota, o excelente guitarrista e vocalista que escreveu quase todas as músicas do trio. Lembro de ter conhecido o Cristian, antes do mesmo ter se mudado para Criciúma e o medo do cara de não conseguir montar a Repugnados por lá, mas parece que essa mudança fez bem para ele e para esse projeto que ele tanto se esforçou. 


Confesso que a banda é bem melhor do que eu imaginava e via em vídeos, claro, tudo ao vivo é mil vezes melhor, principalmente suas músicas autorais. O Punk Rock do Repugnados, é o clássico, sem frescura. É reto, fascinante e visceral. O famoso “one, two, three, four”, rapidez e agilidade, bons refrões e pegadas velozes no chimbal (pobre baterista). Acredito que é uma banda que ainda tem muito a crescer, mas não tem dúvidas que estão no caminho certo, foi um excelente show. (Maykon Kjellin)




Após a abertura punk da Repugnados, entra no palco do Drakos, Hempadura a banda que não faz menor questão de esconder as suas ideologias. Pois de acordo com eles a música é além da arte e sim uma revolução. E por mais que nem todos concordem com essa postura ou visão de mundo fato é que eles são uma baita banda ao vivo.  Isso é um ponto que pode parecer uma crítica, mas o fato é que a banda me cativou muito mais ao vivo do que no trabalho de estúdio, sendo que foi nessa apresentação que as músicas ganham mais peso, sendo que o hardcore fica mais à frente da sonoridade que transita também pelo New Metal, com vocais rimados lembrando bandas como Rage Against  the Machine  e Biohazard pela acidez das letras e vocais rápidos e rimados.


A apresentação abre com “Tratado como Gado”, segue com “Cidadão de Bem” e “Liberdade  esse Trio”, com essa trinca nos indicam o que a Hempadura tem a dizer, sendo destaque para os backing vocal em forma de grito de guerra que deixam o som com aquela cara de Hardcore NY. “Queimem” teve um clipe lançado e aqui reforça o que afirmei acima a música ao vivo ganha em vibração e peso, assim como em “5 tiros” e “Mercado da morte”. E a metralhadora de ódio continuam em “Amém” destinada a hipocrisia de todas as religiões, “Zumbi do Sistema” e para finalizar “Proletariado” que prega a união contra um sistema corrupto. Talvez a situação política do estado gaúcho, faz com que o Rio Grande do Sul venha se tornando um celeiro de bandas de Hardcore como o Boca Braba e o Hempadura. Mesmo que você discorde completamente do que elas dizem é inegável que o som irá te fazer pensar, sendo assim o objetivo foi alcançado. (Harley Caires)


Para encerrar a noite, convidamos a P-115 para fazer parte da festa. Vale ressaltar que a banda é formada por estudantes e final de ano, é nítido no semblante da rapaziada como estão esgotados pelas provas finais e a conciliação com agenda de shows. Afirmo aqui com todas as letras, P-115 não estava nos seus melhores dias, com pequenos erros que era nítido que era pelo cansaço. Acredito que o toque de rever o repertório das covers seria uma dica de ouro, já que suas autorais são de grande valor, muito bem elaboradas e são a melhor parte da sua apresentação.

Quando o assunto é músicas autorais, A P-115 engrandece em palco. A ‘gurizada’ vira gigante e toca com mais vontade, talvez o seu maior problema sejam os covers. Muitas vezes (falo por mim como músico também), músicas que ouvimos é uma coisa e tocando é completamente diferente, sendo que isso é válido para músicas que não gostamos de ouvir também, ela é tão ‘gostosa’ de tocar e executar. A crítica fica apenas para a execução das músicas covers, que para o crescimento da banda acredito que vogará em quase nada, talvez uma melhor escolha das músicas que vão acompanhar suas composições em um futuro. (Maykon Kjellin)


Em um modo geral, foi satisfatório ver o pessoal comparecer em peso. Muita chuva em Imbituba e o pessoal saiu de suas casas e cidades vizinhas (Laguna e Tubarão) para ver o Hempadura se despedir da sua turnê e mesmo exaustos, os caras quase quebraram o palco (Edir Miranda quase foi a loucura). O que depender d’O SubSolo, procuraremos sempre movimentar a cena, seja em qual cidade for, seja lá quem for para ajudar. Estamos ansiosos para o próximo rolê.

Hempadura + O SubSolo + Dark New Farm



Aproveitamos o espaço e anunciamos que com o anúncio oficial que o Congas Music Beer, a casa oficial do festival O SUBSOLO ROCK FESTIVAL de fechar as portas, a realização da terceira edição do festival vira uma incógnita a partir de agora, e junto disto o prejuízo que tivemos com a segunda edição.

Podemos ter notícias em breve, ou não!

Gremista, catarinense, gamer, cervejeiro e admirador incessante do Rock/Metal. Tem como filosofia de vida, que o menos é mais. Visando sempre a qualidade invés da quantidade. Criou o site 'O SubSolo" em 2015 sem meras pretensões se tornando um grande incentivador da cena. Prestes a surtar com a crise da meia idade, tem a atelofobia como seu maior inimigo e faz com que escrever e respirar o Rock/Metal seja sua válvula de escape.