Em meio ao frio e à chuva de Curitiba, o público ainda encarou uma longa espera, o que estava marcado para às 19h só começou por volta das 20h30. Mas valeu cada segundo de espera. Quem abriu os trabalhos foi a Allen Key, banda paulista que tem se consolidado como uma das grandes promessas do Rock e Heavy Metal nacional.

Allen Key | Heavy Metal | São Paulo/SP

Em turnê junto com Crypta e Paradise in Flames, a Allen Key dá início a uma nova fase, trazendo na bagagem o novo single Get In Line, que marca uma virada na história da banda. E que começo! Apesar do público ainda pequeno (a galera ainda estava chegando), a apresentação foi intensa e inesquecível.

A vocalista Karina Menascé, sempre carismática, brincou com o clima: “Há um ano não vínhamos pra cá… e continua frio!”, disse entre risos, antes de se desculpar pelo atraso e agradecer pela paciência da plateia. Durante o show, fez todo mundo bater cabeça e até puxou uma death wall de respeito, daquelas que transformam qualquer espectador em fã instantâneo.

No final, veio o susto: Karina desmaiou no palco. Mas como uma verdadeira diva do metal, levantou, pediu desculpas de forma muito fofa, típico de quem sabe cativar qualquer um, soltou um “foi mal” e emendou a saideira com uma energia absurda, como se nada tivesse acontecido. Tudo isso ante os olhos atônitos de quem ainda estava tentando entender o que tinha rolado.

Com esse show, a Allen Key não só aqueceu os corações curitibanos, como garantiu seu lugar em muitas playlists por aí (Inclusive na playlist diária do Chris e na minha). Se ainda não ouviu, corre porque o futuro do metal nacional já tem nome.

Formação:

  • Karina Menascé (voz)  
  • Pedro Fornari (guitarra) 
  • Victor Anselmo (guitarra) 
  • Felipe Bonomo (bateria) 
  • William Moura (baixo)

Setlist:

  1. Granted
  2. Apathy
  3. Death from above
  4. Easy prey
  5. Hustler
  6. Get in line
  7. The last Rhino. 

Review: Karla Sweden
Fotos: Chris Alfredo

Paradise in Flames | Blackened Death Metal | Uberlândia/MG

Vinda de Uberlândia (MG), a Paradise In Flames foi a segunda banda a subir ao palco do Stage Garden, em Curitiba, trazendo um Blackened Death Metal bem construído, carregado de identidade e intensidade, e atualmente se encontra divulgando o álbum Blindness.

Com vocais rasgados, guitarras afiadas, bateria veloz e atmosferas densas, o grupo demonstrou segurança e entrosamento, apresentando uma setlist coeso que abordou temas como guerra, crítica social, decadência e religiosidade.

Com um visual marcante e uma performance que beirava o ritualístico, a banda prendeu a atenção do público do início ao fim. Os mineiros mostraram por que são considerados um dos nomes mais consistentes do Underground nacional.

Foi um show direto, pesado e bem executado, daqueles que reforçam que o Metal Extremo brasileiro está muito bem representado. Para quem gosta de som pesado com postura, conteúdo e personalidade, a Paradise In Flames definitivamente merece estar no radar.

Formação:

  • Nienna (voz)
  • Ares (voz e guitarra)
  • Typhon (teclado e vocais limpos)
  • Otan (bateria)
  • Astaroth (baixo)

Setlist:

  1. Desolate World
  2. Concerto No. 6 in C Minor
  3. Unseen God
  4. Black Wings
  5. Reasons to Not Believe
  6. Old Ritual to an Ancient Curse
  7. Bringer of Disease
  8. I Feel the Plague
  9. Endless Night Battle
  10. The Way to the Pentagram
  11. Last Breath

Review: Karla Sweden
Fotos: Chris Alfredo

Crypta | Death Metal | São Paulo/SP

Finalmente, a banda mais aguardada da noite subiu ao palco do Stage Garden para um momento histórico: o início da turnê In The Other Side Tour. Com a casa completamente lotada, a banda feminina de Death Metal mostrou, do começo ao fim, por que é uma das maiores referências do estilo.

A Crypta entrou em cena por volta das 22h40, dominando o ambiente com sua sonoridade brutal, técnica impecável e presença de palco avassaladora. A atmosfera sombria e pesada (característica própria da banda) rapidamente tomou conta da casa.

Antes da música Stronghold, a vocalista Fernanda Lira agradeceu ao público e afirmou: “A gente gira o mundo tocando, mas não tem nada como tocar em casa, para vocês, no Brasil.”

Outro destaque da noite foi a estreia da nova guitarrista de turnê, Helena Nagagata, que assumiu o posto deixado por Jéssica di Falchi. Com presença de palco segura e execuções precisas, Helena conquistou o público já nas primeiras músicas, reforçando que a nova formação está mais sólida do que nunca.

O setlist também foi um ponto alto. Fernanda explicou que, diferentemente da turnê anterior, focada na divulgação do álbum: Shades of Sorrow, esta nova fase foi pensada para contemplar todas as fases da banda. Músicas que estavam fora dos shows há algum tempo voltaram ao repertório, como Starvation e Shadow Within, ambas do disco de estreia Echoes of the Soul.

Com expressões marcantes e uma presença de palco sólida, Fernanda demonstrou total domínio da cena. Sua interação constante com o público e a entrega nas interpretações evidenciaram seu envolvimento genuíno com o repertório. Uma atuação segura, expressiva e essencial para a intensidade do show.

Vale destacar também que o Stage Garden, recentemente revitalizado, ofereceu uma estrutura impecável: som cristalino, excelente visibilidade e conforto, garantindo uma experiência de conforto para todos os presentes.

Além da qualidade musical, a turnê chama atenção por um importante marco de representatividade: todas as bandas participantes contam com vocalistas mulheres, um gesto simbólico e necessário em um gênero historicamente dominado por homens.

O sucesso absoluto do show confirma que a Crypta segue firme, consolidada e em plena ascensão, conquistando cada vez mais espaço no cenário nacional e internacional do Death Metal. Com uma agenda que passará por 23 cidades em 18 estados, Curitiba teve a honra de dar início a essa jornada.

Resumo da ópera? Showzaço. Uma Crypta afiadíssima, e o Metal feminino brasileiro pegando fogo.

Formação:

  • Fernanda Lira  (baixo e voz)
  • Luana Dametto (bateria)
  • Tainá Bergamaschi (guitarra)
  • Helena Nagagata (guitarra, substituindo Jéssica di Falchi na turnê)

Setlist

  • The Aftermath
  • The Other Side of Anger
  • Kali
  • Lift the Blindfold
  • The Outsider
  • Possessed
  • Lullaby for the Forsaken
  • Stronghold
  • The limbo
  • Trial of Traitors
  • Under the Black Wings
  • Starvation
  • Shadow within
  • Dark clouds
  • Lord of ruins
  • From the Ashes
  • The Closure

Review: Karla Sweden
Fotos: Chris Alfredo

Das ilhas do Caribe. Una chica sin filtros e de opiniões impopulares. Licenciada em Design Gráfico com Pós-graduação em Docência no Ensino Superior. Atualmente Designer Gráfico Freelancer - Espanhol Nativo - English as a Second Language - Amante do café, literatura (História, biografias, romance literário) Rock/Metal e uma boa companhia. Ϟ Música é a minha terapia. "I love getting pretty & listening to violent music."︎ ✷ Stay Metal