Qualquer evento da produtora Agosto Negro Produções é sempre um prazer estarmos presentes, sem ela possivelmente O SubSolo nem existiria e quando dávamos nossos primeiros passos como imprensa, o casal Danniel BalaCarina Meirelles escancararam as portas para iniciarmos cobrindo os eventos e de lá pra cá já se foram diversos eventos da produtora e centenas de outros eventos pelo Brasil.

Com o evento principal Agosto Negro Rock Festival ainda na geladeira depois da pandemia, a produtora se reinventou e começou a trazer diversos outros festivais. Alguns pequenos sendo organizados no extinto Caverna Kilmister e o agora sólido evento Storm of The Century.

Para este último evento um cast recheado de bons nomes. Algumas promessas, algumas consolidações e atrações que chamavam muito a atenção e curiosidade, por exemplo as meninas do tributo Rosie AC/DC que fecharam a noite com maestria.

Estivemos presentes em quatro membros d’O SubSolo para realizar a cobertura. Participaram em suas estreias em coberturas escritas a Bárbara BrazFabricio Wronski. Já nas redes sociais gravando vídeos Cauan Vieira acompanhou nos registros em vídeo e fotos.

Sobre os shows, iniciamos com a Vetor Unitário. Banda de hardcore de Tubarão/SC que está há 15 anos na estrada com Michel no vocal, Gustavo e Fred nas guitarras, Gabriel no baixo e Vitor na bateria. A mesma levou ao palco um repertório que leva críticas políticas sociais desde os covers às autorais, mostrando ao público para o que vieram. Levando versatilidade, a música Polícia (Titãs) foi executada com maestria na versão de Sepultura com participação nos vocais de João Kock. Vetor como sempre muito espontânea com o público e em cima dos palcos sem deixar de lado o talento e o peso do hardcore brasileiro. (Bárbara Braz)

Após uma abertura intensa, quem subiu no palco foi a Violent Crisis, que conta com a lenda Frank Rodriguez nos vocais. A banda vem executando bons shows pela região e traz releituras de grandes nomes do Metal. Contou com a participação de Renato Lopes da Alkila  executando Sepultura no show e o curioso é que ambos dividiram os palcos por anos com a extinta Hellio Costa. O show foi bem ácido do começo ao fim e ao final da apresentação o vocalista Frank conversou conosco falando que a banda entrará em estúdio para trazer músicas autorais em breve. (Maykon Kjellin)

A terceira banda a se apresentar no evento foi a catarinense de Balneário Camboriú, Stone Wizards. Banda de Stoner Metal formada por Marlon Chakal (Guitarra e voz), esse que por sua vez foi membro fundador da lendária Flesh Grinder e agora nos presenteia mais uma vez com seu talento esse trampo fabuloso, Neto (Baixo) e Felipe Tamiello (Bateria). Eu já havia assistido um show deles no saudoso Caverna Kilmister em 2022 e fiquei impressionado com o show que foi apresentado pelos caras. E nesse festival não podia ser diferente, a banda manteve a mesma pegada de sempre, ou seja, peso, rifferama foda e muita energia. Em seu repertório estava a novíssima Worship Your Soul, single lançado em 2023, seguindo o set list mesclando músicas novas e antigas, mas todas com uma pegada ímpar. Pra mim os Stones são atualmente a melhor banda do gênero no estado, quiçá do Brasil. Músicas enérgicas e pesadas com riffs matadores fizeram parte dessa apresentação. O power trio super entrosado consegue manter-se eficaz até a última música do cast. Para os amantes do rock chapado mais pesado a Stone Wizards é um prato cheio. Ouça sem moderação, e se não ouviu ainda, corra atrás e não perca tempo. (Fabrício Wronski)

Com muito orgulho chegou a banda que eu tanto estava ansioso para assistir, Dead Jungle Sledge formado por Gabriel Marca nos vocais e guitarra, Vinnie Pag na bateria e Lucas Gomes no baixo, a banda originalmente assim como seus integrantes são todos de São Joaquim/SC, mas atualmente residem na capital catarinense, Florianópolis/SC. Me alegra ver que uma banda da minha terra tenha alçado voos impressionantes e com um EP lançado e boas músicas autorais, encantam por onde passam. Os grooves pesados e os riffs incendeiam a apresentação do grupo. Destaco muito a presença de palco do trio e a desenvoltura dos instrumentistas, principalmente do Vinnie que literalmente destrói na bateria, não por menos que abreviou seu nome para Vinnie o que talvez seja uma homenagem ao Vinnie Paul do Pantera, pois a intensidade de tocar lembra bastante. Banda está pronta para grandes conquistas. (Maykon Kjellin)

Mais uma banda que me traz boas lembranças é a seguinte, Alkila. O vocalista e fundador, Renato Lopes tem uma simbologia muito importante na minha vida com o cenário underground. Meu primeiro evento que estive presente quando comecei a frequentar eventos independentes, tinha Alkila com um especial Sepultura e foi um evento em que o Renato cantou com diversas bandas naquele dia. O time que completa o Alkila recentemente também tenho uma grande amizade. Jaison Jr nas guitarras, Rafa Spilere no baixo e Artur Zamberlan na bateria. Talvez essa foi a apresentação mais vulcânica e madura do Alkila até aqui com destaque para seu single recentemente lançado e tocado pela primeira vez ao vivo de Madness. Ao rolar da apresentação dava para ver o quanto o publico se aproximava do palco e entendam, o publico também faz parte do show. Como de costume rolou um Sepultura e o visual do Artur na bateria também chamou muita atenção. Alkila entrou de vez nos trilhos e está no caminho certo. (Maykon Kjellin)

Overblack chega diretamente de Blumenau/SC para os palcos do Storm of the Century. O bacana de ver uma banda que consegue segurar membros por muito tempo e isso dá bastante diferença nos shows. Já fazia algum tempo que não via o trio ao vivo e gostei bastante da desenvoltura do novo baixista Cesar Rahn, mas o que me chamou atenção de fato é a evolução musical do Johnny Muniz na bateria, que de vez conseguiu alcançar o que acredito sua melhor fase em performance musical. As músicas da Overblack são diretas e viscerais, muito por conta da desenvoltura do fundador e frontman, Paulo Henrique. Vocais cru e coesos, muito bem casado com o instrumental. (Maykon Kjellin)

 

E a sétima banda foi Symphony Draconis, Draconian Black Metal de Porto Alegre/RS com Nekard no vocal, Aym e W. Warhate nas guitarras, Follmer no baixo e Helles Vogel na bateria. Pra quem curte um Black Metal de excelência foi um prato cheio. A banda levou todo o visual obscuro e misterioso com uma performance incrível aos olhos e ouvidos do publico. Com influências no Heavy Metal tradicional unindo elementos do metal extremo a banda entregou suas músicas autorais de seus dois álbuns, dentre elas o single recém lançado Among Seven Serpents que por sinal é uma obra e tanto, com a rapidez e agressividade na bateria e um solo de guitarra preciso e sublime que não dá pra botar defeito agradando nitidamente quem prestigiou o momento. A banda apresentou um material incrível que só quem esteve presente pra confirmar. (Bárbara Braz)

A próxima a subir no palco foi Deadnation, banda de Chainsaw Death Metal de Tubarão/SC, em cena desde 2016, com Chubaca no vocal, Rafael e Jefferson nas guitarras, Fábio no baixo e Gustavo na bateria. Entregaram ao público em um visual sanguinário toda a energia e brutalidade que o Death Metal na pegada old school tem a oferecer, com suas músicas autorais e surpreendeu com o cover de Skinfather (Dismember). Sem contar no lançamento do novo single Burned Alive tocado ao vivo em primeira mão no evento. Performance pesada e excelência dos músicos entregue com sucesso ao público. (Bárbara Braz)

Ossos veio diretamente das terras gaúchas para mostrar como de fato é uma banda dedicada. O vocalista Pezzi é um cara que sabe lidar com as adversidades, pois momentos antes um equipamento da sonorização deu problema e quando enfim começou o show o vocalista com suas caras e bocas, conseguiu incendiar o publico fazendo com que colassem no palco. Como é comum ver, achamos normal. Mas a verdade é que a Ossos é uma das bandas que conseguem empilhar uma música atrás da outra, reflexo de ensaio pontual e excelente entrosamento. Talvez tenha sido de fato o show de despedida do baterista John Killer, talvez seja uma pena pela desenvoltura do mesmo no palco junto a banda, que em perfeita sintonia com a banda é um excelente baterista, com extrema agilidade e de forma visceral com os pedais e viradas. Foi uma apresentação estrondosa. (Maykon Kjellin)

Em festivais a última banda sempre é prejudicada pela falta de público. Vez ou outra acontece de a galera ficar até o fim do evento, mas isso é raro. Com a banda ROSIE não foi muito diferente, o público já bombardeado com bandas fodas desde o início do festival, estava um pouco mais quieto em sua apresentação. Muitos já haviam ido embora, pois a banda subiu ao palco por volta das 01h00. As meninas fizeram um show burocrático, percebi uma falta de energia por parte delas, pelo menos no início de sua apresentação, talvez pelo fato do público presente estar um pouco cansado. Outra coisa que ressalto, foi o repertório apresentado, músicas mais “lado B” do AC/DC fazia parte do setlist, não que as músicas um pouco mais desconhecidas sejam ruins, mas penso que banda tributo/cover tem que tocar as “conhecidonas” da homenageada. Mas fora isso, foi um bom show, as garotas são competentes no que se propõe e deram conta de acordar os que estavam mais sonolentos a beira do palco. AC/DC, ame ou odeie, mas quando você ouve aquela mexidinha de leve na cabeça ou nos pés você sempre dá. Ansioso para futuramente ver a banda em uma forma mais oportuna. (Fabricio Wronski)

Todos os festivais realizados pelo Danniel Bala junto da Agosto Negro Produções tem a mesma qualidade. Desde a entrada com seguranças bem preparados e descontraídos, vimos que seria um excelente evento.

A bebida presente era Spaten, tendo como refrigerantes boas marcas e o rango estava excelente, o melhor de tudo que eram todos valores bem acessíveis.

Talvez um acréscimo nos eventos da produtora, foi terem assumido a cozinha de modo geral (rango e bebida), além de ser mais um ponto lucrativo para investir em bandas melhores e ter caixa para próximos, também pode ser uma dor de cabeça a menos.

Banheiros muito limpos e em locais acessíveis e a receptividade de disponibilizar o camping para até o dia seguinte é uma jogada excelente para quem precisa vir de muito longe.

Podemos resumir o evento como um evento impecável, com boas escolhas de banda, cerva gelada e rango muito bom. Organização com extrema empatia e muito receptivos conosco d’O SubSolo. Esperamos que cada vez tenhamos mais.

Obs: fotos tiradas de celular para ilustrar o máximo possível da cobertura, em  breve estaremos adquirindo equipamento para a finalidade.

Gremista, catarinense, gamer, cervejeiro e admirador incessante do Rock/Metal. Tem como filosofia de vida, que o menos é mais. Visando sempre a qualidade invés da quantidade. Criou o site 'O SubSolo" em 2015 sem meras pretensões se tornando um grande incentivador da cena. Prestes a surtar com a crise da meia idade, tem a atelofobia como seu maior inimigo e faz com que escrever e respirar o Rock/Metal seja sua válvula de escape.