E todos nós estávamos ansiosos para o Knotfest Brasil 2024. O evento trouxe 24 atrações distribuídas em dois dias e dois palcos com visibilidade simultânea, prometendo 12 shows em cada dia ao público. Além da expectativa para ver os artistas favoritos, crescia a preocupação com as condições climáticas, especialmente com o alerta de tempestade e ventos fortes, amplamente divulgado nos noticiários desde o começo da semana, o que ameaçava desafiar a resistência dos metaleiros presentes.
Dito e feito: sob um céu nublado e com leves chuviscos logo no início do dia, a fila para o primeiro dia do festival começou a se formar ainda na madrugada, onde a antecipação era direcionada a um momento especial para os brasileiros: a chegada da “Banda do Eloy”.
Munidos de capas de chuva e um sonho, os portões abriram pontualmente, inicialmente para o público VIP às 10h45, e, em seguida, para os demais setores às 11h. Na típica corrida maluca e desesperada que apenas um bom fã sabe como é, para a alegria de muitos, e com certeza o desespero dos bombeiros que continuamente tentavam incentivar o bom uso da corrida olímpica, mais conhecida como um andar apressado. Conforme o público adentrava, o estádio começava a se preencher com o mar de roupas pretas e cabeças que se aglutinaram em diferentes pontos, seja para começar o dia com uma bebida, visitar atrações como o Museu do Slipknot ou até fazer uma tatuagem. Mas sem dúvidas, o espaço mais aguardado era o imponente palco duplo erguido no gramado, com grandes telões brilhantes que deixavam claro: o dia havia chegado. Começava o Knotfest Brasil.
Com as barrigas encostadas nas grades e uma espera breve, às pontuais 12h30 o festival foi iniciado pela banda Eskröta, um trio feminista e antifascista que mistura Thrash Metal e Hardcore, abordando temas políticos com toques da cultura pop, como filmes de terror. Com muita energia, elas aqueceram o público, que começava a encarar as primeiras gotas de chuva do dia. Yasmin Amaral (vocal/guitarra), Tamyris Leopoldo (baixo) e Jhon França (bateria) abriram as primeiras rodas do festival, contando ainda com a participação especial de Ale Labelle e Dani Buarque, da banda The Mönic, para a música Mosh Feminista, originalmente planejadas como atração conjunta, mas merecidamente dividida para dar maior espaço às duas bandas.
Com elementos interativos, como bolas pretas com o logo da banda jogadas de um lado para o outro, a Eskröta foi um ótimo pontapé inicial para um dia de muita música, riffs pesados e pura energia, fizesse chuva ou sol.
E tal qual um relógio britânico, mal as meninas deixaram o palco, os fotógrafos já estavam a postos no Knotstage, marcando a entrada da primeira atração internacional do dia: os suecos do Orbit Culture. Trazendo um Death Metal Melódico surpreendente, para muitos foi a grande revelação do dia.
Alternando arranjos agressivos e momentos de calmaria, a transição vocal de Niklas Karlsson (vocal/guitarra), único membro fundador restante, impressionou pela fluidez, assim como a surpresa dos músicos com a recepção calorosa do público brasileiro. Estreando também (para o espanto de alguns descrentes) tivemos as primeiras labaredas de fogo, não apenas como um complemento de palco, mas como um ótimo “espanta-frio” para quem estava nas primeiras filas.
Trazendo músicas mescladas de seus álbuns, como uma forma também de se apresentarem ao público, aparentemente a banda caiu no gosto dos ali presentes que a cada música entoavam gritos e incentivos, aumentando também a confiança dos músicos. Vale-se de igual destaque a imagem orbital que residia no telão modular que ficava logo atrás da banda que apesar de simples em termos de ser uma imagem estática, evocava a complexidade e beleza do atmosférico som da banda, fazendo jus a sua crescente popularidade.
E para quem achou que teria espaço para respirar após essa apresentação, logo na sequência chegava o Kryour para provar o contrário. Para quem já havia gostado da sonoridade do Orbit Culture e ainda havia ficado com um gostinho de quero mais, a banda de Death Metal Melódico paulista apresentava uma continuação do sub-gênero, porém trazendo suas próprias características e referências marcantes que não ficavam para trás em termos de qualidade e arranjos, se diferenciando ao incorporar elementos de um Metalcore mais moderno.
Destacava-se o ânimo constante do público, que mostrava energia e entusiasmo, fosse com uma banda nacional ou internacional. Os fãs do Kryour especialmente ovacionavam o baterista Matt Carillo, criando uma atmosfera de apoio e intensidade.
Na sequência, adentrava aos palcos a banda que para muitos era aquela que mais destoava em estilo da proposta sonora do festival, trazendo toda a força do metal espadinha, os nerds londrinos do DragonForce. Com um início tumultuado, marcado por algumas dificuldades técnicas tanto no microfone de Marc Hudson (vocal), mas principalmente de seu guitarrista, Herman Li, que diga-se de passagem se mostrava extremamente incomodado com os problemas. Foi somente à partir da segunda música que a banda conseguiu se restabelecer e mostrar toda a potência épica pela qual é conhecida, através do sexteto que compõe a formação de shows, contando com três guitarras (Herman Li, Sam Totman e Billy Wikins) em solos de alta velocidade, não dispensando interações com um público que caia no convencimento de que talvez não havia sido uma má ideia assistir ao DragonForce no Knotfest.
Com músicas cheias de referência a jogos como Skyrim e Zelda, a banda proporcionou ainda diversos momentos divertidos, sabendo não se levar a sério, ao contar com memes e galhofas de quinta série correndo pelo telão, contando ainda com dois covers, um de My Heart Will Go On de Celine Dion e Wildest Dreams de Taylor Swift, onde neste último se foi pedido pelo maior mosh pit possível, antes de anunciarem pelo que os metaleiros estariam mosheando (e não tenham dúvidas, eles moshearam), em um júbilo de diversão, risadas e Power Metal.
Fechando com chave de ouro, a banda trouxe ainda a música mais conhecida por toda criança que já dedilhou fosse na guitarra de brinquedo ou no controle, um dos maiores jogos introdutórios ao mundo do metal, do Guitar Hero, Through the Fire and Flames. Inclusive, uma das músicas mais difíceis do jogo devido a sua alta velocidade, elemento este visível através das rápidas trocas e dedilhadas entre os guitarristas que davam um show de energia, finalizando a sua apresentação.
E mal havíamos terminado de apagar a imagem de Herman Li vestido de “maid” da cabeça, que aparecia no telão dando espaço para os risos e a energia épica produzida pelo DragonForce, que entrava toda a agressividade e som pesado dos mineiros do Eminence. Trazendo um Groove/Deathcore com muita presença e pouco papo, ainda que apresentando problemas técnicos no início, a apresentação serviu como justificativa para que os corpos voltassem a serem pressionados contra grade pela a abertura dos moshs que rolavam.
Aqui, vale o destaque para o vocalista, Bruno Paraguay que não precisava de muito para ter a audiência em suas mãos: uma leve abaixada, intensidade no rosto e um gutural monstro. Essa foi a receita impecável que fazia o público cada vez menos se preocupar com as promessas da torrencial chuva, que no máximo, se mantinha como uma fina garoa, talvez como sinal de que São Pedro estava ocupado batendo cabeça e dando uma trégua, para a alegria dos metaleiros.
E passado o show de um dos grupos mineiros mais porretas da cena, era a vez de uma banda que prometeria trazer um misto de emoções para a plateia: os suecos do Technical Death Metal do Meshuggah. Vale-se destacar antes de mais nada, a beleza chamativa da grande bandeira que carregava o logo da banda, que trazia uma deslumbrante viajem psicodélica e é claro, dava indícios do que seria a proposta daquele show.
Sofrendo inicialmente com diversos problemas técnicos no microfone em Broken Cog, a frustração de Jens Kidman (vocal) era visível, continuamente acenando com um “não” com a cabeça, indo e vindo da parte do lado e detrás do palco, tentando remediar a situação. Chegou-se a um ponto, em que se foi colocada a voz de Kidman para tocar ao fundo, enquanto a banda performava, como uma forma de remediar a situação que custou, custou, custou, mas se resolveu no primeiro gutural trazido à medida que retornava ao palco, com um semblante de “agora sim” e pronto para descontar a frustração em sua voz.
Trazendo toda a complexidade e técnica sonora pelos quais são mundialmente reconhecidos, às cadências e quebras de tempo nas músicas do Meshuggah, somadas ao forte estilo vocal de Kidman faz da banda um “ame” ou “odeie”. Para muitos, após os ajustes finos terem sido resolvidos, era um momento de se permitir viajar, tal qual a bandeira indicava, passando por algumas das boas eras da banda, com prevalência de seu último álbum, Immutable. Já para outros, a “Cog”, realmente estava “Broken”, em um sentimento contínuo de estranheza, desconforto e até sonolência. O famoso “mas não acabou a primeiram música ainda?”.
Talvez, a também falta de interação com o público, em contrapartida as bandas anteriores, tenha facilitado um distanciamento não só musical, mas de afetos, ainda que faça parte da estrutura da banda, tal estilo de performance. Para bem ou para mal, é inegável tanto o reconhecimento, quanto o sucesso e complexidade estrutural das músicas do Meshuggah, ainda que não servindo para toda a audiência. Problemas à parte nos foi entregue um bom show para matar a fome daqueles que esperaram oito anos pelo retorno da banda.
Espantando a estranheza, ou continuando a animação (dependia para quem você perguntava), chegava o momento do quinteto do Project46 arregaçar com a energia inconfundível e contagiante da banda que angaria fãs nos últimos anos, não só pelo som pesado e pelo potente range vocal de Caio MacBeserra, mas pela forma energética com a qual conseguem fazer o público ser parte de sua apresentação.
Contando ainda com a introdução de seu mais novo integrante, o Japa, baterista de apenas 17 anos e que provou o grande futuro que tem pela frente, a banda teve o prazer de realizar a primeira performance de seu novo single 4six. O Project, no entanto, passou por várias dificuldades técnicas, principalmente com a guitarra de Vini Castellari em Pode Pá, e problemas que resultaram em um setlist menor, devido ao pontual tempo que não permitia atrasos ou erros. Se por um lado a dinâmica fazia com que o tempo passasse rápido, não permitindo espera por parte do público, por outro, trazia momentos como este em que as performances eram diminuídas (principalmente no que tange as performances brasileiras que eram as menores) enxugando os momentos de interação com o público.
Mas sem dúvidas, mantendo a característica energética de seu som, os paulistanos representaram seu lar, mostrando o porque são uma das referências nacionais quando o assunto é intensidade, atitude e porradaria.
Com isso, era chegado o momento de uma das horas mais aguardadas pela a platéia, o momento de São Pedro dar lugar para Odin, Thor, Loki e Baldur e para o Death Metal dos vikings suecos do Amon Amarth. Com um palco recheado de elementos da cultura nórdica, contando com vikings gigantes, horns, muralhas e elmos, todo tupiniviking entrou no modo berserker, gritando ao longo de um setlist recheado das músicas mais aclamadas dos 32 anos de estrada da banda.
Como não deixar de se simpatizar com o português bem dito de Johan Hegg (vocal) que a todo momento dizia palavras como “irmãos”, clamando pela unificação dos corpos para as batalhas épicas que estavam por vir nos comandos das guitarras de Olavi Mikkonen (lead guitar) e Johan Soderberg (guitarra rítmica). Se tem uma coisa que hoje em dia ficou mais clara do que nunca, é que os gringos entenderam que se tem uma coisa que deixa o brasileiro feliz é um riscar de meia dúzia de palavras em nosso dialeto que é certeza de sucesso.
Apesar de um palco desprovido das labaredas de fogo e dos vikings lutando como de costume em locais maiores, a energia trazida pelo Amon Amarth não foi pouca, permitindo ainda que os brasileiros matassem a vontade de sentar para remar em Put Your Back Into the Oar, ou ovacionassem Hegg enquanto segurava uma gigantesca mjolnir para Twilight of the Thunder God. Sem sombra de dúvidas, uma performance que não só satisfez aqueles que foram prestigiar os músicos, como também angariando uma nova leva de fãs.
Se você chegou até aqui, antes de mais nada preciso te parabenizar por acompanhar toda esta saga que havia sido o Knotfest Brasil até então. Porém, nada havia me preparado para o quanto o caldo ia entornar no momento em que (e espero que vocês consigam escutar com a voz de Alex Camargo) o Krisiun, acabava de chegar no palco Maggot para trazer o puro caos e LITERAL destruição.
Acabei por não reforçar o suficiente o quanto que em menor e maior escala, nacional ou internacional, os constantes moshs se faziam presentes, assim como claro, aquela boa cota de fãs que só se satisfazem quando espremidos ao ponto dos átomos quase se tocarem, forçando a passagem e como resultado pressionando nossos corpos contra a grade ao longo do festival. Porém, o início do Krisiun, com um setlist para pouca conversa e muito bate cabeça, levou um Allianz Parque a loucura, arregaçando os moshs (e consequentemente nossos corpos), contra a grade.
Me recordo apenas de uma das falas de Alex (vocal) quando disse “bora quebrar tudo”. Mas calma lá gente! Era apenas uma expressão figurativa. Nada nos preparou para o momento em que a pressão do mar de pessoas contra nossos corpos e contra a grade fosse forte ao ponto de quebrar a mesma, fazendo com que a grade fosse para frente, e nós com ela, em um misto de surpresa, medo e desespero sobre o que seria daquele ponto em diante.
Fica aqui, inclusive, meu agradecimento para o pessoal do apoio e organização que, apesar de terem levado alguns minutos para notar a gravidade da situação e até compreender o que fazer, não mediram esforços para contornar imediatamente a situação, oferecendo proteção e demandando por um recuo que não acontecia justamente pelo número de pessoas concentradas que faziam força no sentido a já arrebentada grade.
Mal saia o Krisiun e nossas expectativas de que os shows fossem minimamente pausados para os devidos reparos, foram imediatamente frustrados com a chegada dos peculiares membros do Mudvayne, sinalizando o início da Psychoterapy Session. Com sua inconfundível potência vocal de e aquele grito que parece acordar a mais antiga fundação da terra de Chad Grey (vocal), os primeiros minutos do show do Mudvayne foram recheados de incertezas e inseguranças para nós, devido a situação que se mantinha e o medo crescente de alguma situação escalar para pior, pela continua pressão de corpos.
Com as estribeiras perdidas, não me recordo ao certo em que momento foi, talvez pela segunda, ou terceira música, que o herói da noite, Chad Grey, notou em meio ao jogo de luzes e o escuro da noite que algo estava errado no meio das primeiras fileiras. Interrompendo seu show e pedindo para o público andar boas passadas para trás, nos ajudando e possibilitando o reparo efetivo da grade.
Palavras não podem expressar a sensação de alívio do fim de um pesadelo graças a um palhaço infernal que mostrava para além de toda técnica e profissionalismo, o cuidado que tem com seus fãs e público, onde logo em seguida se permitiu subir novamente na elevação de palco e dar seus característicos saltos à medida que o show retomava.
Agora, podendo observar (e curtir) a apresentação, enquanto os últimos reparos e reforços eram feitos na grade, como não se amarrar com as homenagens nas tinturas de rosto do baterista Matthew McDonough e do guitarrista que substituia o grande Greg Tribbet, impossibilitado de acompanhar a tour, Marcus Rafferty. Também contendo alguns momentos de aparente falha técnica e até mesmo momentos de lapsos entre letras (afinal saltar, gritar, salvar e permanecer na pose para um senhor em seus 53 anos não é uma tarefa fácil após mais de 10 anos em hiatos), o show do Mudvayne foi marcado por ótimos momentos de teatralidade e emoção que transparecem a energia lírica e irreverente da banda, onde a sessão de Psychoteraphy foi finalizada com Chad arrancando sua maquiagem 3D e jogando para o público aos gritos, no que finalizou a estreia dos veteranos em solo brasileiro.
Adrenalina e sensação de quase morte passadas, era hora de descans… mentira. Era hora de respirar fundo e dar lugar para o headliner do palco Maggot, Ratos de Porão, trazendo toda a tradicionalidade com a qual se consagram uma das bandas mais importantes da história da cena do Brasil.
Porém, para a surpresa de muitos, os saudosos Ratos, políticos, irreverentes e sem papas nas línguas, tiveram que enfrentar a inusitada situação de um palco totalmente apagado, fruto de um problema técnico de iluminação gerado pelo sistema do Slipknot que logo ao lado passava por preparo, à medida que os visores modulares do telão do palco principal eram desmontados.
Aproveitando ainda o momento para criticar toda a situação envolvendo a companhia de energia Enel na semana anterior, devido aos problemas de vendaval e chuva que afetaram 1.6 milhões de pessoas em SP, João Gordo, Jão, Boka e Juninho deram uma aula de profissionalismo para o desgosto de muitos, que já não gostam da banda, ao realizarem seu show independentemente dos problemas, situação essa que foi minimamente apaziguada com canhões de luz improvisados já quase próximos da metade do show.
Motivo que fosse, esta triste cena que gerou diversas especulações e polêmicas, acima de tudo, mostrou a realidade do que se é fazer e ser do underground nacional, onde situações como essas infelizmente são o normal, onde ao menos os calos das vivências dos músicos, fizeram a situação não estragar o inclusive, maior setlist nacional, com direito a quatorze músicas, onde os Ratos de Porão passaram por diversas fases da banda com a prevalência do álbum Brasil. Um momento que com certeza trouxe um peso poético a Crise Geral, música de encerramento da banda.
Com este misto de emoções do Ratos chegando ao fim, aos poucos, mas constantemente se era possível ouvir os cochichos e a crescente ansiedade, assim como os coros que ora gritavam “Eloy” e ora “Banda do Eloy”, sinalizando que diante de nós estava um dos momentos mais memoráveis da história do metal nacional, com a celebração em terras brasileiras do novo baterista do Slipknot, nosso querido Eloy Casagrande.
Quando a saudosa música do AC/DC For Those About to Rock (We Salute You) começou a tocar, já se era sabido que finalmente havia chego o momento de vislumbrarmos os nove integrantes de uma das maiores bandas de uma geração e do mundo, o Slipknot, no que seria um de dois shows exclusivos da banda no Brasil.
A atmosfera criada tanto pelo arranjo de palco, totalmente diferente daquele visto em 2022 na primeira edição do Knotfest Brasil, quanto pelo jogo de iluminação era indescritível, assim como o impacto gerado pelos macacões vermelhos com a clara loucura que foi a entrada do Eloy no palco e a nova máscara de Corey Taylor (vocal), que certamente entrou para a história como uma de suas máscaras mais horripilantes devido ao efeito dos olhos vermelhos que tal qual uma Monalisa saída do inferno, parecia te acompanhar não importa de onde você olhasse.
Gerando certa confusão no início, por tocar uma sequência de músicas seu álbum Self-Titled, até então programado para ser tocado na íntegra no dia seguinte, tão logo tivemos uma sequência das músicas mais renomadas da carreira dos músicos que não dispensávam a intensa energia que fazia as cabeças balançarem e os olhos saltarem de um lado para o outro do palco a fim de se compreender o que cada integrante estava aprontando. E por aprontando é claro que falo de Tortilla Man, ou agora mais conhecido como “Tapioca Man” e Shawn, os percussionistas que quando não estavam batendo com alguma coisa ou soltando poderosos guturais, estavam interagindo com a plateia de ponta a ponta, chegando a ir até o extremo do palco Maggot, assim como Sid Wilson em alguns momentos do show.
E como não se emocionar com os constantes gritos da platéia para o nosso Eloy, que certamente despontou um cadinho de ciúmes e gerou bons memes frente aos “Shhhhhhhhhhhhhhhhhhh” de Corey ao pedir a calma do público para os momentos de interação. Ovacionamentos estes que também foram dirigidos a um vocalista que certamente é um dos mais amados pelo povo brasileiro. Com um setlist de fazer inveja neste ano a todos aqueles que não terão a oportunidade de ouvir outra coisa senão o Self-Titled (e isso longe de ser um problema), fomos bem servidos, ainda que com uma prevalência do tal álbum que comemora os 25 anos da carreira banda.
Claramente emocionados pelo feito de lotar um de dois dias de Allianz Park, os músicos que agora não tem desculpa para não aprender um bom português causaram uma hipnose coletiva entre as pessoas que assistiram totalmente eufóricas a apresentação do Slipknot que se traduz entre uma explosão de energia, agressividade, euforia e todas as sensações bem características do Nu Metal. Um primeiro dia mais do que proveitoso, onde diversão era a palavra da vez, proporcionada pela “Banda do Eloy”.