Início Cobertura de Eventos Cobertura: Krisiun x Crypta (Jaraguá do Sul/SC)

Cobertura: Krisiun x Crypta (Jaraguá do Sul/SC)

A produtora Armageddon Concerts, juntamente com Xaninho Discos trouxeram para Jaraguá do Sul o evento Krisiun x Crypta, aproveitando a passagem das gigantes do metal nacional pela região, juntamente com mais 4 bandas, sendo uma da própria cidade, e mais três atrações internacionais de grande representatividade na América do Sul.

O Pirata Rock Bar é uma casa de espetáculos e bar, que promove e recebe diversos eventos deste nível. E desta vez não foi diferente. Uma reunião de renomadas bandas de metal extremo fez a noite do pessoal que veio de várias localidades, alguns até mesmo acompanhando sua tour inteira, estando presentes em todos os seus shows.

Atheros | Death Metal | Jaraguá do Sul/SC

Nada mais justo do que começar o evento com a prata da casa. Atheros, que é oriunda de Jaraguá do Sul, se encarregou de fazer as honras de abertura do fest. Logo no início do evento, já havia muitas pessoas nos arredores, que aos poucos foram se aglomerando em frente ao palco para iniciar os trabalhos.  Além da excelente qualidade do som e habilidade técnica do trio, a presença de palco é algo marcante, e Atheros já é conhecida por essa interação com o público, onde constantemente conversa, criando ainda mais proximidade com o pessoal.

Com vocais potentes e agressivos, por vezes mal precisando de microfone, o frontman Marco conduz os vocais e riffs de guitarra, enquanto seu irmão Erik detona blast beats e viradas na bateria, e para fechar a cozinha, Kristian no baixo, com grooves muito bem delineados, com direito até a uma dancinha estilo Angus Young.

Absolutamente todas as músicas são feitas para bater cabeça e se arrepender no dia seguinte. Mas se arrepender no bom sentido. A dor de pescoço vai embora, mas as lembranças do show ficam na memória. Quem já leu minhas reviews, sabe que eu sempre destaco as bandas que cantam em português, pois isso valoriza nosso idioma e consequentemente nossa cultura. Suas letras abordam temas sociais, críticas e reflexões mais profundas e filosóficas. Definitivamente, os anfitriões iniciaram o festival em grande estilo.

Formação: Marco (voz, guitarra), Erik (bateria) e Kristian (baixo)

Review: Sidney Oss Emer
Fotos: Allan Preisler

 

Inelement | Melodic Death Metal | Buenos Aires/AR

Primeira atração internacional da noite, diretamente da Argentina, In Element, embora não tenha usado as famosas máscaras, se apresentou com um visual moderno, e uma sonoridade que mistura elementos de Death Metal Melódico com Metalcore, criando uma mistura que combina muito com a proposta da banda.

A alternância de estilos nos vocais tanto limpos, quanto com drives e a adição de pedais, também chamou a atenção, dando ainda mais versatilidade ao seu som, que permeou entre levadas mais tranquilas e melódicas, até riffs pesados e agressivos, e que também são complementados por inserções de samples de teclados em pontos específicos das canções.

Com mais de 20 anos de história, a banda possui uma considerável base de fãs no Brasil, e cativou o público durante a sua apresentação, que contou principalmente com faixas de seus mais recentes trabalhos: I Am The Universe (2024) e  Victory or Defeat (2022)

Formação: Charlie Oceans (voz), Walter Damian (bateria), Dave Bass (baixo), Jimmy Alvarez (guitarra)

Review: Sidney Oss Emer
Fotos: Allan Preisler

 

Kuazar | Thrash Metal | Ciudad del Este/PY

Admito que antes do evento, eu não conhecia Kuazar. Afinal, com exceção que um seleto e raro grupo de pessoas (como o nosso redator Harley Caires), não sou uma enciclopédia do Underground, e é nos eventos que aproveitamos a oportunidade para conhecer novas bandas.

Mas assim como o meu colega, outras pessoas já estavam comentando que este era um dos shows que mais estava aguardando para ver, e me avisaram: “Você vai entender”. Bem, como se diz: “dito e feito”. Mas antes de falar do show em si, preciso destacar que a primeira coisa que me chamou a atenção, foi como o vocalista José Gonzalez fala bem a língua portuguesa. Cheguei a pensar que era um brasileiro falando.

Beleza, passada a introdução, a banda começou sua apresentação, com uma grande presença de palco. Os integrantes realmente aplicam significado à palavra “show”, demonstrando grande profissionalismo e intimidade com o palco. Muita sincronia nos backing vocals de Marcelo Saracho, e aquela velha história: Você olha para o palco, tem 3 integrantes, mas o som parece de uma orquestra de metal, tamanho o peso sentido do impacto sonoro na frente do palco.

Os moshs foram realmente muito violentos, e praticamente em todas as músicas. Kuazar entregou muita energia com seu Thrash Metal pesado e visceral, com letras de ácidas críticas sociais e políticas.

E por falar nisso, antes de encerrar a apresentação, a banda nos ensinou uma palavra em Tupi Guarani. Você sabe o que significa “Japiro”? Não vou reproduzir aqui, mas baseado na temática das letras da banda, pense que a palavra está sendo dirigida a um político ou um membro corrupto da sociedade com muita ênfase e insatisfação, e deixe sua imaginação trabalhar.

Formação: José Gonzalez (voz, guitarra), Marcelo Saracho (baixo), Eduardo “Raty” Gonzalez (bateria)

Review: Sidney Oss Emer
Fotos: Allan Preisler

 

Pentagram | Thrash/Death Metal | Santiago/CL

A banda Chilena teve sua primeira tour no Brasil em grande estilo, acompanhando Krisiun em uma série de shows em várias regiões do país. Assim que subiu ao palco, já instaurou um ar pesado, dando a entender que estaríamos diante de uma apresentação brutal.

Com um Thrash Metal old school e sem frescura, os experientes músicos escancaram a genialidade da banda em fundir velocidade e peso sem perder o fio da técnica.

À medida que a setlist avança, a banda mantém o ritmo, com melodias marcantes, densas, ora rápidas ora arrastadas. O domínio instrumental e vocal da banda é evidente. E foi uma junção perfeita para a tour com Krisiun, pois ficou marcada a união de dois grandes pilares do metal tradicional e a união dos dois países através da música.

Formação: Anton Reisenegger (voz, guitarra), Juan Pablo Uribe (guitarra), Juan Francisco Cueto (baixo), Juan Pablo Donoso (bateria)

Review: Sidney Oss Emer
Fotos: Allan Preisler

 

Krisiun | Death Metal | Ijuí/RS

Eram 23:00 em ponto no Pirata Rock Bar. Luzes apagadas, silêncio praticamente absoluto. Eis que se ouve o soar da guitarra de Moyses anunciando o início do apocalipse na noite de Jaraguá do Sul.

Aí você está no evento de boa, pensando: “Poxa, já vi Krisiun algumas vezes. Bora para mais um show”, mas durante boa parte da noite, seus amigos fizeram comentários como: “Este é o 17º show deles que vou”, ou “Eu á fui pelo menos umas 10 vezes”. Enfim. É desse naipe de banda que estamos falando. Uma das mais aguardadas da noite, a headliner anuncia o início do seu show, através da voz de trovão de Alex, que logo puxa um Kings of Killing para deixar todo mundo ligado.

E não tinha como ser diferente. O show inteiro foi pedrada atrás de pedrada, com as músicas mais aclamadas da história da banda. Destaque para Serpent Messiah, Soul Devourer e Blood of Lions.

Em vários momentos, Alex demonstrou forte gratidão pela presença do público, o qual declarou enfaticamente ser a razão por estarem naquele palco. Ao que o público respondia com calorosas ovações. Afinal, como vimos na abertura desse bloco, Krisiun é uma banda tradicional, que fez e faz parte da história de muitos headbangers no meio Underground. E todo esse reconhecimento é mérito do seu trabalho digno de excelência, que juntamente com outros grandes nomes, colocou o Brasil no mapa do Metal mundial, sendo para nós, um motivo de orgulho presenciar cada show. E mesmo que as músicas se repitam, cada apresentação é única, e uma oportunidade para apreciar a pedrada do nosso metal brazuca.

Encaminhando-se para o final, tivemos Vengeance’s Revelation um cover de Iron Maiden (Wrathchild), finalizando com Black Force Domain.

Formação: Alex Camargo (voz, baixo), Max Kolesne (bateria), Moyses Kolesne (guitarra)

Review: Sidney Oss Emer
Fotos: Allan Preisler

 

Crypta | Death Metal | São Paulo/SP

Nossa equipe chegou cedo no Pirata Rock Bar, por volta de 16:00, e encontrou a banda Crypta e sua equipe preparando os últimos ajustes antes de voltar para o hotel, tirar o sono da beleza antes da quebradeira. E quem vê aquela violência toda no palco, não imagina o quão simpáticas são as a meninas, que mesmo na correria, ainda arranjaram  tempo para tirar fotos e conversar com os fãs que também haviam praticamente acampado na porta do local.

Chegada a hora da apresentação, a plateia já aguardava ansiosa, e já que a banda teve energia para recepcionar os fãs antes da abertura da casa, nada mais justo e digno do que uma retribuição à altura. Pois mesmo cansados após mais de 6 horas de evento, e 5 shows intensos na conta, o salão do Pirata Rock Bar ficou lotado, e mal era possível se mexer diante do palco, onde todos acompanhavam com olhos atentos à performance brutal de Crypta, muito caracterizada pela expressividade marcante de gestos, caras e bocas da Fernanda Lira (diria que ela é a versão metal da Carmen Miranda).

Nas primeiras músicas, o público se manteve estático, em estado de apreciação. Mas logo em seguida, as rodas já começaram a acontecer, mesmo com o espaço limitado (não pelo tamanho da casa, mas pela quantidade de pessoas). O resultado foi uma mistura de empurra-empurra com moshs que seguiram até o fim da apresentação.

Próximo ao fim, uma pequena pausa para agradecimentos, e para que o público respirasse um pouco. A plateia que ainda estava na vibe do aniversário da Luana, até tentou puxar um “Parabéns Pra Você”, mas logo veio uma bomba sonora, que se  encaminhou para as últimas canções do show, finalizando com a clássica From the Ashes.

Formação: Fernanda Lira (voz, baixo), Tainá Bergamaschi (guitarra),  Jéssica di Falchi (guitarra), Luana Dametto (bateria)

Review: Sidney Oss Emer
Fotos: Allan Preisler

 

ANÁLISE TÉCNICA

Estrutura: Conhecido e consolidado na região, o Pirata Rock Bar, frequentemente é paco de grandes atrações do Rock e Metal. Possui 2 palcos, sendo um pequeno para eventos menores e o grande que foi utilizado nesta data para realização das apresentações. A estrutura da casa conta com a área central de fronte ao palco, além de mesas espalhadas na parte mais ao fundo do galpão, para o pessoal que deseja assistir com maior conforto.
Além disso, fora do salão, a área de conveniência, possui grande estrutura com mesas tamanho industrial com capacidade para um grande número de pessoas, além de mesas pequenas na área de fumantes, grande área aberta e mesas de sinuca para entretenimento do pessoal.

Som e Luz: A equipe de som e luz esteve o tempo todo dando suporte às bandas, e nenhum problema técnico notável foi observado ou relatado.

Horários: A divulgação do cronograma previa abertura da casa às 17:00 com show time às 18:00. Contudo as portas se abriram às 18:00 e a primeira banda subiu ao palco às 18:35. Após o início das apresentações, o tempo médio de troca de bandas foi de aproximadamente 25 minutos.

Cast: A resenha fala por si só, mas para sintetizar aqui, tivemos um apanhado de bandas que, apesar de levemente variado, teve sua essência galgada no metal pesado, especialmente Thrash e Death Metal, com nomes tradicionais da cena.

Bar e Cozinha: Com uma cozinha completa, a casa oferece uma ampla variedade de lanches e petiscos que foram muito apreciados pelo público presente. Na parte de bebidas, grande variedade de cervejas, destilados e drinks. Muitos comentários sobre os preços que não eram muito atrativos, mas ainda assim, o consumo foi observado durante toda a noite.

 

E graças à parceria entre a produção de Armageddon Concerts e Xaninho Discos, tivemos este evento que reuniu grandes nomes do metal nacional e internacional, trazendo bandas de qualidade e peso para deleite da galera. Ficamos na expectativa para o anúncio de novas datas para nosso calendário de eventos do cenário Underground.

Especialista em cybersegurança, acordeonista e tecladista. Entusiasta de fotografia, já foi fotógrafo e redator nos projetos Virus Rock e Opus Creat. Não limitado a um subgênero do metal, tem como preferências: folk metal, doom/sinfônico, death metal, black metal, heavy metal. Gaúcho de coração, valoriza a cultura tradicionalista gaudéria, a qual inspira suas composições nas bandas em que toca. Interesses globais: Música, ciência, tecnologia, história e pão de alho.