O Maniacs Metal Meeting
aconteceu de 09 a 11 de dezembro de 2016, na Fazenda Evaristo, em Rio Negrinho (SC).
Esse local é onde costumava acontecer o antigo Zoombie Ritual, festival que
teve fim no ano de 2014, após uma edição desastrosa. Os inúmeros cancelamentos
de bandas e falta de organização do Zoombie Ritual de 2014, deixaram o público um
tanto “traumatizado”; então, desde o início a organização fez questão de comunicar que não
possuía ligação alguma com o organizador do extinto Zoombie Ritual. Essa declaração, já foi suficiente para deixar o público um pouco mais tranquilo e talvez
confiar que esse novo festival teria sucesso. E teve!



Inicialmente houve
confirmação das bandas internacionais, Hirax (Estados Unidos) e Firespawn
(Suécia), porém ocorreu o cancelamento das mesmas. Logo após os cancelamentos, a
organização do evento fez as devidas substituições, adicionando um maior número de
bandas, dessa forma, permaneceram apenas bandas nacionais. Ao todo, foram 31
bandas em 3 dias de festival, tendo grandes nomes como Krisiun, Tuatha de
Danann
, Ratos de Porão, Hibria, Claustrofobia, Vulcano, Violator, entre outros.

Nos dias que antecediam
o festival, a Cronos Entertainment divulgou vídeos explicativos sobre a
infraestrutura da fazenda, a compra de ingressos e a utilização do QR Code
correspondente ao ingresso. Além disso, foram divulgados vídeos com chamadas dos
artistas que se apresentariam no festival.



No dia 09 de dezembro de 2016 teve início o Maniacs Metal Meeting. Na entrada, com a apresentação do QR Code, cada headbanger
recebeu uma pulseira contendo um leitor, dessa forma, era possível carregar a
pulseira com crédito para utilizar na compra de bebidas e comidas dentro do festival.



O tempo não estava
favorável, choveu durante quase todo o festival; porém, isso não abalou os
participantes do MMM, que foram assíduos nos show. O fato de o festival não
ser Open Air acabou contribuindo por causa da chuva, foi possível curtir os shows sem se molhar.

Um dos shows mais esperados no primeiro dia de festival foi Tuatha de Dannan, banda que esteve
fora da ativa durante anos e agora retornou fazendo o que sabe fazer de
melhor: tocar Folk Metal de muitíssima qualidade. As flautas, a gaita irlandesa
 e os teclados são os diferenciais dessa
banda, elementos que deixam as músicas muito bonitas e elaboradas, sendo evidente a
inspiração na mitologia celta. Os fãs de Folk Metal se encantaram com a
apresentação da banda e até quem não curte muito esse estilo acabou admirando o
som do Tuatha, o qual é bastante diferente do que se costuma ouvir em festivais
de metal. Outro momento muito esperado da noite de sexta foi o show do Krisun, banda
famosa pela qualidade e o peso de seu Death Metal, tendo
recentemente feito abertura dos shows do lendário Black Sabbath no Brasil. Já
era esperado que a apresentação do Krisiun seria lotada de mosh pits. Krisiun não decepcionou nem um pouco e o público enlouqueceu durante o show. A banda fez uma homenagem às vítimas da
tragédia com o avião do Chapecoense, estendendo uma bandeira do time logo
abaixo da bateria, aos gritos de “Chape, Chape, Chape”.

No segundo dia de
festival, os fãs certamente esperavam pela apresentação do Hibria, banda
reconhecida internacionalmente pelo som, energia e presença de palco. O vocalista Iuri interagiu
muito com o público e fez filmagens durante o show. Ao final da apresentação,
todos os membros do Hibria se colocaram à disposição para tirar fotos,
autografar CDs e conversar com os fãs, sendo muito receptivos e atenciosos.
Logo após o Hibria, quem subiu ao palco foram os veteranos do Vulcano, tocando o seu estilo Black/Death Metal. Segundo o site oficial da banda,
Vulcano é considerada a primeira banda de Metal Extremo no Brasil, certamente
uma atração de peso para o festival. Os admiradores de Vulcano puderam cantar
juntos os maiores sucessos da banda e acompanhar um ótimo show. Os fãs de
Thrash Metal, estavam extremamente ansiosos para curtir o show do Violator
durante a madrugada. Antes do show, o vocalista da banda, “Poney”, concedeu uma
entrevista ao SubSolo, mostrando-se muito atencioso, além de
ter incentivado nosso trabalho, falando da importância de produzir conteúdo
sobre o underground. No show do Violator, l
ogo de
início, muitas pessoas gritavam aos integrantes da banda que mandassem retirar
as grades de proteção que dividiam o palco do público, porém a organização do
evento preferiu não retirá-las. O show já iniciou com calor total e o
público começou a empurrar as grades até derrubá-las, entretanto, os seguranças
e organizadores reforçaram a barreira impedindo que o público a atravessasse. Como
é de costume, a banda fez discursos acerca de política e questões sociais. O
show foi enlouquecedor, lotado de mosh pits, circle pits, cabelos balançando e
gritos. Ao final o Poney fez um stage diving e ficou junto dos fãs.

No terceiro e último
dia de festival, a chuva deu uma trégua. Nesse dia, os shows mais aguardados eram
Claustrofobia e Ratos de Porão, para encerrar com muita energia a primeira
edição dessa grande festal do metal. A apresentação do Claustrofobia causou no
público o que é esperado das bandas de Death/Thrash Metal: muitos moshs e
circle pits violentos. O show foi muito agitado e inúmeros admiradores da banda
gritaram juntos as letras das músicas. As letras trazem algumas temáticas sociais, mas
segundo o vocalista, essa não é necessariamente a intenção da banda. Após o
show, o vocalista Marcus D’angelo deu entrevista ao SubSolo, onde falou sobre a
carreira, o novo álbum, Download Hatred, a agenda da banda e os planos para o futuro. Ratos de
Porão
é uma velha conhecida do metal nacional, e foi essa banda que encerrou a
primeira edição do MMM, tocando na íntegra o álbum Anarkophobia. O vocalista
João Gordo, que é um ícone do metal, durante o show, comentou que mesmo ao
final do festival, os bangers ainda estavam cheios de energia. De fato, o show
estava lotado e muito agitado, como sempre são as apresentações da banda.
Os shows feitos no MMM
foram o encerramento do ano para muitas das bandas, certamente tendo fechado
o ano de 2016 com chave de ouro. O festival teve sucesso em sua primeira edição
e possivelmente tenha agradado muito o público, mostrando a qualidade e a potência do metal brasileiro. Um ponto forte foi a pontualidade das bandas conforme o cronograma, constatando a boa organização do festival. No espaço de camping, haviam pessoas recolhendo lixo, fator muito importante para a
ordem do local e a preservação da bela natureza que cerca a Fazenda Evaristo. Os
participantes do festival puderam contar com restaurantes e barracas de lanches,
inclusive com opção de comida vegana. O público também teve acesso a lojas de
camisetas de bandas e acessórios, assim como material das bandas que tocaram no
festival. A utilização da pulseira de crédito para fazer as compras de comida e
bebida dentro do festival teve alguns problemas, havendo falhas no sistema. Nos momentos em que o sistema estava com
bom funcionamento, de fato, a utilização das pulseiras agilizou as compras, evitando a formação de
filas grandes.



Segundo dados que a organização do evento repassou ao SubSolo, cerca de 900 pessoas circularam pelo festival. O número de participantes superou a expectativa dos organizadores. Nesta cobertura foram citadas apenas as bandas headliners, porém, todas as 31 bandas que se apresentaram no MMM levaram um som de qualidade, não deixando nada a desejar. Isso comprova o quanto temos excelentes bandas no Brasil e que é possível sim organizar grandes festivais mesmo sem bandas estrangeiras.

O SubSolo parabeniza a organização do evento e agradece às bandas Violator,
Claustrofobia e Deadpan que disponibilizaram entrevistas ao nosso blog. Desejamos muito sucesso e vida longa a todas as bandas que tocaram na primeira edição do Maniacs Metal Meeting, e esperamos que esse festival tenha novas edições e, claro, que ano que vem, possamos estar presentes novamente.

METAL WILL NEVER DIE!