Após sete anos sem pisar em solo brasileiro, tendo que declinar duas oportunidades no Rock in Rio (uma pela doença que Dave Mustaine teve, outra por incompatibilidade de agendas), a lendária banda de thrash metal Megadeth veio para o Brasil fazer um show único no Espaço Unimed em São Paulo.

Ao entrar na casa, diferente do lado de fora, que estava bem cheio, o local estava tranquilo, e só chegou a lotar bem perto do show.

Pouco antes da banda tocar, já deu pra sentir o poder de fogo que nos aguardava, no kick do bumbo e no “rankankan” das guitarras.

Às 21h30, a banda começou pontualmente com a faixa título do novo disso The Sick, the Dying… and the Dead, mostrando todo poder de fogo da banda e as melodias marcantes que todo fã de Megadeth gosta.

Sem muita conversa, Skin o’ My Teeth dá o ânimo que o público precisava, e diga-se de passagem, a banda soube fazer isso como ninguém durante todo o show. Angry Again, originalmente feita para o filme O Último Grande Herói, do ator Arnold Schwarzenegger segue o ritmo frenético. O lendário frontman fala pouco com o público, é pouca falação e muita música.

As próximas duas dobradinhas deixaram o público insano. O primeiro com Wake Up Dead e In My Darkest Hour e depois com Countdown to Extinction e Sweating Bullets.

A esse ponto do show vale ressaltar que essa formação da banda está incrivelmente poderosa, com uma cozinha rítmica verdadeiramente matadora com o baterista belga Dirk Verbeuren, que é incrivelmente técnico e tem uma presença de palco impressionante para um baterista, muito carismático e mostra que toca com o coração, a volta do incrível James Lomenzo, que mostra capacidade e entrosamento com todos da banda. O substituto de Kiko Loureiro, Teemu Mäntysaari se mostra incrivelmente técnico e versátil, sem dúvida uma escolha cirúrgica para o perfil do Megadeth. Sobre Dave Mustaine, não há o que falar. São poucos os guitarristas que cantam enquanto fazem riffs da complexidade dos compostos pelo chefão da banda, além de continuar cantando após um câncer na garganta (e cantando bem melhor na minha opinião).

Pode ser uma imagem de 1 pessoa e texto que diz "THE IRIUMPHANI P/ PHANI ETURN 1л LATIN ANERICA MEGARETH CRUSH THE WORLD TOUR LATIN AMERICA 2024 TONIGHT' SHOW APR, APR,18SÃOPAULO/BR 18 SÃO PAULO/BR MEGADETH.COM"

Continuando o show, a banda tocou Dystopia. (creio que foi um momento onde todos tiveram uma pontinha de esperança do Kiko entrar pra fazer uma participação, o que não aconteceu).

O que veio na sequência botou o Espaço Unimed abaixo. Hangar 18, com o público gritando à plenos pulmões “MEGADETH” em sincronia com o groove final da música. Trust veio para quebrar um pouco o ritmo e amolecer o coração dos metaleiros de plantão. Na sequência, veio uma música que me fez pensar (e alguns que estavam à minha volta também), que seria O momento da participação do Kiko, pois Dave antes de começar falou: “vocês deviam prestar atenção nesse solo”. E como Marty Friedman fez algumas participações nessa música, deixou no ar. Mas Loureiro não entrou, e a banda levou o público a delírio em Tornado of Souls.

Agora, se o coração do headbanger ainda estava gelado, com certeza derreteu aos primeiros acordes de A Tout Le Monde. Eu mesmo sofri com aquele suorzinho que escorre pelos olhos. Sem dúvidas um momento marcante pra quem esteve presente naquela noite.

A sequência Devil’s Island e Symphony of Destruction foi suficiente pra incendiar a galera, e principalmente no clássico de 1992, o público cantou com toda a força que restava até as luzes se apagarem.

No apagar das luzes, o kick do bumbo indica mais um clássico por vir, seguido da linha de baixo mais marcante da banda, na minha opinião. Peace Sells foi a escolha perfeita para anteceder o épico final que todo fã espera.

Após o “teatro” de que havia acabado, a banda retorna para Holy Wars…The Punishment Due.

Uma metralhadora de riffs, e vale ressaltar mais uma vez, o que Mustaine faz tocando e cantando essa música, impressiona até mesmo o fã mais “Jameshetfíeldico” como eu. É de uma precisão e sincronia perfeita. No break da música, Dave apresenta seu time, e o show se encaminha para o fim.

Uma experiência que todo fã de metal precisa viver. A lendária banda de thrash metal mostra que mescla o peso com nuances melódicas nas músicas como poucas, e assim como um bom vinho, se mostra cada vez mais qualificada. Agora resta aguardar que o retorno da banda seja breve.


1. The Sick, the Dying… and the Dead!
2. Skin o’ My Teeth
3. Angry Again
4. Wake Up Dead
5. In My Darkest Hour
6. Countdown to Extinction
7. Sweating Bullets
8. Dystopia
9. Hangar 18
10. Trust
11. Tornado of Souls
12. A Tout le Monde
13. Devil’s Island
14. Symphony of Destruction
15. Peace Sells
16. Holy Wars… The Punishment Due