O Tork n’ Roll recebeu a The Unholy Trinity Tour, reunindo três forças do Metal internacional, sendo um dos eventos mais aguardados do calendário do Metal Extremo em 2025.
Nidhögg, Deicide e Behemoth transformaram uma noite que ficará marcada por intensidade, devoção e histórias que já fazem parte do imaginário dos fãs, o saldo foi positivo, apresentações intensas, grande público e um espetáculo memorável, mas também deixou espaço para críticas, especialmente relacionadas à organização de horários.
Os poloneses do Nidhögg foram os primeiros a subir ao palco e não economizaram energia. A banda entregou um show de Black Metal direto e envolvente. Apesar de ser a banda menos conhecida do line-up, conquistou o público rapidamente. O vocalista, ao descer do palco já na segunda música, mostrou vontade de se conectar, quebrando barreiras entre artista e plateia.
Em um gesto de respeito e cumplicidade com o público brasileiro, o frontman vestia uma camiseta do Brasil em homenagem ao Sepultura, gigante do Metal latino-americano. A cena arrancou aplausos e reforçou a identidade de irmandade que permeia o Metal: artistas de diferentes países unidos por uma mesma paixão, atitude que caiu como luva para um público acostumado a ver sua principal banda servir de referência global.
O Nidhögg entregou muito mais do que se espera de uma abertura: incendiou o palco e preparou o terreno para o que viria depois.
Fotos: Alan Preisler (Créditos Agenda Metal)
Na sequência, o palco foi tomado por uma das bandas mais aguardadas da noite: o lendário Deicide. Com mais de três décadas de estrada e um legado que ajudou a moldar o Death Metal, os norte-americanos chegaram impondo respeito. Do primeiro riff ao último gutural, a banda manteve uma energia altíssima, transformando o Tork em um verdadeiro campo de batalha sonoro.
Curiosamente, muitos fãs apontavam o Deicide como o ponto alto da noite, superando até mesmo o headliner. O problema? O horário. Houve quem viajasse centenas de quilômetros para testemunhar a brutalidade ao vivo. Encontrar pessoas que vieram de todos os cantos do Brasil foi comum, e algumas delas até relataram contratempos para chegar no horário. Do lado de fora da casa, não era difícil ouvir desabafos de fãs frustrados, que perderam parte ou até mesmo toda a apresentação devido ao horário mais cedo que o esperado. Muitos apelidaram a ocasião de “show matinê”, uma crítica bem-humorada ao fato de a banda mais esperada subir ao palco quando parte do público ainda estava na estrada ou preso em compromissos de trabalho.
Apesar desses percalços, para quem conseguiu estar presente, o Deicide entregou uma performance devastadora, reafirmando seu posto como um dos pilares do Death Metal mundial, provando que ainda carrega uma base de fãs extremamente devota. O setlist passeou entre clássicos absolutos como Once Upon the Cross, Sacrificial Suicide e Dead by Dawn, sem deixar de lado o peso das composições mais recentes, incluindo faixas como Bury the Cross… With Your Christ.
Fotos: Alan Preisler (Créditos Agenda Metal)
Para encerrar a noite, o Behemoth como headliner, não decepcionou; trouxe uma verdadeira aula de profissionalismo mostrando um espetáculo meticulosamente ensaiado. Liderados pelo carismático Nergal, os poloneses transformaram o Tork n’ Roll em um templo do Metal Extremo. Com múltiplas trocas de figurino, cenografia marcante e execução impecável, o grupo demonstrou por que é considerado uma das maiores forças do gênero no mundo.
O setlist foi um presente para os fãs, equilibrando clássicos consagrados e músicas mais recentes. Hinos como Blow Your Trumpets Gabriel, Bartzabel e Chant for Eschaton 2000 incendiaram a plateia, que respondeu com intensidade a cada refrão e riff. O ápice veio com a execução de O Father O Satan O Sun!, faixa que encerrou a apresentação em tom grandioso, num desfecho que só reforçou a aura quase litúrgica que o Behemoth constrói em suas apresentações.
Fotos: Chris Alfredo
A noite de 19 de setembro não foi apenas mais um show, mas sim um encontro histórico para a cena curitibana. Foi a prova de que o Brasil segue sendo uma das praças mais apaixonadas e vibrantes para o Metal Extremo, com fãs que se deslocam de longas distâncias, enfrentam imprevistos e se entregam totalmente à experiência.
Eventos dessa magnitude só se tornam possíveis graças ao trabalho incansável de quem está nos bastidores. Um agradecimento especial a Erick Tedesco | Liberation MC, à equipe de assessoria, ao Tork n’ Roll e a todos os profissionais envolvidos na produção, que entregaram uma noite memorável e inesquecível para os fãs de Metal Extremo em Curitiba.
a The Unholy Trinity Tour em Curitiba será lembrada como um marco: uma noite de intensidade, espetáculo e paixão, que reafirmou a relevância do Brasil no circuito mundial do Metal Extremo.






































































































