No dia 09 de novembro, aconteceu o 2° Pauleira Rock Fest na casa de encontro preferida pelos headbangers, o BOB ROCK, no centro de Dona Emma/SC “A menina do vale”. O lugar atendido sempre pelo próprio dono, o Bob Kuter, que sempre está de portas abertas para a comunidade do underground, e que tem um lugar garantido no coração de todos os metaleiros pelo carinho que lhe caracteriza e pela sua receptividade.
O evento, que tinha como uma das principais motivações inaugurar a nova área que serviria de palco para as apresentações das bandas, sendo uma área mais ampla, para a acomodação de quem vai curtir a sonzeira, e participar dos indispensáveis moshs. O evento contou com as pedradas de vários consagrados nomes do cenário Underground tais como: Ossos, Steel Warrior, Sangria, Pain of Soul, Rhasalon e Atropina.
Você não pode comparecer nesta reunião magna, e está com curiosidade sobre como foi? Calma, eu trago todos os detalhes.
Rhasalon | Heavy Metal | Rio do Sul/SC
A Rhasalon foi a primeira a estrear o novo palco do Bob Rock, com o público ainda para chegar, a banda parecia se divertir desde cedo quando passavam som, e os headbangers se aproximavam aos poucos para curtir o metalzão.
A Rhasalon, que neste dezembro completa 24 anos na estrada, se encontra neste momento em processo de composição e gravando o que será seu 4 álbum. Durante todo o show o vocalista esteve interagindo constantemente com o público, deixando em evidência que o Heavy Metal é algo que está no seu sangue. Entre as faixas tocadas podemos listar: Countdown, tema pertencente ao seu último álbum, The Mission, tema referente a assuntos da guerra e os pensamentos dos pilotos, assim como o tema Luna, um bocado do que será seu 4to álbum, o tema está gravado mas não foi lançado ainda.
Durante a saideira, a banda conseguiu animar o público de tal forma que o mosh foi inevitável, conseguindo que até o mais relutante participasse da causa, uma multidão de corpos se arremessando e um que outro alguma vez caindo no chão, para em seguida se levantar e continuar se batendo.
Pain of Soul | Doom Metal | Blumenau/SC
A banda blumenauense de longevidade e de formação mista, conta com duas mulheres na linha de frente, Daniele Martendal (voz) e Aline Bonates (baixo). A banda teve uma execução impecável criando uma atmosfera completamente envolvente. Um Guitarrista segunda voz, que aporta uma força incrível e corpo a cada música executada. Fazendo com que todos prestassem atenção a cada minuto do show. Entre as músicas do repertório estava Climbing, música que pertence a um dos seus clipes e Beam of Light que também é tema do último clipe da banda. Em Fevereiro de 2025 a Pain Of Soul completa 25 anos. E no final do show a banda fez questão de convidar todos os presentes a acompanhar as novidades através de suas redes sociais.
Atropina | Death Metal Meta | Teutônia/RS
Atropina se apresenta pela primeira vez em Dona Emma, uma das bandas que genuinamente amei, com uma apresentação incrível e com um vocalista descolado performando um papel de perturbado. A banda apresentou uma música nova: Mórbido que será lançada apenas em 2025. O Murillo Rocha (Vocalista) tomou um minuto para agradecer ao Bob e ao público de Santa Catarina. A banda expressou que apesar de ter estado viajando desde as 7am não se sentem cansados, muito pelo contrário, estavam muito animados pela sua participação neste evento, e o Murillo fez um convite, curto porém conciso: “Vamo Dale!”
O alto nível musical que possui a banda é para quem tem ouvidos que não se agradam com qualquer som. Uma banda altamente qualificada que proporciona um show incrível. Os solos de guitarra: Brutais; um verdadeiro luxo, um elemento de destaque, um terno para a banda. Por um momento depois de finalizar a majestosa interpretação do tema Blasfêmia Eterna, A banda fez uma pausa para convidar ao público que não lhes conhecia, e que agora estavam curtindo seu som, que os apoiassem adquirindo a merch que se encontrava em exibição junto com a merch da banda Ossos.
Atropina está completando 27 anos e nos convida a conhecer um pouco mais da sua história (e antigos sons) através de seu canal de Youtube, fazendo antessala a um dos seus temas mais antigos que datam de 2001 Santos de Porcelana. Uma vez mais antes de encerrar o show a banda agradece ao Bob pelo convite, a quem se refere como: Ilustre amigo.
Steel Warrior | Power Metal | Itajaí/SC
A banda Steel Warrior, ativa desde 1996, foi a quarta banda a subir ao palco nessa noite. O show, que o próprio vocalista definiu como saudosista, expressou como era sensacional chegar e reencontrar amigos de décadas, se sentir em casa apesar de estar longe dela. Entre as músicas tocadas a banda dedicou uma faixa a uma outra banda do Rio do Sul que eles consideram incrível, e que por acaso leva o mesmo nome da faixa: Rhasalon.
Entre a banda e o público houve um momento de trocas anedóticas, por parte de quem acompanha a banda desde seus inícios, desde seu primeiro show em março do ano 1996. A banda inclusive sugeriu a ideia de organizar um show com a turma de todas as bandas de 1996, e continuando a nostalgia de 1996, a banda procede a tocar um tema lançado naquele ano.
Recentemente a banda retoma o palco com nova formação, e apresenta o Andrei Uller como novo membro e parte da família, amigo de longa data e quem disse tem um promissor caminho pela frente, e para quem pediu uma salva de palmas.
Ossos | Thrash Metal/Crossover | Caxias do Sul/RS
Apesar de enfrentar alguns contratempos antes de começar, o vocalista já subiu animando o público, e bastou apenas 2 minutos de show para que se iniciara o maior mosh da noite. O Marciús Pezzi se mostrou satisfeito com o impacto que sua banda tem sobre os metaleiros catarinenses, não parava de sinalizar seu clássico par de chifrinhos sobre sua cabeça.
Uma das bandas onde a grande receptividade foi notória, tal parece, a mais esperada pelos headbangers, e a que teve melhor respostas com as interações, um Ossos Thrash de legítimo peso, que veio deixar muito em claro que são os que encabeçam quando de metal se trata. Um pequeno movimento do dedo bastou para iniciar um quebra-pau. Um mosh enérgico e incessante, um show insano. O vocalista estava realmente complacido com o tamanho da receptividade, comentou que já tinha tocado por todo Brasil, assim como lugares fora e que não tinha público melhor e mais receptivo que aquele que estava em Dona Emma. Também aproveitou a oportunidade para fazer um convite para adquirir a merch da sua banda.
Para o momento de performar seu tema Igor, o vocalista apareceu banhado em sangue, clássico de suas apresentações e quiçá, o momento mais esperado por seus apreciadores. Com um Thrash Metal autêntico e de quebrar “Ossos”. Contando uma anedota de quando em sua época de jovem ele era “Metaleiro”, e alguma senhorinha lhe disse: “Vocês são uma ofensa para Deus”. Ao que ele responde com o tema: Vitrine de Satan.
Sangria | Brutal Splatter/Death Metal | Bento Gonçalves/RS
Com vestimenta e atuendos próprios de uma cena hollywoodense de um apocalipse zumbi, se apresenta no palco para encerrar a noite, a banda de Brutal Splatter Death Metal, Sangria, formada em 1999. Trazendo uma música rápida e agressiva, e com letras inspiradas na medicina legal, e com temas sobre mutilação e loucura.
A banda, encabeçada por Nanda, uma menina enérgica e poderosa com um gutural que assombra. Embora minutos antes de subir ao palco tenha se apresentado como uma menina tímida, o qual foi assunto entre os presentes tanto durante sua performance, quanto no dia seguinte. Pois sua incrível performance no palco deixou a todos de queixo caído. Uma excelente forma de dar por concluído um evento que foi impecável do início ao fim.
Análise Técnica
Estrutura: O lugar conta com amplo estacionamento, um gramado a céu aberto, que quem dos comparecentes desejar, pode instalar sua barraca para continuar a diversão e pernoitar no local e com total liberdade para assar um churrasco. Uma mesa com carne no meio de um fest, é sempre uma boa desculpa para acercar os amigos e ainda fazer novas amizades.
O local também possui banheiro extremamente impecável para o uso feminino, assim como também possui uma área externa com mictórios (Popularmente conhecidos entre os metaleiros como “mijadeiros” ou “área de meditação” assim ouvi falar).
Horários: Todos os horários foram respeitados e as bandas tocaram em horário pontual, fornecendo um show de um hora cada uma aproximadamente.
Cast: O Fest contou com um cast de milhões, não houve equívoco. Um repertório de 6 bandas veteranas, todas longevas, pisando na casa dos 30 anos de estrada; entre Thrash Metal, Brutal Splatter, Power Metal, Doom Metal, Heavy Metal, Death Metal, um verdadeiro menu de peso para agradar todos os gostos.
Bar e cozinha: Pelos depoimentos dos presentes as evoluções do BOB são constantes, notava-se a enorme satisfação de quem acompanha os eventos realizados no BOB há tempos, que felizes comemoram a venda de chopp, uma evolução marcante e muito elogiada por parte dos metaleiros que relataram o quão era difícil no começo, quando a bebida acabava e não tinham onde fazer a reposição, assim como também a venda dos pastéis.
Por último e nunca menos importante, O SubSolo agradece mais uma vez ao BOB pelo apoio de sempre às mídias e ao Underground. Foi minha primeira vez no BOB, além de me sentir lisonjeada quando fui me apresentar e o BOB me cumprimentou primeiro e me chamando pelo meu nome, pessoa educada, calorosa e atenciosa. Eu só posso dizer que o BOB e sua esposa Adri, que está sempre ao lado acompanhando e ajudando em todo momento, ambos muito gente fina, deram um espetáculo de extremo capricho e organização.
“Curtir uma baita festa, com muita somzeira, amigos, e aquele chopinho gelado que não pode faltar, e o melhor, isso tudo em meio a muita natureza” era a meta, e a meta foi batida, pode tocar o sino, e até o próximo encontro.“