A noite de 14 de abril (sábado) foi de muito Metal Extremo em Pomerode, município de cultura típica alemã. Muitos headbangers se reuniram na casa de show mais conhecida de lá, o Wox, para uma noite com 5 bandas de muita qualidade. Confira abaixo o que rolou:



A abertura de toda a quebraceira ficou por conta da Viletale, diretamente do município vizinho, Blumenau. Bruno Jankauskas (vocal/guitarra solo), Alan Ricardo (guitarra base), Filipe Oliveira (baixo) e Matheus Lunge (bateria) formam o quarteto de Horror Metal, que, como o nome já diz, objetiva trazer o horror para a música. Com fortes influências do grande autor do horror literário H. P. Lovecraft, a banda consegue transmitir com excelência o horror tanto nas composições, quanto na performance. Com um som agressivo marcado por um vocal gutural forte, grave, a Viletale não deixa nada a desejar. Algo que me chamou muito a atenção foi o dinamismo do vocal em algumas faixas, nas quais o guitarrista Alan contribui com um vocal gutural mais agudo, favorecendo ainda mais para a cena de horror da banda. O quarteto ainda contou com uma participação especial de Christopher Abel (South Legion) nos vocais.




A segunda banda a subir no palco foi uma banda criciumense. Igor Pereira (vocal), Geison Frasson (baixo), Douglas Mattos (guitarra) e Wagner Barros (bateria), músicos experientes advindos de outras grandes bandas, como Methodic, Rythual, Somberland, Don Capone Disgrace And Terror, formam a They Come Crawling, que consegue equilibrar muito bem o Thrash e o Death Metal numa sonoridade agressiva e elaborada. Com um vocal gutural agudo, que pode ser, na minha opinião, associado aos vocais de Chuck Schuldiner, e uma bateria arrasadora, a They Come Crawling manteve um mosh pit atrás do outro durante seu show. 



A terceira banda foi a belga Carnation. Formada por Simon Duson (vocal), Jonathan Verstrepen (guitarra), Bert Vervoort (guitarra), Yarne Heylen (baixo) e Vincent Verstrepen (bateria), a banda possui 5 anos de estrada e já começa a colher os frutos de seu trabalho: Carnation tem feito parte do cast de grandes festivais europeus, como Alcatraz Metal Fest, Graspop Metal Meeting, Summer Breeze e Eindhoven Metal Meeting, além de já ter feito uma turnê no Japão e no Brasil agora. Nesta ocasião, tivemos a oportunidade de conversar com Jonathan Verstrepen, idealizador da banda, e essa entrevista será publicada em breve. A banda já possui um EP e lançará seu debut album ainda este ano, provavelmente em agosto. O som da Carnation é uma mistura entre o Death Metal norte-americano, mais técnico, e o Death Metal sueco, resultando em um som elaborado, agressivo e, ao mesmo tempo, com muita melodia. Algo que sempre presto muita atenção é a forma como as bandas exploram os instrumentos, de modo que nenhum deles seja apenas coadjuvante. Isso fica muito claro na Carnation, onde todos os instrumentos são muito bem elaborados nas músicas, contando até mesmo com tapping no baixo, algo que, infelizmente, vemos pouco.






A quarta banda foi, nada mais, nada menos, que o grande nome do Death Metal mundial, Pestilence. Formada em 1986, a banda veio ao Brasil em uma turnê de divulgação de seu novo álbum, Hadeon, lançado em janeiro deste ano. A banda que passou por um hiato entre os anos de 1994 e 2008, hoje é composta por Patrick Mameli (guitarra/vocal e único membro da formação original), Calin Paraschiv (guitarra), Tilen Hudrap (baixo) e Septimiu Harsan (bateria), que continuam mantendo vivo o espírito deste nome que é um dos maiores do estilo. Começando com a introdução do novo álbum, intitulada “Unholy Transcript”, seguida da primeira faixa “Non Physical Existent”, o show seguiu contendo músicas de vários álbuns, para a nossa felicidade. Percebe-se, tanto nas novas composições quando na performance, que a formação atual está muito mais que segurando as pontas, mas mantendo a qualidade e originalidade da banda. Tivemos a oportunidade de conversar com Mameli após o show e a entrevista irá ao ar em breve.






O fechamento da noite ficou sob responsabilidade da Cerebral Cannibal, Death Metal de Indaial/SC. A banda fundada em 2010 é composta por André Luiz (“Sujeira”), Leandro Pereira (“Rato”),  Fabrício Duwe (“Malária Das Trevas”). A Cerebral Cannibal é uma grande conhecida no cenário estadual, já tendo tocado em festivais como o Otacílio Rock Festival. O power trio finalizou a noite com uma série de músicas autorais com muito peso, incrementando o setlist com They are the Children of the Underworld, do Deicide, garantindo os mosh pits do início ao fim da noite.



Em termos de estrutura e organização, só me resta parabenizar a casa e, principalmente, a organização, disposição e cuidado nos detalhes por parte do Culver e seus parceiros, o que nos possibilitou curtir uma noite impecável de Metal Extremo. Nossos parabéns! Agradeço, em nome de toda a equipe d’O SubSolo, pela oportunidade e confiança que nos foram concedidas. São iniciativas como estas que provam o contrário àquelas pessoas que acham que o Metal está morto.

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