Fomos convidados pelos amigos da Scincro a prestigiar sua apresentação na festa municipal da cidade de Garopaba.
Para quem não conhece, a cidade de Garopaba é uma cidade que carrega em seu DNA passando de geração em geração o dom de trabalhar com turistas e visitantes das cidades locais vizinhas a Garopaba.
É importante explicar o contexto da cidade, para explicar como nasceu a Scincro, pois a cidade é tão acolhedora que traz consigo algo que desperta nas pessoas a vontade de criar raízes na cidade, foi assim com o casal fundador da banda, Carol Ferrari e Rodrigo Oliveira.
A banda nasceu de uma vontade de levar boa música para o público, fazendo uma viagem na linha do tempo do Rock com um repertório cover com mais de 50 músicas que passeiam de ano em ano na história do Rock fazendo uma homenagem para a evolução da música. Mas é claro que muitos estão se perguntando, “Se O SubSolo só fala de música autoral, o que tem a ver falar de uma banda cover?” É uma ótima pergunta e foi nesse show que a banda ousou seu início autoral de forma como eu nunca esperaria.
A Scincro é formada por: Carol Ferrari nos vocais, Rodrigo Oliveira nos vocais e guitarra, Ricardo Junior no baixo, Gustavo “Urso” na bateria e Rodrigo Silva na guitarra solo.
Inicio esse deixando duas críticas para a organização do evento. A primeira sobre a regra que acabou minando as bandas da região, quase que como um tiro no pé. Cidades não tão grandes, tendem a repetir membros em 2 ou 3 bandas, e acho totalmente ineficaz criar uma regra que prejudica a arte local e pior ainda quando acontece de sair a programação e estar claro que provavelmente a regra era para alguns e não todos. A segunda crítica é sobre a escalação das bandas locais que não condizem com o estilo ou gênero da atração principal, sendo um tiro no pé completo da lógica.
Mas sobre o show vamos lá. A Scincro aproveitou a oportunidade e contou com a videomaker Victória Krieger que vem se especializando na área de criação de vídeos interativos na área artística para criar conteúdo. A banda ainda contou com o fotógrafo Luiz Paulo da Silva e nossa equipe com as fotos.
A apresentação começa de forma meteórica, todos da banda estavam empolgados para tocar para uma plateia grande e aos poucos conseguiram quebrar o gelo e a barreira entre banda e público. A vontade do Gustavo na bateria era tanta, que ninguém sabe como não estourou a pele, pois a batida da bateria ecoava. A cozinha da banda é bem planejada e faz um trabalho coeso com determinação, enquanto mesmo em músicas que não canta, Carol Ferrari vai em contrapartida ao que muitos vocalistas fazem em se retirarem da visão do público, ela simplesmente dança e se diverte com o show na frente ajudando o público a interagir com a banda.
O repertório passa por clássicos de Roxette, Mamonas Assassinas, RPM e entre outros clássicos do Pop Rock e do Rock ‘n Roll. As músicas são bem ensaiadas e os músicos conseguem ter uma desenvoltura no palco que fica nítido a confiança de ensaios. O guitarrista solo Rodrigo Silva dificilmente fica em um local e preso a sua pedaleira, ele transita pelo palco interagindo com todos os membros e o mesmo acontece com todos, exceto o Gustavo, obviamente (risos).
Quando saímos do palco e conseguimos acesso na área reservada em frente ao palco, foi possível notar ainda mais o público cantando grandes hits, e claro, uma meia dúzia de mal educados que vão em desencontro em apoiar a cultura local falando coisas sem sentido. Em um contexto todo, é incrível como uma banda teoricamente nova consegue se portar em palco como uma banda experiente e de alto nível, isso só faz a certeza que estão indo pelo caminho certo.
Mas estava faltando a cereja do bolo e isso serve até de exemplo para muitos artistas em como furar bolhas e se destacarem. A banda além de toda sua dedicação trouxe sua primeira música autoral e foi ela simplesmente uma música tema sobre a quermesse.
E foi nessa hora que o público que estava ao meu redor em baixo do palco, começou a fazer elogios, dançar e cantar, pois além de fazerem essa música ainda botaram a letra no telão atrás do palco como ilustra a foto acima.
No final do show, a Scincro foi aplaudida pelo público e desceu a rampa de acesso ao palco com a sensação de dever cumprido. Realmente tendo sido uma excelente apresentação e uma estreia com música autoral fora da curva, esperamos ansiosos por mais!