Início Colunas Conhecendo as Mídias: Underground Extremo – #01

Conhecendo as Mídias: Underground Extremo – #01

Sejam todos bem-vindos ao novo artigo d’O SubSoloConhecendo as Mídias’. Como o nome mesmo fala, estamos criando esta matéria para apresentar as mídias independentes, termos a possibilidade de conhecermos mais sobre quem luta para divulgar as bandas independentes do nosso país e não são poucas, viu?

Começando esse ciclo interminável de matérias sobre as mídias, escolhi o Underground Extremo, pelo fato do quanto eu gosto do seu fundador Luiz Harley Caires, o professor, historiador e vocalista de Metal trouxe o site ao ar para poder expor seus textos, mas não sabia que a mídia cresceria tanto como é hoje.

O Underground Extremo hoje é comandado pelo casal Harley e Carina, apesar de muito tempo ter sido um exército de um homem só. Carina Langa deu o toque que Harley precisava para desfrutar de mais sucesso com a mídia, comandando as divulgações e a organização das redes sociais, enquanto Harley como um metralhadora ambulante de textos, fez o site se movimentar com muito conteúdo, não só Nacional como de todas as partes (literalmente) de todo o mundo.

Para entender um pouco sobre o projeto, fizemos algumas perguntas ao seu criador, Luiz Harley Caires, confira:

Como nasceu a ideia de fundar o ‘Underground Extremo’?
Harley Caires: Primeiramente muito obrigado pelo espaço. Além de auxiliar o site sendo um redator colaborador, sou um grande admirador de tudo que envolve o macro campo d’O SubSolo. Bom, a ideia de formar o U.E veio da minha vontade de estar ativo na cena, pois a mais de doze anos eu já contribuía para mídias alternativas, tanto em blogs, sites e revistas, porém era algo mais voltado para o mainstream, o que é sem duvida um trabalho importante, mas eu sempre acreditei que a cena underground precisava de apoio e divulgação até mais do que banda consagradas. Podemos pegar como exemplo o ‘Senjutsu’ do Iron Maiden que tem mais de 500 resenhas na internet, agora uma banda  da sua cidade que você vê o esforço e os corres dos caras não é tão visto e é valido apoiar e divulgar, então com esse ímpeto que surgiu o Underground Extremo, ser uma ferramenta de apoio e fortalecimento para o nosso cenário com ênfase na musica extrema.

Dentre as dificuldades encontradas neste tempo, quais as mais difíceis de enfrentar?
Harley Caires: Existe uma visão um pouco distorcida relacionada as mídias independentes e acredito que a maior dificuldade é exatamente essa, muitas bandas, produtores, selos e até o publico não valoriza o trabalho dessa mídias, isso porque é mais cômodo e mais fácil pegar as mesma notas fúteis de grandes nomes do Metal coisas fúteis como “O que Axl Rose bebeu no café hoje?” ou então desvalorizar o trabalho. Muitas das vezes poucos procuram conhecer e ver novos talentos ou informação que realmente seja útil, mas no fim a mesma ganância por números e likes. Isso é uma dificuldade constante, como por exemplo você gastar horas para uma resenha e a banda em si não se dá o mínimo trabalho de divulgar, isso é bem frustrante, pois  acredito que a maioria das mídias esse não é nosso emprego e tampouco fonte de renda, na verdade fazemos por amor e não moda (citando NervoChaos). Então em um contexto todo, a maior dificuldade de se ter e se dedicar em uma mídia independente é a desvalorização. Para não falar que só apontamos problemas acredito que podemos reverter esse cenário, basta ter a plena consciência que no nosso meio não existe concorrência, então a união é a forma de reverter essas dificuldades, apoie as mídias compartilhe texto, construa parcerias para festivais tanto onlinee como futuramente presencial, enfim essas são formas de reverter essas barreiras e fortalecer nosso cenário.

Gostaria que falasse um pouco da equipe do U.E, como ela começou a se formar e quem faz parte hoje?
Harley Caires: Então eu tenho um baita orgulho de todos que compraram a ideia do site desde o começo. Inicialmente o projeto começou comigo de uma maneira bem ‘faça você mesmo’. Na sequência  o Maykon Kjellin que já comprou a ideia e me auxiliou em todo o design do blog e até pagou o domínio, para a gente ter o url do projeto personalizado com o nome do undeground extremo. Sou bem leigo nessas coisas, então se você entra no site hoje e ver toda a estrutura e layout é méritos do Maykon que é um irmão que a cena me deu. Um pouco depois entrou para equipe a minha esposa, Carina, e tenho que dizer que se não fosse o apoio e a dedicação dela e o upgrade gráfico que o Maykon deu, provavelmente o site não existiria mais. A Carina é responsável pelas divulgações, correções e formatações de texto, além disso ainda faz as fotos dos eventos e apresenta comigo o programa do ‘Underground Extremo’ na MutanteRadio além da edição do Festival Online Underground Extremo ou seja, ela é a alma e o toque feminino do site. Por muito tempo ficamos nesse formato power trio, porém visando sempre uma maior abrangência do cenário e com um espirito meio Nick Furry na parada, comecei a recrutar alguns nomes de headbangers que sou fã e vieram fazer o site crescer. Yngrid Olive (responsável pela escalação de banda do Maledictus Nativitatis e em breve nossa correspondente internacional), Jonathan Gorehead uma enciclopédia do metal extremo e um dos ancoras do nosso podcast, Adriana representando a cena do norte do país, ela entrou para equipe a pouco tempo mas tem uma produtividade e um conhecimento que beira o absurdo e o André que é o dono da Manifesto Store representa a cena do nordeste e é um headbanger no sentido mais puro da palavra, o cara vive o metal e etra abrilhantando nosso site com textos e opiniões que são nada menos que excepcionais. Não poderia deixar de fazer uma menção honrosa ao João, Renan Bezan, Guigo Romagna e sua esposa Leandra, que são presenças ilustres do nosso podcast que em breve estará no ar.

Já se sentiu desvalorizado por todo o trabalho que você faz? Tem algum episódio em específico que gostaria de citar?
Harley Caires: Acredito que é natural um desgaste, pois vamos em 2022 fazer sete anos de mídia, mas confesso que lá no segundo/terceiro ano quase desisti devido ao fato da correria do dia a dia, principalmente o quesito fonte de renda pois estava numa correria do emprego, na época estava concluindo o mestrado também e então não tinha muito tempo, sem falar que ainda por cima rolava aquela desvalorização que citei acima, perdi a conta de quantas propostas de entrevistas enviei e nunca forma respondidas ou resenhas que nunca foram compartilhadas, enfim, desistir parecia o caminho natural porém como recebi o apoio da Carina e do Maykon me impuseram a continuar e profissionalizar nosso trabalho, claro temos muito ainda a melhorar, mas o intuito é sempre melhorar e evoluir. Aliás, quero comemorar as próximas décadas de vida do U.E. Algumas coisas chatas acontecem por tras dos bastidores, episódios específicos sempre rolam né?! Quem trabalha com publico sabe que é sempre uma problemática. Já tivemos uma banda espanhola que veio xingando a gente porque eles não se consideram espanhóis ou então banda que não concordou com a posição ou formato do logo no cartaz, textos e fotos que foram compartilhado nossos sem as fontes, a lista é grande, mas acredito que  quando alguém compartilha elogia ou faz uma critica construtiva, algo esse é nosso maior pagamento e isso nos impulsiona a desistir…jamais!

Se você voltar no tempo e falar para o Harley de muitos anos atrás que o U.E chegaria no nível que está hoje. Você acreditaria? 
Harley Caires: Te confesso que não, kkkkkkkk.  Olhando em perspectiva cada texto, entrevista, programa de rádio, festival que fizemos cobertura ou que a gente organizou (no caso as edições online) me faz ter um orgulho enorme  e acredito que ainda podemos mais, não almejo nenhum ganho ou status pessoal isso não cabe na minha concepção de mídia underground, o que eu espero e vou me dedicar a isso é que o U.E venha a somar no incrível grupo de mídias que tratam o Rock/Metal como algo sério e O SubSolo é um exemplo que a gente emula pra caramba, tenho maior orgulho de dizer que é nossa mídia irmã, então acredito que nossa maior vontade é impulsionar o crescimento de todo o underground de uma forma holística assim todos ganham e o cenário só se fortalece.

Além do site que contém matérias excelentes, quais os projetos paralelos interligados ao Underground Extremo?
Harley Caires: Primeiramente obrigado pelo elogios, a excelência do site é o mérito da equipe que é sensacional, sou suspeito para falar né? Mas todas as matérias ali tentam passar uma sensação de conversa em mesa de bar ou aquele papo pré ou pós show, onde a gente se reúne e troca ideia discute nosso assunto favorito que é o Heavy Metal. Agora falando em projetos paralelos nós temos o nosso programa ‘Underground Extremo’ na MutanteRadio que estará chegando ao episódio de número 150, o que é um baita orgulho pois são 150 programas tocando metal nacional, nós teremos novidades nesse formato pretendemos trazer entrevistados mas, a essência que é divulgar banda e falar bobagem se mantém e você pode conferir na MutanteRadio todo domingo ás 23 horas. O programa é apresentado por mim e pela minha esposa Carina, temos também o podcast que deve estrear esse mês e ali nós vamos levar esse espírito pop de banger para o podcast mantendo nosso humor, digamos nada normal. Temos também nosso canal de YouTube onde você encontra vídeos de cobertura de festivais, entrevistas e claro um dos nossos maiores orgulhos que foram as duas edições do nossos festival online e o nosso digamos especial de natal, o ‘Maledictus Nativitatis’ (nascimento do maldito em latim). Estamos nos organizando para uma provável segunda edição do M.N e um sonho ainda maior que é fazer o nosso fest presencial. Temos também a coletânea que esta para download no site, e nosso spotify onde vamos estar criando playlists e postando nosso programas anteriores da rádio, ou seja estamos tentando incomodar em todas as áreas.

Gremista, catarinense, gamer, cervejeiro e admirador incessante do Rock/Metal. Tem como filosofia de vida, que o menos é mais. Visando sempre a qualidade invés da quantidade. Criou o site 'O SubSolo" em 2015 sem meras pretensões se tornando um grande incentivador da cena. Prestes a surtar com a crise da meia idade, tem a atelofobia como seu maior inimigo e faz com que escrever e respirar o Rock/Metal seja sua válvula de escape.