Não é de hoje que o falso moralismo, problemas políticos, separatismos infundados rondam o Brasil, e até mesmo o Rock/Heavy Metal, que é prejudicado em certo modo por questões políticas e separatistas como já vimos de muitos músicos e bandas.

Para comentar alguns desses problemas que nos assombram, a Heavy And Hell Press conversou com Raoni Joseph baixista da banda belenense DISLEXIA, onde o mesmo nos fala sem papas na língua sobre separatismo, política e muito mais, confira:



Como vocês avaliam o momento atual do Brasil em termos políticos e econômicos?



O momento atual do Brasil, economicamente falando, nos diz que temos que guardar dinheiro, pois mais cedo ou mais tarde vamos precisar dele, para quaisquer situações emergências. Uma hora a crise ataca, outra hora ela alivia, o que temos que fazer é evitar as malditas dívidas. Politicamente, é a hora que vemos quem é quem. Mais ainda, é a hora crucial de o brasileiro realmente aprender a votar e pesquisar os candidatos que se apresentam. Melhor arma é o voto, mas protestar sempre. Aos poucos o povo Brasileiro adquire a cultura de protestar, ainda que a maioria de nós ainda protesta pelos motivos errados.



Até que ponto isso prejudica o Rock no Brasil?



O Rock está prejudicado a algum tempo, principalmente para quem vive da música. Mas é neste momento que as bandas que apresentam consciência social nas suas letras que elas têm que mostrar a sua cara e vontade de mudar a situação, pois a internet está aí para isso, divulgar a informação que não é divulgada na televisão e nas rádios. Cabe as bandas se organizarem para conseguirem uma promoção digna do seu material e assim atingir as pessoas, passando suas mensagens.



Além do primeiro webclipe lançado (para música “Mídia Inversa”) vocês estão com uma nova linha de merchandisings, poderia nos falar um pouco mais sobre as ideias de criação dos mesmos?



Estamos prestes a lançar o nosso mais novo single, com duas músicas novas. Nossa ideia é continuar na produção de camisetas, mas também entrar na linha de bermudas, bonés, adesivos, palhetas, entre outras coisas que levem a marca da banda. A música continua sendo o nosso principal produto, mas o Marketing é fundamental.



Recentemente o vocalista Phil Anselmo (Pantera/Down) se envolveu em mais uma polemica, onde aparece em um show fazendo a saudação nazista e gritando White Power. Não é novidade para os mais fãs que Phil e o Pantera sempre tiveram esse lado mais “separatista” entre raças, como vocês enxergam está situação?



Nunca gostei de Pantera. Então só se confirmou o que eu já pensava, Phil Anselmo é um babaca. Down é uma banda que vez ou outra consegue evidencia pela sua música, mas desta vez, com esse ato infeliz do Phil Anselmo, conseguiu se perpetuar negativamente. Isso fere a imagem não só do próprio Phil, mas da banda, ainda mais em mercados como a Europa, que é um local onde tentam esquecer a desgraça nazista de qualquer jeito.



Não deixa de ser triste tal atitude, ainda mais ligado ao Heavy Metal. Pois não é de hoje que o nazismo e demais coligações separatistas apareçam no som pesado em geral. E em uma situação dessa acaba dando ainda mais força para esses movimentos. O Rock em si significa liberdade, porem com tais situações acaba parecendo ter mais regras do que deveria. Gostaria que vocês comentassem esse parâmetro que acaba sendo contraditório.



O mundo anda louco demais. Algumas bandas e parte do público andam perpetuando uma linha de pensamento bastante conservadora, idolatrando Bolsonaro, Donald Trump e outros ícones conservadores. O Rock, originalmente, é contra todas essas ideias que ferem a liberdade de expressão e praticam a intolerância. Com isso, temos uma parte do público cada vez mais sectária, conservadora e machista. Estamos no século XXI, esses ideais já estão mais do que ultrapassados.



Uma das novas polemicas no cenário musical atual é a Lei Rouanet, que em vez de privilegiar artistas e projetos sérios, acaba sendo usado por cunho político e por músicos/artistas que não necessitam desse apoio. Essa Lei de maneira correta ajudaria o cenário musical? Ou podemos afirmar que é uma Lei burra criada em um país em que o respeito e bom senso nunca prevalecerá? 



As leis sempre são criadas para ajudar o cidadão, de qualquer classe. Porém, muitas pessoas enxergam brechas na lei e acabam usando-as de forma errada. A lei não é burra, o brasileiro que é “esperto demais” para se aproveitar dessas coisas. E quem realmente precisa acaba não tendo acesso a esse tipo de recurso. Coisas do nosso país.