A banda curitibana Child O’ Flames surgiu em 2004, e fez história na cena local com diversos shows, tantos nas casas de sua cidade natal como em outras regiões, e também com grandes bandas como Sepultura, Misfits Biohazard, Suicidal Tendencies e Grave Digger, entre outros. Os caras voltaram a ativa após anos de hiato, lançando A New Rising, um disco forte e coeso. A entrevista abaixo foi feita com o baterista Felipe Raphael.

Como surgiu a banda e qual o conceito no nome Child O’ Flames?
A banda foi criada em 2004 pelo guitarrista Will e pelo vocalista Douglas, que tinham aquela vontade de fazer algo novo, não ser mais uma banda de metal que tocasse covers. Eles tinham aquela chama que queima dentro de todo mundo que é mais novo, de fazer a diferença. Então começaram já de cara compondo sons autorais, resumindo… Child O’ flames nada mais é do que: “um bando de criança foguenta querendo tocar o som que gosta, sem copiar ninguém”.

O cenário metal, a nível mundial, mudou bastante desde quando a banda começou até hoje. Quais as diferenças e quais bandas atuais vocês podem citar como influências musicais?
Isso da mudança é uma coisa muito positiva , sai da mesmice, a gente percebe muita diferença no som de todo mundo, as tecnologias pra gravações são outras hoje em dia, captação, microfones, triggers pras bateras, plug-ins pra guitarra e baixo, ficou muito mais fácil produzir algo antes de entrar em estúdio. Sem contar também a questão das mídias sócias. Se você souber trabalhar com essas ferramentas a seu favor, consegue divulgar seu trabalho de uma maneira muito legal.

Sobre as influências musicais, nós ouvimos de tudo, de Raul Seixas a Slipknot, de Iron Maiden a Behemoth, de Helloween a Nickelback, ouvimos muito metal brasileiro também, John Wayne, Project 46, Worst, Ponto Nulo no Céu e Aurora Rules. Procuramos não nos prender num só estilo de som, pra que possamos absorver a musica como um todo, ser o mais criativo possível na hora de trabalhar em novas composições.

A banda gravou uma demo e um EP em seus primeiros anos de carreira, mas o álbum oficial saiu apenas em 2020. Como foi este hiato?
Foi uma época de muito aprendizado, éramos mais novos e consequentemente algumas coisas acabavam não saindo direito. Nesse período, todos crescemos como músicos e pessoas, lidamos com alguns demônios internos, vencemos algumas batalhas pessoais e perdemos outras. Isto só contribuiu para o resultado que chegou com o disco.

Capa do álbum A New Rising.

Como vocês enxergam o resultado em A New Rising e como está sendo o retorno do público ao disco?
O resultado vem sendo muito bom, tendo em vista que fizemos tudo de uma maneira independente, desde a questão do lançamento, das artes, a própria gravação também, e ter esse trabalho reconhecido a ponto de entrar na votação de melhor álbum nacional na Roadie Crew, junto a outros MONSTROS do metal nacional como Edu Falaschi, Sepultura, Noturnall, Semblant, é surreal. O público de primeira recebeu com aquela surpresa, achando que não veriam mais nada a respeito da banda, quando lançamos o single Reach out the Sky foi uma balbúrdia, atingimos mais de mil de plays no spotify nos primeiros dias, nem a gente achou que ia ser tudo isso, então tem sido muito bom o apoio que temos recebido de toda essa galera.

Houve alguma canção gravada que acabou ficando de fora do disco?
Na época chegamos a cogitar regravar algumas canções da demo de 2004, porém optamos por não o fazer, achamos que deveríamos trabalhar com o material mais atual da banda somente, trazer sempre coisas novas pro público, que é o que eles querem afinal de contas.

Falando nisto, a banda está trabalhando em novas composições para futuros lançamentos?
Sim estamos, estamos aproveitando todo o tempo livre pra trabalhar em cima de um material completamente novo, algo que entregue tudo aquilo que o Child O’ Flames representa desde que foi fundado: algo agressivo, pesado, com groove, com muita melodia e novidades.

A Child O’ Flames participou de alguns festivais online ano passado, como vocês analisam este tipo de evento? Eles são importantes para a cena nesses momentos de pandemia?
É uma ótima saída pro pessoal que está em casa, carente de shows e conteúdo desse tipo, é uma maneira de não somente suprir essa necessidade, mas também do público conhecer bandas que talvez eles não conheceriam, se não fosse o alcance que esses festivais trazem. São MUITO importantes sim, qualquer coisa que venha pra somar e unir a cena do metal brasileiro eu vejo como uma coisa positiva, especialmente nesse momento onde nos encontramos tão distantes um dos outros.

A banda já tocou em grandes festivais e ao lado de grandes bandas, como Grave Digger, Biohazard, Suicidal Tendencies e Misfits. Como é tocar ao lado desses nomes? Tem alguma história curiosa em algum desses shows?
Tocar ao lado de lendas, é sempre algo surreal, você começa a tocar algum instrumento e fica se imaginando muitas vezes dividindo palco com esses caras, se espelha neles, ouve eles no carro enquanto dirige. De repente, você tá passando no backstage carregando seu case , mandando mensagem pra sua mãe e olha o Mike Muir dando uma risada e mandando uma acenada com a cabeça dizendo que curtiu seu som, ou está indo de van pro festival, e nada mais nada menos que BOBBY HAMBEL, do Biohazard, pega carona com vocês, sendo o cara mais engraçado e gente fina possível na face da terra.

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Agradecer a vocês do site O SubSolo primeiramente pelo espaço pra divulgação do nosso trabalho, e dizer a todos os leitores que fiquei seguros nessa pandemia, cuidem dos seus familiares e muito obrigado mesmo, por todo carinho e força que vocês têm nos dado desde que lançamos o álbum. Fiquem atentos que tem mais novidade chegando, sigam nossas redes sociais e ouçam em todas as plataformas digitais o nosso material.

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O jornalista Clovis Roman trabalha há mais de duas décadas na área cultural, na cobertura de shows, entrevistas e resenhas de discos, e atua como assessor de imprensa. Clovis é colecionador de CDs e em sua mesa na redação do Acesso Music sempre há uma caneca de café morno. ;)