Cinthia Aguillera é vocalista e líder da banda de Hardcore Id Est Me, além disso levanta uma bandeira importante do Feminismo não só na música, mas também na vida. É também fundadora do Coletivo das Minas e apresentadora do Heat Música.
Como admiramos o trabalho dessa grande artista em tudo o que faz pelo cenário, a convidamos para uma conversa para sabermos dos planos futuros e um pouco mais da carreira, confira na íntegra:
Obrigado pela disponibilidade Cinthia, gostamos muito do seu trabalho. A Id Est Me é uma banda nova, formada ainda em 2023. Como foi o inicio disso tudo?
Cinthia: Eu que agradeço pelo interesse e contato, acompanho a Sub faz um tempo e também gosto muito do trabalho de vocês!
Id Est Me surgiu após tentativas de ter banda, então o Chili da banda Laboratori me indicou o Produtor Michel Oliveira, e o mesmo abraçou a ideia de eu ser a “banda do eu só”/artista solo com as minhas estruturas de composição, letras e referencias.
E para minha surpresa, em menos de um ano se tornou uma banda com integrantes.
Ainda além disso, vocês tiveram duas faixas que contaram com participações especiais e foram destacadas no YouTube do ‘Hardcore Worldwide’, um dos veículos mais importantes do Hardcore. Como foi a composição e chegar neste canal?
Cinthia: A HCWW sempre foi um desejo, principalmente pela visibilidade no mundo todo. Conversei com meus parceiros de HC, a banda Sujera, para saber como conseguiram lançar os sons deles pelo canal e foi mais “simples” do que imaginei, o contato é por e-mail com feedback e tudo (risos), e sobre composição, faço a estrutura/esqueleto dos sons desde como começam, como será o andamento e como terminam, em seguida reúno as referencias musicais e visuais, depois construo a letra em cima de vários trechos aleatórios que escrevo (bloco de notas do celular e caderno em casa), monto a métrica de vocal e levo para o Michel para definirmos se tudo isso musicalmente funciona ou não, para compor os arranjos/instrumentais, também conto com o apoio dele no direcionamento vocal também… e por incrível que pareça, a Vis a Vis nasceu em menos de um mês!
Gravamos meus vocais e eu trouxe o Gui Chaves de Sorocaba pra gravar, tudo fluiu muito bem e o Gui foi um dos meus professores de vocal então esse feat é muito especial!
Uma curiosidade é que nos dois sons tem referencias de vídeo game, e o game é Silent Hill.
Como foi ter a participação do Rohh Krammer, um cara sensacional que levanta uma bandeira importantissíma e vocalista do Nephall?
Cinthia: Quero ressaltar que sem ele a C’est La Vie não teria acontecido, porque era pra ter sido outra pessoa nesse feat, ele ia fazer outro som comigo mas assumiu fazer quando mais precisei!
O Rohh é um dos meus melhores amigos de vida e de música então foi ótimo compor a letra com ele e dividir os vocais, e antes desse momento, em 2022 eu fiz participação no show da Nephall no Iglesia, representando uma vocalista gringa. A bandeira colorida que ele levanta também é a mesma que a minha, afinal tenho como orientação a bissexualidade, então espero me tornar referencia nesse tema também.
Sempre achei o Hardcore incrível por conta disso, é uma das tribos que mais busca falar sobre problemas sociais. E pelo o que eu vi na Id Est Me não é diferente. Como é trazer essa mensagem na música?
Cinthia: Quero abordar a bandeira do feminismo em uma versão de Fighter da Cristina Aguilera, minha xará de sobrenome, e esse som também terá um feat, dessa vez de uma mulher, a Fernanda da banda Inraza. O som será lançado ao longo do ano de 2024.
Ainda falando sobre levantar bandeiras, você é percursora do Coletivo das Minas, como foi essa ideia e qual o intuito do projeto?
Cinthia: Surgiu de dores em comum com musicistas que se estendeu a outras minas envolvidas com arte e a ideia de fazer um grupo de apoio as minas já tinha sido cogitado varias vezes e em momentos diferentes mas quando aconteceu, cresceu mais do que imaginei junto com as Adms e 2024 vamos tocar varias iniciativas com minas do Brasil todo.
Sobre as minas, nós aqui d’O SubSolo temos um carinho grande por muitas bandas de femininas que enfrentam perrengue dia a dia para estar no cenário e você com certeza é uma delas. Como tem sido o cenário nos últimos anos para as mulheres?
Cinthia: Desde quando me envolvi no underground em 2012, nem é tanto tempo assim, vejo que algumas coisas melhoraram, outras pioraram mas o corre é constante mesmo com tantas minas talentosas por ai e ainda mais com as que ainda estão se descobrindo então o importante é não desistir, eu mesma quase desisti e ainda bem que não me deixaram desistir afinal tive uma rede de apoio que eu nem imaginava que tinha, sou grata imensamente.
Além da banda e do coletivo que já falamos, você atualmente irá integrar a equipe do Heat Música que vem apresentando um time de peso e ainda mais contando contigo nessa. Poderia nos adiantar o que podemos esperar de mais um veiculo para auxiliar nossas bandas?
Cinthia: Sim, um time de peso!
Fico muito feliz de poder representar o Coletivo das Minas também na Heat, e o meu quadro se chamará Girls Worldwide porque apresentarei artistas e bandas com mulheres do mundo todo, não somente vocalistas mas instrumentistas também. Acompanhem o instagram da Heat Música que logo sairá a programação!
Voltando um pouco para a Id Est Me, os dois singles já liberados pela banda, tem uma sinergia alta, um vocal poderosos e um instrumental bem visceral. As próximas composições seguirão essa linha? O que tem planejado?
Cinthia: Agradeço muito o reconhecimento!
E sim, vem mais peso por ai, podem ter certeza. Continuaremos seguindo a linha de Hardcore com influencias de Deathcore e Djent, também quero poder trazer linhas de vocal mais diversificadas como acontece no Nu Metal.
E também importante ressaltar quem tá no corre contigo, queria que falasse um pouco da formação e os planos futuros ainda para 2024 se pode pintar um EP/Álbum?
Cinthia: Sobre a formação, foi uma surpresa porque eu não esperava que finalmente teria pessoas tão parceiras, respeitosas e dedicadas como eles ao meu lado em menos de um ano apesar de já conhecer um deles há um tempo e confesso que estava até me preparando pra fazer shows solo! (risos).
Conheci o Abner em um show da outra banda dele, a Desavença, e já ficou nítido o quanto ele é talentoso, o Rafa Vasco conheci quando ele tocou com Jinjer Cover em Poá (SP) e também ficou nítido o quanto é talentoso e a Malu da Mona Ugoz me indicou ele caso eu estivesse procurando um guitarrista de 8 cordas. E por fim o Rafa Araujo conheci também conheci vendo ele tocar com sua outra banda, a Buried Crown, e nem preciso falar que ele é talentoso também né?
Enfim, conversei individualmente com cada um, depois fizemos uma reunião em conjunto e tudo tem fluido muito bem desde então. Em paralelo vamos continuar com o Michel Oliveira como nosso Produtor e com o plano de lançamentos sempre em formato de singles para que a galera aprecie um som de cada vez e ter sempre novidade rolando, fechamos algumas parcerias, merchs e shows de forma estratégica.
Obrigado Cinthia, sempre deixo a última pergunta livre para a entrevistada deixar sua mensagem para nossos leitores. Obrigado mais uma vez, siga na luta que precisamos de pessoas como você no cenário dia a dia.
Cinthia: Agradeço mais uma vez pelo convite e pelo reconhecimento!
A mensagem é nunca desistir dos seus sonhos e se dedicar a eles TODOS os dias, não só quando da vontade ou tempo sobrando, seja protagonista da sua própria jornada em vida!
Links Relacionados
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