Tivemos a oportunidade de conversar com o Confraria da Costa, banda curitibana de Rock Pirata formada em 2010. Ivan Halfon (vocal, violão, banjo, flauta), Luiz Pantaleoni (baixo elétrico, contrabaixo, vocal de apoio), Abdul Osiecki (bateria, vocal de apoio), Richard Lemberg (violino), Anderson Lima (guitarra, vocal de apoio), Jhonatan Carvalho (saxofone, trompete, vocal de apoio) e André Nigro (percussão) formam esse grupo tão enérgico. Confira abaixo como foi esta conversa super divertida com os caras.



Boa noite! É um prazer para O SubSolo entrevistá-los, muito obrigada pela disponibilidade. A temática pirata é bem específica e difícil de  encontrar. O Confraria surgiu para ser uma banda de pirata ou se transformou com o tempo?

Confraria da Costa: As duas coisas, na verdade. Ela se transformou nisso, só que a partir do momento que ela se transformou nisso, a gente mudou o nome para Confraria da Costa. Então a Confraria é pirata desde seu início, mas a gente já tocava junto alguns covers e já tínhamos algumas músicas piratas no meio. 

A iniciativa de compor músicas de temática pirata surgiu de quem?
Confraria da Costa: Surgiu do Ivan, vocalista. Chegou uma hora que falamos “ou a gente para de compor músicas piratas ou viramos uma banda de temática pirata” (risos)

E quais foram tuas principais referências nesse processo? Desde obras da literatura até outras bandas nesse formato.
Ivan: Na verdade o processo foi ao contrário: eu queria justamente fazer uma coisa que ninguém estivesse fazendo. Mas depois você acaba descobrindo umas bandas de pirata por aí. Frustrante! (risos)

Como surgiu o nome Confraria da Costa?
Confraria: Na verdade, este termo existe e é como um nome que os piratas usavam para não usar a palavra “pirata”.


Como vocês sentem a cena para esse estilo no Brasil? Temos vários exemplos de festivais de Metal onde bandas com uma temática mais Folk são únicas no cast. Como é a reação da galera que curte outros estilos, até mesmo o Metal Extremo? 
Confraria: Então, por esse “pulso” do Folk a galera acaba entrando e gostando, sabe? E a nossa música tem peso também, então acho que o pessoal do Metal acaba se identificando um pouco ali. Também tem a melodia, então o pessoal que curte outros estilos também gosta. Na verdade, temos a vantagem de ter músicas bem agitadas, bem “pra cima”, e outras músicas mais calmas, o que pode agradar a essas de diferentes estilos. 




O último álbum do Confraria foi o Motim, de 2015. Como estão os projetos agora?
Confraria: Estamos pensando em lançar um single agora. Sempre lançamos álbuns inteiros e agora, depois de passar por uma mudança de formação na banda, até gravar um álbum inteiro demoraria muito. Então vamos lançar um single logo, já tem até nome: “Polka do Diabo”. 

Como se dá o processo de composição? Há um membro que exerce papel central?
Ivan: Geralmente eu faço as letras e alguma coisa de harmonia mais básica e levo pro ensaio a coisa bem crua e daí a galera trabalha em cima até termos a música.

Conheci vocês no Odin’s Krieger Fest em São Paulo em 2016. Como foi a experiência de tomar em um evento com a temática folk?
Confraria: Foi legal, porque foi uma junção de tribos: piratas, vikings, medievais, etc.

Agradecemos muito pela atenção e a disponibilidade para a entrevista. Vamos à nossa última pergunta agora. Grande parte dos nossos leitores são músicos que estão começando agora e, por conta disso, pedimos à vocês algumas dicas para bandas que estão começando agora, de acordo com a experiência de vocês. 
Confraria: Acho que uma decisão importante, pelo menos para nós, foi parar de fazer covers. Foi quando tudo mudou, inclusive o nome da banda. Naquela época as pessoas vinham atrás da gente pelos covers e não pelo nosso trabalho, sabe? Até que um dia dissemos “chega, não queremos mais isso”. É uma briga enorme que se compra: até a banda formar o público, o fato de que os bares maiores não querem as bandas autorais, a dificuldade de encontrar parceiros dispostos e tudo o mais. O que eu diria também para quem está querendo formar uma banda é: procurem ser originais, tentem fazer algo com a sua cara e não algo que seja uma cópia de bandas consagradas. É muito legal ter identidade, até porque tem banda pra caramba na cena. Foi o que eu tentei fazer: já que não posso fazer melhor, vou fazer diferente (risos).


Entrevista feita por Karine Nunes e Luisa S. Caetano.

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