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Entrevista: Malvada (São Paulo/SP)

Formada em 2020, Malvada é uma banda formada apenas por mulheres. Atualmente na formação contam com a vocalista Indira Castillo, Bruna Tsuruda nas guitarras, Marina Langer no baixo e a Juliana Salgado na bateria. O intuito da banda é fazer Rock ‘n Roll com personalidade apostando nas letras em português.

De começo a banda estourou pelo ousado projeto, afinal, são musicistas com uma vasta experiência nacional tocando literalmente o projeto. Quando seu primeiro single Mais Um Gole foi lançado, de cara recebeu notoriedade nacional, ganhando um videoclipe que alcançou ainda mais pessoas.

Seu debut intitulado A Noite Vai Ferver foi lançado com nove faixas em Agosto de 2021, pela Shinigami Records. Após, a banda teve oportunidade de tocar no Rock in Rio 2022, Angra Fest e Best of Blues and Rock que aconteceu em São Paulo recentemente e em diversos outros eventos. Agora com uma pequena mudança na formação, conversamos com a Juliana Salgado a respeito de tudo sobre a banda, confira conosco.

Foto Divugação – Arquivo Malvada

Juliana, um prazer para nós conversar contigo e falar um pouco da tua carreira e também da Malvada. Como você iniciou na música e quais foram as primeiras bandas que ouviu?
Juliana: Bem, para começar, eu não sou paulista, sou de Belém do Pará e moro em São Paulo a mais ou menos 3 anos e meio. Comecei a despertar interesse pela música com uns 9 anos mais ou menos, e engraçado que desde sempre quis tocar bateria, pedia baquetas de presente para as minhas tias e ficava batucando em todos os cantos da casa. Com 11 anos pedi pra entrar na escola de música, minha mãe tentou me converter pra guitarra, violão, mas no fim das contas o coração era da bateria mesmo e comecei a estudar o instrumento e nunca mais parei, até hoje, rs. Desde essa época eu já ouvia de tudo um pouco, comecei no classic, fui pro metal, depois pro grunge, e fui seguindo as tendências, mas minhas primeiras referências foram Deep Purple e Megadeth, com certeza.

Hoje vemos você bem inserida no meio autoral com a Malvada. Você teve outros projetos autorais? E como foi seu ingresso no autoral?
Juliana: Já sim, sempre fui muito precoce nessa vida de música. Minha primeira banda autoral eu tinha uns 13/14 anos, chamava “Born to be”, era uma pegada meio grunge/alternativo e a gente chegou a gravar um disco, mas só lançamos um EP, eu já compunha com eles e ajudava nos arranjos, gravamos um clipe e tocamos bastante em Belém. Depois tive outra banda autoral chamada “Archibald”, que puxava para um metal mais melódico, também lançamos um EP e fizemos algumas apresentações pela cidade. A última banda que tive autoral foi e “Rhegia”, de power/heavy metal, com essa só lancei uma versão acústica, mas chegamos a compor algumas coisas para o disco novo deles, não lancei por que decidi vir para São Paulo e tive que sair da banda, e é a vida.

A Malvada quando iniciou foi um BOOM! na mídia. Uma banda legítima de Rock ‘n Roll formada por garotas e ainda autoral. Como foi o inicio da banda e o planejamento de lançamento?
Juliana: O início da banda foi meio conturbado, pois começamos em plena pandemia em 2020. A banda foi formada pela internet e todo nosso primeiro contato foi virtual também, inclusive as primeiras composições, “Mais um gole” e “Cada escolha uma renúncia”, nos comunicávamos pelos grupos de whatsapp e foi isso, nosso primeiro ensaio foi uns 3 meses depois que a banda já estava formada, e em seguida já entramos em estúdio pra gravar, tudo seguindo todos os cuidados, claro. A receptividade da mídia e do público para com a Malvada sempre foi muito boa, somos muito gratas a isso, acredito que pelo fato de sermos carentes de bandas formadas só com mulheres, cantando em português e fazendo rock, com certeza isso foi um diferencial, mas além disso sempre buscamos fazer um trabalho profissional, tentando linkar redes sociais com ensaios de fotos, com as músicas e os clipes, assessoria de imprensa, merchan e tudo que envolve imagem, essa conexão é muito importante, além de sempre buscar fazer shows profissionais e de boa qualidade.

 

As performances da banda no palco deram um grande destaque, até pelo trabalho da Angel Sberse com vocês e agora com a Indira Castillo continuando o trabalho. Poderia nos adiantar como será essa ‘Nova Era’ da Malvada?
Juliana: A Nova Era da Malvada envolve muita coisa, de identidade visual à sonoridade. Com a entrada da Indira nós ganhamos a oportunidade de buscar inovar mais ainda no nosso próximo álbum, tendo em vista que a Indira vem de uma linhagem do jazz/blues rock, e isso vai acrescentar muito no nosso som. Queremos que seja bastante diferente do primeiro álbum, queremos que soe mais moderno e principalmente mais acessível aos ouvidos do público geral, o objetivo é tentar “furar a bolha” nesse próximo trabalho, com letras mais diretas e que as pessoas consigam se identificar, estamos com a cabeça totalmente diferente nessa nova era. O trabalho segue buscando se consolidar cada vez mais no cenário do rock nacional.

Foto: Caike Scheffer

O que chama bastante atenção, é as composições explosivas. Um dos primeiros vídeos que vi, foi um cover do Greta Van Fleet e achei fantástico como botaram a cara de vocês. Como funciona a escolha de repertório no show? Vimos que você assume a guitarra em algumas músicas e tem aquela troca de posições.
Juliana: A troca de instrumentos acontecia com a antiga formação por que nós gostávamos de brincar de tocar outras coisas, rs, não era nada “oficial”, fazíamos quando havia a oportunidade, por pura diversão. Nós fazemos vários tipos de shows, depende muito do lugar, fazemos show somente autoral, as vezes autoral e mais alguns covers, as vezes fazemos tudo misturado, depende muito do objetivo, somos uma banda independente e precisamos nós mesmas financiar todo o trabalho que temos, mas a gente sempre tenta escolher um repertório que combine com cada lugar que tocamos.

Falando sobre a ‘Nova Era’ e a entrada da Indira ao time. Como foi o convite e a escolha dela em compor o time com vocês? Visto que a Indira caiu como uma luva na equipe e nas característias da banda.
Juliana: A Indira já estava próxima da gente a um tempo, conhecemos ela ano passado e começamos a acompanhar o trabalho dela desde então, a admiração foi forte e aconteceu desde a primeira vez que vimos ela cantar, depois disso ficamos amigas e ela já estava meio que envolvida na nossa vida, de certa forma, então quando a gente precisou pensar em quem chamar para a banda, o primeiro nome que veio a cabeça foi o dela, e foi opinião/consenso geral da banda e equipe, decidimos e eu liguei para ela para fazer este convite. Não tinha muito o que pensar pois já conhecíamos ela como profissional e como ser humano, estava aprovada antes dela entrar rs.

Uma importante lembrança é sobre o tempo. Você é professora de bateria, então tem contato com o instrumento diariamente. Como conciliam o tempo a agenda da banda?
Juliana: Confesso que é bem cansativo, rs, durante a semana dou muitas aulas pela school of rock, de segunda a sexta, e os fds sempre tem shows da banda, fora os ensaios durante a semana e sessões de composição/produção, entrevistas e/ou gravações de conteúdo, é preciso organização e principalmente vontade de fazer acontecer, se não tiver objetivo, tudo fica muito maçante. Mas em um geral a vida é bastante corrida para dar conta de fazer tudo.

Falar em Agenda, foi anunciado boas datas e o que virá a ser uma tour. Preparam algo para alcançar novas regiões com a banda?
Juliana: Sim, com certeza, já estão surgindo convites para tocarmos em outros estados e o objetivo é começar a sair cada vez mais. Vamos tocar bastante por SP e região como sempre, mas estamos com muitos planos para tocar em outras regiões do Brasil, logo menos esperamos poder contar novidades sobre isso.

Tem previsão de um novo disco? Curiosidade é grande. Há algum spoiler para nossos leitores em primeira mão?
Juliana: Com certeza! Desde o começo do ano estamos trabalhando na composição desse álbum junto com nosso produtor musical Giu Daga. Com a troca de vocalista estamos tendo que fazer alguns ajustes, mas já posso contar que esse álbum vai contar com grandes composições, estamos com um time bastante alinhado. Provavelmente teremos single novo até agosto.

Nesta nova formação já existe músicas em fase de composição ou já tinha alguma coisa pronta guardada para ser lançado?
Juliana: Não havia nada pronto para ser lançado, tudo está em fase de composição/produção, e sim, já temos projetos de música com a Indira, que chegou chegando e contribuindo com várias composições para esse novo trabalho, que terá todo o toque especial dela, tenho certeza que todos vão adorar. Estamos focadas em fazer o melhor.

Tinha mais muitas e muitas perguntas, mas queria agradecer pela disponibilidade e deixar esse espaço para uma mensagem aos nossos leitores e fãs da Malvada. Obrigado, Juliana!
Juliana: Eu que agradeço o espaço, foi um prazer contar mais um pouco de mim e da Malvada! Estamos juntos sempre.

Gremista, catarinense, gamer, cervejeiro e admirador incessante do Rock/Metal. Tem como filosofia de vida, que o menos é mais. Visando sempre a qualidade invés da quantidade. Criou o site 'O SubSolo" em 2015 sem meras pretensões se tornando um grande incentivador da cena. Prestes a surtar com a crise da meia idade, tem a atelofobia como seu maior inimigo e faz com que escrever e respirar o Rock/Metal seja sua válvula de escape.