Conceitos bem definidos, temas sólidos e uma aura melancólica. Formada em 2021 na cidade de Porto Alegre por membros de bandas locais já bem estabelecidas e oriundas de outras vertentes musicais,a Margai traz esses elementos de forma madura para seu universo.
Abraçando a mistura do Doom Metal com o mim Gothic, tendo lançado até o presente momentos as faixas “Funeral” e “Past”, ambas com videoclipes bem desenvolvidos, a banda apresenta um pouco de sua visão nessa conversa realizada com seu vocalista Fabiano Laroca.
Com membros egressos de bandas de outras vertentes musicais, a Margai seguiu pelo gothic/doom. Como isso ocorreu? De onde vem as influências musicais de gênero da banda?
Fabiano Laroca: Primeiro queremos agradecer pelo espaço e apoio do site O Subsolo. Realmente os membros da Margai trazem influências de várias vertentes musicais, em especial do underground do rock feito no sul do Brasil, mas, a ideia do Gothic/Doom partiu de mim ambos são gêneros musicais que me acompanham na minha formação musical, só que nunca tinha tido a oportunidade de expressar esse gosto pessoal em canções. Foi quando convidei o guitarrista Felipe Pacheco para um projeto baseado no Som de Bristol, downbeats e Trip Hop e o projeto foi ficando com o jeito de Doom, era o início da pandemia e resolvemos tentar algo novo foi quando sugeri transformarmos aquele som em downbeat em uma pegada mais pesada, mais metal, então começamos a construir o projeto Margai, isso entre o final de 2020 e início de 2021. Influências de Metal Tradicional e Rock Progressivo estavam presentes em Riffs e Solos, Black Sabbath, Metallica, Pink Floyd, Rush e alguns sons mais específicos como as bandas de Doom Tradicional como Candlemass, Saint Vitus, bem como o Gothic/Doom produzido pela Peaceville Records no início dos anos 90, com bandas como Paradise Lost e My Dying Bride. Com essa mistura toda e o ingresso do baixista Deble, como fortes influências do Rock Progressivo e do Sabbath, estava formado o núcleo da Margai, que agregou, ainda, a vocalista Juliana e atualmente o baterista Rafael Pavão.
Como ocorreu a conexão dos músicos da banda para formá-la?
Todos os músicos se conheceram nas estradas do underground musical do Rio Grande do Sul, participações em festivais, encontros em estúdio, fomos nos conhecendo e, mesmo com a pandemia conseguimos com o auxílio da tecnologia manter a comunicação e a criação das canções.
Voces tem dois singles lançados, Funeral e Past. Ambos ganharam videoclipes bem interessantes. Falemos de Funeral. O que podem contar sobre a temática e o conceito do clipe?
A música hoje está cada vez mais visual, difícil imaginar nas redes sociais uma música sem imagem, o videoclipe além de atender esta demanda consegue trazer uma mensagem que amplia aquela originalmente pensada para a canção. Tínhamos 07 músicas e um álbum com canções que acabam se interligando, narrando a trajetória de um personagem central até a sua morte, foi quando o Felipe apresentou uma canção instrumental sem nome e ao escutar não tive dúvida que deveria fechar o álbum e retratar a morte deste personagem, daí o título Funeral, o videoclipe teve roteiro de minha autoria e acaba refletindo um pouco da minha experiência pessoal. No clipe vemos um filho na jornada de despedida do pai, a ideia é rito final de despedida, sendo que o pai é representado pela lenda do metal gaúcho, Flávio Soares da banda Leviaethan, na verdade ele é o fantasma do pai morto que acompanha o filho até o rito da partida, com as cinzas jogadas na água. O Felipe no clipe representa o anjo da morte que acompanha esta jornada e no final leva a alma do pai.
Partindo para Past. O que podem nos falar a respeito desse material?
Past já é um doom tradicional, com um riff cavernoso no início e aquele andamento arrastado, aqui a banda está dentro da sua ideia original, Past fala de como o passado está sempre presente em nossas vidas. Tudo que vivemos fará sempre parte de nós. Já no clipe a mensagem é de como a música pode fazer voltarmos no tempo, sentirmo-nos jovens novamente. Gravado no clássico Teatro de Arena de Porto Alegre tem a participação de duas amigas Vanessa e Beatriz, que junto com a Juliana representam a mesma pessoa em três momentos de sua vida.
Uma das marcas da banda é o trabalho grafico das artes. Quem é o responsável pelos materiais e qual o conceito?
A preocupação desde o início em comunicar bem com o público através do material gráfico, passar a mensagem já na arte visual, foi quando encontrei num site de busca o trabalho deste grande ilustrador mato-grossense Aurélio Lara, passei para ele as ideias, ele me mostrou outras e chegamos as artes do logotipo, singles e do álbum, que se chamará NEXT, sempre com a presença do Margai (felino americano), que dá também o nome a banda. As artes procuram refletir o conteúdo da canção e só temos elogios ao trabalho do Aurélio.
Single a single vocês preparam o caminho para o lançamento de seu primeiro full album, Next. Existe uma data prevista para o lançamento? Quais detalhes dele podem adiantar?
Sim, produzir é algo trabalhoso, todo músico sabe disso, ainda mais num período pandêmico, então optamos por lançar alguns singles antes do full. O álbum Next terá 8 canções, todas na linha doom, com influências de gothic, progressivo e até um pouco de stoner e hard rock. A nossa previsão é lançar o álbum ainda no primeiro semestre de 2022.
Até o lançamento dele, quais outros materiais virão?
Pretendemos lançar dois singles antes do álbum ainda, as canções SON e TIME, as capas também com a assinatura do Aurélio já estão produzidas.
Obrigado pela atenção, deixem uma ultima mensagem.
Só temos que agradecer novamente pelo espaço e por todos aqueles que tem nos ajudado nessa caminhada, em especial ao público que tem nos dado uma boa recepção por estas primeiras canções. E acompanham a banda nas redes sociais. Obrigado Subsolo.