sexta edição do Santana’s Sunday, festival que acontece na cidade de Lages/SC. Em
uma conversa descontraída com as redatoras do SubSolo, os integrantes da banda
falaram sobre sua carreira e também relataram algumas curiosidades. Confira
como foi esse bate papo.
Florianópolis (SC) no ano de 2011 e passou por apenas uma mudança de formação desde
então, entretanto ocorreram somente dois shows com a formação antiga e nessa
época ainda não havia nada gravado. As músicas compostas pelos ex-integrantes
ainda fazem parte do repertório da banda e a autoria continua sendo dedicada a
eles.
integrantes já se conheciam entre si e até costumavam tocar juntos. Fabrício (vocal) citou que ainda não conhecia o Gustavo (baixo), mas após o Felipe (guitarra) ter mostrado vídeos do Gustavo tocando, eles resolveram
chamá-lo para fazer um teste, então Gustavo acabou ficando na banda. O último a
entrar foi o Igor (baterista).
não houve um motivo específico para a escolha: “a gente tem
um grupo no facebook, aí fizemos um brainstorming para cada um ir falando os
nomes que vinham na cabeça […] então Red Razor foi um nome que soou bem,
tinha uma repetição de R e permitia fazer uma logo bacana” (Fabrício).
O metal tem vários estilos, mas qual o
motivo da Red Razor ter escolhido o Thrash? “Para
mim foi uma escolha natural, o comum é você querer tocar o que mais gosta de
ouvir” (Fabrício). “Eu entrei um
pouco depois […] Thrash é um dos estilos que eu mais curto ouvir e tocar e a
proposta quando eu entrei já era essa […] eu também escuto bastante Death
Metal e já tentei montar uma banda pra tocar Death Metal, mas como a proposta aqui
era Thrash… às vezes a gente até coloca algumas influências de outros estilos
que a gente escuta […] a gente tenta não ficar muito fechado […] tanto que
tem música nossa com influência de Black Metal em alguns trechinhos, por
exemplo” (Gustavo).
Ainda sobre o estilo de música da banda, eles citaram: “Como música não é nosso ganha pão, a gente faz o que gosta, toca o estilo que gosta” (Fabrício). “Sem nenhuma preocupação em ser comercial, se vai dar dinheiro ou se não vai […] primeiramente é pra agradar a gente e se as pessoas também gostam… legal!” (Igor).
Fabrício é o responsável pela composição das letras.
Questionamos como ele se inspira para escrever, então o vocalista citou
os seguintes tópicos: cerveja, pizza, política, a história do movimento Thrash,
história de maneira geral e filmes.
Todo mundo sabe que viver de música
não é fácil, ainda mais quando se fala em metal. No caso da Red Razor, cada um
dos integrantes tem seu emprego e tentam equilibrar a vida comum com a banda. “A gente acaba se limitando a fazer shows
tipo no fim de semana, fica difícil planejar uma turnê de semanas seguidas
[…] às vezes a gente pega uns dias de folga e vai fazer uns shows, como
fizemos em São Paulo, três shows no mesmo fim de semana” (Fabrício). “Dá um pouco de transtorno mas a gente dá um
jeito” (Felipe). “O Brasil ainda não
tem um circuito pra fazer uma turnê, nem banda grande faz isso no Brasil […]
a última banda que conseguiu fazer, que eu achei muito foda, foi o Torture
Squad […] mas se você for procurar, de muitos anos pra cá não tem tido banda
nenhuma que faz isso no Brasil” (Igor). Três shows seguidos foi o máximo
que a Red Razor conseguiu fazer até hoje:
“a gente emendou o feriadão de Tira Dentes, fomos pra São Paulo e tocamos
sexta, sábado e domingo […] só pegamos folga na sexta e na segunda”
(Fabrício).
E se eles pudessem viver só de música,
eles viveriam? Sim! Com certeza! Mas, segundo eles: “a gente é pé no chão” (Igor). “É uma meta, mas é uma meta que a gente sabe que é improvável, então não
adianta criar expectativa pra se decepcionar depois” (Fabrício).
Sobre a repercussão do “Beer
Revolution”, que também foi lançado no exterior, eles explicaram: “a gente conseguiu uma gravadora na
Irlanda, dai eles mandaram pra outros lugares do mundo” (Igor). “Como eles tem um selo, eles fazem trocas com
outros selos, então por causa desse lançamento o nosso CD pôde ser encontrado
em outras diversas lojas em outros países da Europa principalmente, embora
também tenha a venda na China, no Japão, México, graças ao selo”
(Fabrício). Foram lançadas várias resenhas sobre o “Beer Revolution” ao redor
do mundo: “a gente teve várias resenhas
em vários países logo que o disco saiu […] as resenhas foram iniciativa
nossa, a gente mesmo mandou o disco ou e-mail […] mandamos pra mais de
100 e conseguimos umas 20 ou 30 resenhas no exterior, em países como Turquia,
Holanda, Estados Unidos, Japão, Alemanha e outros” (Fabrício).
exterior a banda acabou recebendo feedback a respeito disso. “Às vezes é engraçado
[…] normalmente o pessoal comenta nas postagens de bandas estrangeiras ‘come
to Brazil’ […] já aconteceu de a gente fazer postagem e alguém comentar ‘come
to Mexico’” (Fabrício). Além disso, o reconhecimento foi formalizado através de
uma publicação em revista: “em fevereiro
deste ano a gente foi selecionado na Rock Hard, que é uma das principais
revistas da Alemanha, como a banda independente do mês, então isso gerou
bastante feedback” (Fabrício). Após o reconhecimento foram vendidos mais
CDs da Red Razor.
exterior, será que eles não vão tocar em outros países? “Lá
pra fora a gente ainda não teve como ir, a gente quer ir, mas tudo no seu tempo
[…] um dia a gente vai” (Igor). “Às
vezes o trabalho impede a gente de fazer isso” (Felipe). “Demos uma entrevista para um blog na França
e no final da entrevista o rapaz disse ‘se um dia vocês tocarem na França, me
avisem que que quero ir’” (Fabrício). “Mas
um dia a gente toca lá na França (risos)” (Igor).
mas já rodaram várias cidades no estado de Santa Catarina e também passaram por
outros estados: “Fizemos dois shows no
Paraná, um no Rio Grande do Sul e três em São Paulo” (Fabrício). “Daqui a pouco vai rolar mais coisa”
(Igor). “É só a gente conseguir se organizar
e fazer a turnê […] tem as questões de trabalho […] mas quando a gente mete
a cara costuma ir atrás das coisas e conseguir […] se puxar alguns contatos
acredito que tem abertura para tocarmos em outros lugares” (Felipe).
beer” foi uma produção totalmente autoral da banda. Eles utilizaram uma GoPro
(que estava com defeito) e também seus celulares. As imagens foram gravadas de
maneira muito espontânea enquanto eles passeavam pelas ruas da cidade. “O nosso clipe foi feito basicamente saindo por Florianópolis fazendo
palhaçada e a ideia que dava na hora a gente filmava” (Igor). “O problema é que às vezes a gente gravava
umas coisas muito legais, ia ver e não tinha gravado nada” (Fabrício). Algumas
imagens foram gravadas individualmente por cada membro da banda e colocadas no
clipe. As partes em que Fabrício aparece cantando sozinho foram gravadas
enquanto ele caminhava ou dirigia em direção ao seu trabalho. Eles gostaram do
formato desse clipe, pois foi totalmente natural. “Eu acho que a maioria dos clipes são muito assépticos […] é como se
a pessoa estivesse atuando” (Fabrício). Outro clipe da banda mostra trechos
de shows.
questão de mostrar que é uma banda de Florianópolis, pois a ponte Hercílio Luz, cartão postal da cidade,
aparece em evidência na capa do “Beer Revolution” e também no clipe de “Wish
you were beer”. Igor explicou que gosta muito de Florianópolis, mesmo não sendo
natural dessa cidade, mas já vive lá há bastante tempo. Eles gostam de dizer
que a banda é “True Florianopolitan Thrash Metal”, conforme explica o
vocalista: “Quando eu viajei algumas vezes
para a Europa, em festivais percebi que as bandas da Noruega fazem muita questão
de dizer que são True Norwegian Black Metal […] em todos os lugares todo mundo
faz questão de dizer de onde é, mas aqui no Brasil as pessoas parecem ter uma
certa vergonha, então a gente queria ir na contra mão dessa vergonha e dizer
que a gente é do Brasil, é de Floripa” (Fabrício).
não quiseram citar bandas em específico e explicam: “Acho
que nosso som puxa muito pro Thrash americano, apesar de eu gostar muito do
Thrash alemão […] eu também adoro Sepultura e etc […] eu acho que lembra
bastante Exodus, ou até Metallica” (Felipe). “Se puxar umas músicas bem do início, pega uma época que eu estava muito
no Violator” (Igor). Segundo a
banda, na faixa intitulada “Red Razor” muitas pessoas costumam ver influências
do Kreator e do Thrash alemão no geral, ou seja, não há influências exatas.
Para quem curte metal nunca faltará
ídolos e bandas excelentes para ouvir. A Red Razor já dividiu palco com bandas
muito admiradas por eles. Os integrantes citaram nomes como: Korzus, Havok,
Volcano,Torture Squad, Voodopriest, MX e muitas outras.
trabalho. Eles pretendem concluir as músicas novas e gravá-las em breve: “a gente já está com praticamente oito
músicas prontas […] ainda precisa trabalhar um pouco mais nelas, mas acredito
que para o ano que vem vamos lançar” (Gustavo). “A gente eventualmente vem tocando algumas músicas novas nos nossos
shows” (Felipe).
músicas em inglês. Sobre a possibilidade de compor músicas em português, os
membros da banda acham que seria legal, inclusive Felipe já havia sugerido isso
no início da banda. “A gente tem uma
abertura lá fora por fazer músicas em inglês […] é um idioma universal e
assim a gente consegue chegar mais longe […] mas acho que mais tarde a gente
deve fazer alguma música em português” (Felipe). É difícil escrever música em português […] mas pode rolar […] não
precisa ser a letra inteira, pode ter uma palavra no meio, alguma referência
[…] é possível” (Fabrício).
CURIOSIDADES SOBRE A RED RAZOR
algumas curiosidades que a galera da Red Razor deixou escapar durante a
entrevista:
Igor costuma não gostar dessas conversas. – Você acredita em astrologia? Eles não.
Mas a gente revela os signos deles para vocês: Fabrício é leonino; Gustavo é
virginiano; Igor e Felipe são cancerianos. – Fabrício não gosta de Pantera. – Gustavo é alvo de piadinhas na banda
porque ele é morador de Palhoça e não de Florianópolis. – Igor também é baterista da Deadpan e
o problema é quando coincidem as datas dos shows. – Fabrício é considerado o chefe da banda, portanto ele é o “chato” (segundo ele mesmo). – Felipe, Gustavo e Igor são
programadores de software, mas Igor não atua nessa área. – Na verdade Igor é jogador profissional
de poker, mas não gosta muito de contar isso às pessoas. – Fabrício é formado em Direito e atua
como servidor público. – Quando viajam para os shows eles vão
em um carro, onde deve caber: os quatro integrantes, seus instrumentos, o
merchan da banda e seus objetos pessoais. – O braço direito de Fabrício é cheio
de pulseiras de festivais europeus em que ele esteve. – É meio óbvio, mas a música “Wish you were
beer” é um trocadilho com a música do
Pink Floyd. – Harmonia na banda? Nem sempre. Segundo
Igor, eles discutem o tempo todo e já estão tão acostumados com isso que acaba
sendo natural.
disponibilidade da banda e parabeniza-os pelo trabalho. Vida longa ao True
Florianopolitan Thrash Metal.