
Robson, O SubSolo agradece sua disponibilidade em nos ceder esta entrevista e parabeniza o excelente trabalho realizado pelo Orquídea Negra durante todos esses anos carreira. O cenário em que o Frai’n Hell está acontecendo hoje é mesmo cenário onde acontecia o antigo Orquídea Rock Festival, um festival promovido por vocês. Após alguns anos sem o fest, bateu uma saudade?
Nós sabemos que cada integrante da banda tem sua profissão e sua vida além da música. Quando vocês resolveram investir “de verdade” no trabalho autoral do Orquídea Negra, a intenção era viver de música, ou vocês pretendiam levar a banda como um hobby?
Robson Anadon: Nós até vivemos de música por um tempo, mas depois fomos ficando mais velhos e fomos tendo outras prioridades. Viver da música hoje em dia não dá, é muito difícil.
A banda teve diversas mudanças de formação ao longo da carreira, alguns integrantes saíram, depois retornaram. A banda chegou a dar algumas paradas. Hoje em dia vemos o Orquídea muito ativo, inclusive vocês andaram compondo algumas músicas após o lançamento do último disco. Isso quer dizer que o Orquídea pretende continuar na ativa nessa formação atual?
Robson Anadon: Sim! Com certeza! Nosso baterista está morando em São Paulo, ele foi trabalhar lá. Mas já estamos com quatro músicas novas. Hoje tocamos uma nova no show. Pretendemos gravar quatro músicas ano que vem, mas não gravar um disco inteiro. Depois queremos fazer mais músicas e gravar novamente. Nós nunca pensamos em parar.
O último trabalho lançado pelo Orquídea Negra foi a participação no tributo ao Motörhead “Going To Brazil”, onde diversas bandas brasileiras gravaram covers para homenagear essa lenda do Metal. Como foi a experiência?
Robson Anadon: Fomos a única banda de Santa Catarina. Foi uma experiência excelente! Nós escolhemos a música “I Ain’t No Nice Guy” porque as músicas do Motörhead são todas bem parecidas, e essa música que escolhemos é totalmente diferente. Pensamos em gravar essa música para chamar atenção mesmo, porque ela destoa do restante. É um CD duplo com 30 bandas no total, e a nossa música ficou muito diferente porque todas são mais pauleira e a nossa é uma baladinha. Fizemos isso para falarem bem e também para falarem mal. Agora nós vamos participar do tributo ao Black Sabbath, que sai em 2018. Depois vai sair o tributo ao AC/DC, que nós vamos participar também. Não sei se eu podia falar, mas agora já foi (risos).
A cena continua sempre viva. Tem muita banda nova surgindo, tem festivais rolando. Nos dias atuais há uma facilidade muito grande em divulgar material na internet. Você que está há mais tempo na estrada, como percebe a cena de Rock e Metal underground atualmente?
Robson Anadon: O cenário está um pouquinho complicado, podemos ver isso pelo festival que estamos hoje. Nós ficamos um pouco chateados porque é organizado por um pessoal que a gente conhece. Eu esperava que tivesse mais gente. Lembro do Orquídea Rock Festival, que tinha barraca por todos os cantos. Hoje, chegando aqui, fiquei triste. Mas quanto às bandas, tem muita banda boa aparecendo. A cada ano aparece uma enxurrada de bandas novas e excelentes. A qualidade de gravação mudou muito, hoje você pode gravar até em casa com uma qualidade muito boa, isso ajuda bastante as bandas. Fico muito feliz com isso.
Quando nós d’O SubSolo temos contato com bandas bem sucedidas, costumamos pedir para que deem algumas dicas para a galera que está começando agora. Você tem algum conselho para compartilhar?
Robson Anadon: Nunca desista! Sempre lute! Continue fazendo principalmente o que você gosta. Não dê ouvidos a quem diz pra você não tocar determinada coisa, faça o que você gosta de fazer. Se você acredita na sua música e no seu trabalho, vá em frente! Never Surrender!
Robson, novamente agradecemos pela oportunidade de realizar essa entrevista contigo! Para encerrar, você gostaria de deixar um recado aos fãs do Orquídea Negra?
Robson Anadon: Continuem curtindo nosso trabalho. Tenham certeza absoluta que tudo que nós fazemos é com o maior amor e o maior carinho. Não fazemos isso por esporte nem por intenções financeiras. Fazemos Heavy Metal porque gostamos do que fazemos. Nós sentimos prazer em estar no palco tocando nossa música pra galera que gosta.
Entrevista por: Jordana Aguiar e Karine Nunes