Esta semana nós tivemos a oportunidade de entrevistar o músico, guitarrista e compositor Rodrigo Berne e a musicista, compositora e vocalista Dani Nolden. Berne é natural de Varginha/MG e foi integrante da banda Tuatha de Danann. Dani é natural de Santos/SP e também integra a banda Shadowside. Confira a entrevista!






Qual o motivo de ter deixado o Tuatha de Danann?



Rodrigo Berne: Fazer uma banda nova. Acredito que tenho que estudar e tocar coisas diferentes. A banda continua bem, então está tudo certo.




Poderia nos contar um pouco sobre a história do Lakunna? 

Rodrigo Berne: A banda foi formada em 2017 por mim e mais dois amigos. Estávamos a fim de fazer um som mais pesado e moderno, uma coisa mais voltada para bases pesadas e groove. E também decidimos que isso seria em português. Resumindo, é algo bem fora do que eu já fiz na música. Isso me ajudou a ver um lado bem diferente na forma de tocar, e os músicos ali também me ajudaram nisso, me tirando da zona de conforto.






Como você chegou ao nome da Dani Nolden (Shadowside) para integrar ao time da banda?



Rodrigo Berne: A gente queria ter uma mulher nos vocais. Foi uma busca que demorou um pouco. Eu conheço a Dani já faz um tempo, e em um certo momento resolvi fazer o convite e ela gostou do som e entrou na banda. Isso foi demais, sendo que ela já tem muita experiência e pode ajudar muito a banda.



Quando você conheceu o Berne? 
Dani Nolden: Eu o conheci mais ou menos em 2003, 2004, através do trabalho dele no Tuatha de Danann. Fui a um show deles em Santos, e sempre acabávamos frequentando os mesmos eventos, como a Expomusic. Sempre gostei do que ele faz, tanto no estúdio quanto no palco.
Como aconteceu a sua entrada para o Lakunna?
Dani Nolden: Eu não sei se eles já estavam planejando algo, mas tomei um susto quando eles me convidaram, porque eu não estava esperando (risos). Um dia, o Berne me mandou uma mensagem me falando que estava começando esse novo trabalho, me perguntando se eu tinha interesse em ouvir do que se tratava. Como eu gosto do trabalho dele e a ideia do som do Lakunna me pareceu bastante interessante, eu logo falei que queria ouvir sim. Começamos a conversar mais, ele me mostrou algumas demos e achei o som sensacional. Eu estava com dificuldade de achar um tempo pra gravar uma demo pra ele e pro pessoal da banda com a minha voz, mas depois falarmos bastante sobre o trabalho, imagino que ficou claro pra todos nós que a coisa ia dar certo, então eles oficializaram o convite e eu aceitei na hora. Depois disso, finalmente consegui gravar uma demo pra eles ouvirem como ficaria o som na minha voz e tudo começou a tomar forma! Eles agora estão compondo já com a minha voz em mente, e o som do Lakunna está ficando cada dia mais natural pra mim. O início foi bem desafiador, porque era algo que eu nunca tinha tentado fazer antes, mas todos na banda me deixaram muito tranquila e confortável o tempo todo. Estou muito feliz de ser parte da banda!
Você é uma vocalista conhecida internacionalmente e um dos maiores nomes de nosso país. Com sua experiência com o Shadowside e também por ser uma banda com estilo diferente, como você acha que vai poder contribuir para a música do Lakunna?
Dani Nolden: Acho que justamente a minha bagagem musical em um som diferente e estilo de cantar dão um toque moderno ao som do Lakunna… a música do Lakunna em si já é moderna, atual e pesada, e seria interessante com qualquer voz, mas como minha voz tem um timbre que normalmente não se ouve nesse tipo de som, acaba sendo um detalhe a mais, que pode ser interessante tanto para os fãs de Metal quanto para os fãs de um Rock mais alternativo, mais moderno. A música do Lakunna me permite explorar a minha voz de maneiras novas, experimentando nuances que nem sempre cabem no Heavy Metal, mas aquela minha influência do Metal sempre vai estar lá de um jeito ou de outro, porque é o que eu tenho feito durante toda a minha carreira. Acho que vou acabar abordando as músicas de uma forma diferente da que alguém que está mais acostumado ao estilo abordaria, então imagino que toda essa combinação vai acabar trazendo coisas novas. Eu gosto muito de cantores como Chris Cornell e bandas como Skunk Anansie, então o que vou fazer com o Lakunna naturalmente vai ter um toque dessas coisas fora do Metal que gosto de ouvir, mas executado da forma que eu estou acostumada a fazer no Shadowside, então acredito que vai ficar algo bem único. Eu sempre quis cantar algo nessa linha, vai ficar bem pesado, ao mesmo tempo que vai ter um toque mais suave em alguns momentos, pra combinar com os temas bem profundos que eles estão explorando nas letras. Eles me deixaram à vontade pra participar das composições, então tenho amadurecido algumas ideias pra apresentar pra eles. Por enquanto, estou contribuindo só com a interpretação e algumas sugestões nas melodias, mas com o tempo, imagino que vou absorver mais o som da banda e começar a conseguir mostrar algumas coisas que podem caber no som do Lakunna. Eu imagino, e espero, que essa parceria seja bem longa, então vamos ter bastante tempo pra extrair muita música disso!
Tive a oportunidade de ouvir uma música do Lakunna e está bem diferente dos seus trabalhos anteriores. De onde surgiu a ideia de fazer uma música mais pesada, moderna, sombria e com letras em português? 
Rodrigo Berne: Não faz sentido eu tocar Folk Metal neste momento em uma banda autoral, eu só poderia fazer algo daqui pra frente que fosse totalmente diferente, algo que mudasse algo na minha forma de tocar e fazer música e essa foi a saída. Também eu me sinto uma pessoa bem mais fria do que antes, algo mudou profundamente em mim após a minha saída do Tuatha, o mundo me parece um lugar bem perigoso e complicado, isso acabou gerando músicas assim.

Conte-nos um pouco sobre a gravação e processo de composição das músicas. 

Rodrigo Berne: Faz um ano que estamos compondo. No momento estamos fazendo guias e terminando a parte de voz. Em abril gravaremos o primeiro single, assim o pessoal vai poder conhecer a banda. Uma coisa interessante no Lakunna é que já estamos pensando no segundo CD rs… a gente planejou um tipo de som bem mais lento e carregado para o primeiro álbum, o que pode não acontecer no segundo. A banda tem esse lance. 



Quais são os próximos planos da banda?
Rodrigo Berne: Gravar o primeiro CD no primeiro semestre e começar a tocar. 




Você gostaria de deixar uma mensagem para seus fãs? 



Rodrigo Berne: Quero agradecer às pessoas que ainda acreditam que eu posso fazer algo relevante na música, também espero que elas continuem com a mesma paixão pelo o Tuatha. 




Banda
Rodrigo Berne – guitarras

Dani Nolden – vocais
Allan John – baixo
Gabriel de Paiva – bateria



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