A Voorish é um dos grandes destaques da atual cena catarinense do Metal Extremo, tendo construído sua imagem a partir de shows memoráveis e performances grandiosas.

Formada durante a pandemia, em meados de 2021, e influenciada pelo cenário apocalíptico contemporâneo, a Voorish é uma banda de Black Metal que traz em suas letras sombrias e carregadas de uma energia vil, temas como a misantropia e o satanismo, reforçando a aura maligna e funesta de suas composições. A banda conta em sua formação com o vocalista Devil From Chaos, o guitarrista Servus Inferni, o baixista Scepticismi Defensoris e o baterista Umbra Entitatis.

Conversamos com o guitarrista Servus Inferni que nos contou um pouco da trajetória da banda, as polêmicas que cercam a cena do Black Metal e os planos da Voorish para o futuro.

Vocês recentemente lançaram o primeiro single e videoclipe da banda, mas o nome da Voorish já vinha se construindo bem antes disso. Como foram os primeiros passos da banda e como obtiveram um nome tão significativo no underground catarinense antes mesmo do primeiro lançamento?

Os primeiros passos se deram durante o período pandêmico, criando músicas nos ensaios e acredito que a banda teve um crescimento mais rápido devido aos integrantes já serem conhecidos no underground por causa de  suas outras bandas, acredito que a experiência no meio facilitou muito as coisas.

Em tudo que envolve a banda, temos observado um posicionamento bem claro contra o extremismo que permeia algumas bandas de Black Metal. Porque vocês acham necessário ter essa postura tão evidente?

Somos contra a qualquer tipo de extremismo, acreditamos na liberdade de expressão como uma forma universal, na liberdade do ser humano de ser o que quiser, desde que isso não faça mal a ninguém, bandas que são muito radicais fazem isso para chamar atenção na maioria das vezes, nós da Voorish queremos trazer no nosso show um espaço democrático, com som pesado e livre de qualquer tipo de preconceito. Nosso compromisso é com o som e não com discurso de ódio genérico de internet.

E na opinião de vocês, todos os artistas devem se manifestar publicamente acerca de assuntos que atacam diretamente a nossa sociedade?

Se manifesto mudasse o mundo, estaríamos livre de racismo, homofobia e fascismo há muito tempo, muitos artistas surfam nessa onda de querer ajudar o próximo, mas só vejo isso na internet, muitas vezes para se autopromover. No nosso ponto de vista,  a internet é importante, sim, mas não é só texto que muda a história, mas sim atitude, se você ver alguma minoria ser oprimida, o que é bem fácil de se ver, nesse momento que botamos o nosso manifesto em prática. Cada um tem seu momento para se manifestar, mas se no seu dia-a-dia você está ajudando alguém, você já está fazendo a diferença.

“You Are Nothing” é o primeiro lançamento da Voorish e nos apresenta à proposta da banda. Nos expliquem a escolha dessa música como debut e o que mais podemos esperar de lançamentos.

A gente gosta muito dessa música devido a sua variedade de riffs e passagens, além de ser divertida de tocar, escolhemos ela pois mostra as diversas nuances das nossas músicas. Logo iremos lançar nosso primeiro disco que está em fase de mixagem, serão 8 músicas que já tocamos no nosso show.

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Como vocês enxergam a cena do Black Metal no Brasil atualmente? E no mundo?

No Brasil o pessoal parou no tempo dentro do Black Metal, parece até uma receita de bolo, tudo tem que soar igual, agir feito um troll e achar que o estilo musical é uma ideologia. É apenas um estilo musical como qualquer outro,  não tem problema inovar dentro, ir além, levar uma jornada musical e não ficar apenas no satanismo genérico e composições sem sal. No mundo temos diversas bandas que trazem elementos de black metal de forma inovadora, algumas com elementos progressivos, eletrônicos ou culturais de seu país. Muitas bandas novas trazendo temas sobre depressão, ansiedade e diversas doenças,  são pontos importantes, pois a sociedade está doente, está depressiva.

Por falar nisso, como foi a experiência de tocar com o Enthroned?

A experiência foi muito legal, os integrantes do Enthroned são gente boa, trocamos ideias com eles, galera do Nervochaos e Introtyl também, evento foi muito pontual e bem organizado. Estamos bem agradecidos de ter participado.

E vocês já têm outras datas de shows marcadas para esse ano?

Por enquanto nada concreto, mas há uma ideia de fazer shows em outros estados em outubro.

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Obrigado pela disponibilidade de vocês, o espaço está aberto para vocês deixarem uma mensagem para seus fãs e para os leitores d’O Subsolo.

Obrigado mais uma vez pelo espaço e por todo amor que vocês têm pelo underground, vocês sempre estão carregando a bandeira contra as injustiças e a favor da diversidade, diversidade que o metal precisa cada vez mais.

A Hell Yeah Music Company surgiu em 2020 a partir do sonho de dois amigos, Luis Fernando Ribeiro e Leandro Abrantes, que se conheceram há 15 anos por meio do Heavy Metal e tomaram-no como trilha sonora de suas vidas e matéria prima de sua arte. Respeito, valorização, criatividade e amor pelo que fazemos são nossos pilares. A #HYMC nasceu para quebrar padrões, ignorar estereótipos e dar suporte às bandas brasileiras que compartilham do mesmo sonho que nós. Baseada em Florianópolis, SC, a Hell Yeah atende bandas de todo o Brasil e de Portugal. Hell Yeah Music Company, música como experiência.