Neste terceiro dia de Cobertura Oficial do SC Metal Fest pel’O SubSolo, trazemos uma entrevista especial com os caras que vieram de São Paulo para o evento: a Slasher!


Skeeter (vocal), Lucas Aldi (guitarra), Lúcio Nunes (guitarra e vocal), João Pedro Castro (baixo e vocal) e Taddei Roberto (bateria) formam a agressiva Slasher, sob a proposta de somar suas influências pessoais ao Thrash Metal, resultando em composições modernas e únicas. As letras fazem duras críticas a sociedade, religião, política e conflitos psicológicos. 


Confira a entrevista:


Historicamente, o Thrash Metal tem suas letras mais politizadas e críticas, e com vocês não é diferente. Quais as inspirações para as letras da Slasher?
Lúcio: Isso, pra gente, vai variando de álbum a álbum. Em cada álbum temos uma temática. Agora estamos trabalhando no disco novo e vai alterar um pouco a pegada.
Lucas: Bom, acho que começou com críticas, com um lance mais clássico, como crítica à sociedade e religião. Mas com tempo, a gente foi evoluindo nossa parte lírica para algo mais filosófico, como o tema da Katharsis, que é muito interessante. Pretendemos continuar evoluindo para coisas mais profundas nesse próximo álbum. Acredito que vai sair um pouco desse negócio de violência e agressão para algo mais profundo, que faça refletir.
Lúcio: O questionamento vai continuar, afinal Thrash é questionamento. Mas não será tão óbvio.

Além das inspirações nas letras, quais bandas e estilos que mais inspiram a banda?
Lucas: A banda tem influências completamente variadas, pois os integrantes escutam coisas muito diferentes um do outro. A única coisa em comum é gostar de som pesado. Mas aí podemos falar individualmente.
Lúcio: Posso falar o que tenho escutado ultimamente, como In Flames, que fui no show recentemente e curti muito. Aí comecei a revisitar todo o Metal Melódico sueco.Varia muito, depende da época.
Lucas: Eu tô na pegada também do In Flames. É uma coisa que eu tenho escutado muito. Atualmente, o que eu mais tenho escutado são bandas dessa região da Suécia mesmo.
Skeeter: Apesar da proposta ser única, cada uma escuta um subgênero diferente. Ultimamente tenho escutado mais DeathCore, com algumas bandas nessa pegada.
Taddei: Ultimamente, estou escutando bastante Jazz e MPB, porque estou com outros projetos, outras bandas. E acho que casa bem: os contratempos, composições mais ricas. 
Lucas: Acredito que o Slasher sempre levou esse título do Thrash Metal, mas por conta de todas essas influências, não sei se, hoje em dia ou daqui para frente, seria o título mais adequado, porque a gente desprendeu muito da receita, colocando melodia e peso. Eu chamaria a banda de Metal. Não consigo mais denominar ela como Thrash Metal.


O último álbum de vocês, Katharsis, foi lançado em 2014 e foi muito bem aceito pela crítica. A banda até fez uma tour pela Europa. De lá para cá, o que mudou na anda em relação a público, novos shows e tours da banda aqui no Brasil?
Lúcio: Nessa época do Katharsis e turnê pela Europa, foi a época que mais aprendemos enquanto banda. Foi a primeira turnê que estávamos organizando e aprendemos muito, cometemos muitos erros e evoluímos a partir daí.
Taddei: Na época, estávamos com muita pressão interna na banda também. Agora, como deu esse tempo, estamos mais sossegados, a convivência está mais legal e acho que estamos ficando mais velhos, se suportando mais (risos).


Para a Slasher, uma banda já com alguns anos de estrada, quais os maiores desafios da música underground e qual principal conselho dariam pras bandas novas, que são maioria neste festival?
Lucas: Eu acredito que o maior desafio, não só nosso, mas acho que de qualquer um que está desenvolvendo um projeto, é ter tempo para se dedicar para isso. No nosso caso, somos 5, e é ainda mais desafiador porque cada um mora numa cidade. Então, tem que ter essa convicção de que você precisa dedicar um tempo e abrir mão de outras coisas para fazer isso acontecer. Vai da proposta de cada um mas, se o objetivo é fazer um trabalho sério, produzir e colocar álbum na mídia, tem que estar disposta a abrir mão de muita coisa, inclusive, às vezes, de trabalho e de grana.
Skeeter: É importante ter os objetivos claros. Temos reuniões mensais, que nos ajudam muito a manter o foco no pretendemos alcançar.

Cada um dos álbuns banda (Pray for the Dead e Katharsis) possui músicas cantadas em português. Vocês pretendem manter a proposta de letras na nossa língua?
Lúcio: É a nossa língua mãe, então porque não escrever em português? Foi uma coisa que aconteceu desde o primeiro registro que lançamos. Há um desafio extra ao escrever em português: ao menos pra mim, é mais complexo, mais difícil de fazer soar bem.
Lucas: O grande lance é fazer soar bem e português. Somos muito criteriosos com as músicas e aí deixamos aquela cartada para usar no português.
Taddei: É mais difícil porque muito do que a gente escuta vem de fora, então as referências são de fora. Mas temos muitas bandas boas fazendo um som animal em português.

Com a troca de vocalista e, posteriormente, de baixista, o que vocês sentem que mais mudou a respeito da musicalidade da Slasher?
Lúcio: Vou fazer um link com a resposta sobre abrir mão das coisas. Então, às vezes muda vocal, muda guitarra, muda baixo, porque as peças não se encaixam, não tem o mesmo comprometimento e empenho de fazer acontecer. 
Lucas: O principal que eu vejo é convívio. Todos os antigos membros contribuíram de forma positiva, mas o convívio e empenho são os grandes benefícios dessa nova formação. Por exemplo, onde você encontra alguém que falta o trabalho de tarde, pega um ônibus por três horas e gasta em torno de R$ 300,00 pra ensaiar? Então, os cinco precisam estar muito a fim.

Quais os principais passos que a Slasher pretende traçar?
Lúcio: Estamos trabalhando no CD novo, então a ideia é terminá-lo até o ano que vem, lançar provavelmente no segundo semestre e colocar pra rodar. Além disso, fazer acontecer dessa vez tudo que não rolou naquela primeira turnê frustrada. 

Agradecemos muito pela disponibilidade da banda e, por último, aqui fica um espaço para a Slasher deixar um recado para os fãs e leitores d’O SubSolo.
Lúcio: Acho que a primeira mensagem é “obrigado” à galera que nos convidou pra vir pra cá, pra tocar pela primeira vez em Santa Catarina. Tá sendo demais! E quem quiser acompanhar a gente, conheça nosso site e nossas redes sociais. 
Taddei: E não desista do Metal! Tô vendo uma galera desanimando e isso não pode. Temos que nos unir e não deixar o Metal acabar.
Lucas: Enquanto existir uma galera que tá produzindo show, fazendo trabalho de imprensa e a gente produzindo também, a coisa anda.Temos que valorizar essas peças!

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