Dust Commando não é só uma das bandas mais promissores do Brasil dos últimos dez anos, como também é uma máquina de compor, divulgado inclusive recentemente que já tem oito faixas demos gravadas do próximo disco. Os lançamentos dos discos “Chaos Live in Fur” e “Between Chaos and Grace”, tendo como o primeiro caindo nas graças da galera, e o segundo mencionado tendo consolidado ainda mais o nome dos caras no cenário headbanger nacional. Sendo que quem já viu a apresentação dos caras, todos se transformam, vindo a sangrar pelos olhos e fazendo muita música boa.

Tivemos o prazer de conversar com o percursor, compositor, vocalista, guitarrista do Dust Commando, o monstruoso, Thiago Rabuske. Confira esse bate-papo!




Fala gurizada do Sul. Prazer imenso ter uma entrevista com vocês. Já li e até ouvi de vocês, que a Dust iniciou em uma jam sem maiores proporções. Como nasceu o projeto e quais foram os primeiros passos da banda?
Thiago Rabuske: Buenas. Maykon! Prazer é sempre nosso em contar com teu apoio imprescindível! Isso mesmo, nascemos de uma jam sem compromissos, ensaiando para um festival que a banda anterior dos guris, a Polaris, ia fazer, em 2013 (eles tinham 16 anos – o baixista, 14!). Neste ensaio já mostrei algumas composições minhas (mais precisamente, Nero, She’s a Saint, Morale e Hold On) e o entrosamento foi instantâneo. Após, já começamos a ensaiar seriamente e no fim do mesmo ano já tiínhamos um projeto chamado Goofer Dust, que depois seria mudado para Dust Commando.

Vocês tem influências distintas do Metal, mas se intitulam Stoner Metal. O que todas essas influências ajudam na hora de compor?
Thiago Rabuske: Na verdade, no meu caso, as músicas nascem naturalmente, sem eu pensar em compor. Elas tocam na minha cabeça, e eu somente as ponho em suporte físico. São influências que vêm desde o rock clássico, passando pelo grunge e chegando no metal e no new metal. No caso dos outros integrantes, que também compõem, é particular deles – mas eles fazem somente música, e eu termino com as letras todas.

O som de vocês é grudento e ao mesmo tempo moderno. Eu particularmente, sou fã de carteirinha, músicas como Nero, Outsider, P.O.T.U.S estão sempre nas minhas playlists. Como é a fase de construção de um disco na Dust Commando?
Thiago Rabuske: A gente tem tanta música pronta que a construção de um disco é somente a junção das que são mais “parecidas” ou que vão bem juntas. Simplesmente começamos a ensaiá-las e vão nascendo os discos. Obrigado pelo “grudento” e “moderno”, é um prazer!!!

Uma coisa que quebra muito o andamento da banda, é a troca de formação. O Thiago já foi baixista e vocal, só vocal e agora está na guitarra base e vocal. Como foi dar a volta por cima com todas essas baixas?
Thiago Rabuske: Cara, eu tenho 20 anos de estrada na música. Já toquei baixo e guitarra em várias bandas, então, em geral, é tranquilo. O problema é que nunca tinha tocado guitarra em uma banda de metal – mas está dando tudo certo! É sempre duro perder um membro da banda, parece que a gente perde um membro da família. Mas somos humanos, os bichos mais adaptáveis do planeta, então tudo certo!

Vocês já encantaram o país com suas músicas e até o exterior, o primeiro EP “Chaos Live in Fur” foi lançado por um selo europeu. Como é ver a música de vocês tomando toda essa proporção?
Thiago Rabuske: É a razão da minha vida. É o que me motiva a continuar vivendo e produzindo nesse cenário de violência, desigualdade e injustiça do mundo em que vivemos. É minha válvula de escape. Sem a música, não tenho nada. Meu maior prazer é saber que o que produzimos toca a vida de alguém, de alguma maneira!

O último disco “Between Chaos and Grace” pra mim, foi considerado um marco, é um disco muito versátil e foi muito bem aceito pela critica especializada. Inclusive, levaram vocês para tocar fora do estado pela primeira vez, como foi essa experiência de tocar para um publico novo?
Thiago Rabuske: Foi sensacional. Todos na banda ficaram muito emocionados e lisonjeados com a recepção que tivemos. Santa Catarina já é nosso segundo lar!


Uma coisa que senti da banda, foi o calor humano em volta de vocês, o publico de Taquari abraçam vocês com todas as forças e isso não acontece em algumas cidades. Qual a importância disso?
Thiago Rabuske: É fundamental. Somos uma família aqui na nossa cidade. Temos irmãos e irmãs. Sem nosso público, não teríamos razão de lançar as músicas que fazemos. Nossa cidade é especial, em muitos sentidos, mas o maior deles é que nosso grupo é apaixonado por música, e faz disto a razão de suas existências em muitos momentos.

Algum tempo atrás vocês fizeram um festival na cidade de vocês com bandas autorais. Foi até banda de Santa Catarina e todos consideraram um fato marcante um festival autoral na cidade. Como foi o retorno do festival no olhar de vocês? Nós estávamos lá!
Thiago Rabuske: O retorno foi sensacional! Tivemos prejuízo financeiro, mas ver aquele pessoal todo batendo cabeça, fazendo roda punk e todos se abraçando, como irmãos, não tem preço! Digo sempre e agora repito: temos um público diferente no rock e no metal, e isto fica provado a cada festival, onde brigas não acontecem e sempre muitas novas amizades nascem. Somos fãs das bandas que compareceram, então foi o maior prazer poder contar com todos aqui.

Quais os projetos futuros da banda? Ouvi dizer que já tem músicas para um próximo disco.
Thiago Rabuske: Temos 8 demos encaminhadas de um total de 11 músicas que farão parte do novo disco, que vai se chamar “grace through disrupt”. Temos em mente já mais 2 eps após este disco, pois queremos sempre apresentar algo diferente, que saia da zona de conforto tanto nossa quanto do ouvinte.

Gurizada, obrigado pela oportunidade. Sou fã de vocês, antes de mais nada, agradeço pela amizade. deixem uma mensagem para os leitores!
Thiago Rabuske:
A recíproca é verdadeira! Nossa mensagem é “seja o que você quer, mas seja coerente”. Apoie a sua cena local. Mude seus valores… e viva o que aconselha aos outros!

Gremista, catarinense, gamer, cervejeiro e admirador incessante do Rock/Metal. Tem como filosofia de vida, que o menos é mais. Visando sempre a qualidade invés da quantidade. Criou o site 'O SubSolo" em 2015 sem meras pretensões se tornando um grande incentivador da cena. Prestes a surtar com a crise da meia idade, tem a atelofobia como seu maior inimigo e faz com que escrever e respirar o Rock/Metal seja sua válvula de escape.