A Vox Ignea é uma banda de Hard Rock, com vocal feminino envolvente, instrumental forte, músicas estruturadas em torno dos riffs de guitarra e letras em português. Com influências de AC/DC, Led Zeppelin, Aerosmith, Halestorm, Warrant e Rival Sons.
Quem está por trás dos vocais é Raquel Lopes, uma mulher que não tem papas na língua e com uma boa voz, é responsável pela transmissão da mensagem por de trás das melodias da Vox Ignea. Conversamos com ela para a coluna “O Lugar de Mulher” e ela falou sobre o machismo no cenário, confira;
Para começarmos, quem é a Raquel? Quais foram seus primeiros passos no Rock ‘n Roll?
Raquel: A Raquel não é uma garota comum. Ser front woman de uma banda de Hard Rock já diz muito sobre isso. Acredito que os primeiros passos no Rock n’ Roll foi quando eu subi no palco para cantar Pour Some Sugar On Me do Def Leppard, quando ainda estava na escola de música. Totalmente inexperiente mas me soltei como eu sempre imaginava.
Como chegou na Vox Ignea e como é seu convívio com o restante dos integrantes?
Raquel: A Vox Ignea surgiu quando o Rodrigo-Guitarrista me convidou para o projeto dele que estava parado por muito tempo por falta de interesse de outras pessoas. (Depois que uma banda de cover nossa, onde nos conhecemos, não deu certo) Ele queria um vocal feminino. Topei e depois fechamos com o baixista Evandro e o baterista André. O convívio sempre tem os seus altos e baixos, ter uma banda é como um casamento, eu brinco dizendo que eles têm que tomar mais cuidado na forma de falar, de opinar, de dar idéias, se não eu fico magoado ou realmente brava. Haha
Nossa coluna “Lugar de Mulher” tem o intuito de mostrar o “lado da mulher” no palco. Já sofreu algum tipo de preconceito machista?
Raquel: No palco e fora dele, interagindo com bandas amigas, eu nunca senti esse machismo, ou pelo menos nunca percebi. Na verdade o que rola de vez em quando são umas cruzadinhas de braço da platéia, desacreditados, ou um comentário do tipo, como teve recentemente, estávamos a procura de um baterista novo pelos grupos do Facebook e um cara disse que a minha voz não combina com o estilo.
Como você lida com isso? Afinal estamos em 2018 e não em 1940. Aconteceu outras vezes?
Raquel: Bem. A gente tem que saber relevar né? Não gosto de perder meu tempo com opiniões alheias, críticas destrutivas. Muita gente não tem senso de opinião. Se importar com o que o outro pensa, faz muito mais mal pra gente mesmo. E essa foi a única vez!
Sobre outros shows que você frequenta. Já presenciou algum preconceito ?
Raquel: Não sei se chega a ser preconceito. A maioria dos shows que frequento, é sempre banda de “cueca” por assim dizer. O espaço para uma banda de meninas tocar em um mesmo festival, ao que eu percebo, ainda é bem raro. É preciso dar mais espaço para essas meninas/mulheres tocarem também, porque nós temos muito talento pra mostrar.
Voltando a Vox Ignea, qual os projetos para o futuro e o que podemos esperar para esse 2018?
Raquel: Ainda nesse primeiro semestre, estamos na expectativa de poder realizar a gravação de um clipe para a música “Erupção” do EP em chamas. Depois disso, estamos com planos de lançar um novo single com clipe. E futuramente, entrar no estúdio e começar novas gravações para um CD.
Raquel, obrigado a contar um pouco da tua história. Que tal deixar uma mensagem para os leitores?
Raquel: Primeiramente quero muito agradecer O SubSolo pelo o espaço, é um prazer papear com você e aos leitores, principalmente para a mulherada que tá no corre com seus sonhos, projetos e bandas, não desistam jamais. Nós temos a força para vencer e alcançar os nossos objetivos. Não desanimem. Um feliz ano novo para todos. Que 2018 seja um tempo de muitas realizações. Abraços.