Fenrir’s Scar é uma banda que não para de inovar ou lançar novas músicas. Em meio a pandemia, lançaram novas e excelentes músicas com direito a bons videoclipes. O mais recém trabalho lançado pelos campinenses, foi a faixa Break The Wheel que carrega muito sentimento envolvido na letra e também no seu instrumental.




Este na verdade, é o quarto single lançado pelo duo como parte do seu segundo disco Love | Hate | Hope | Despair que será lançado em meados de 2021. O álbum conta com a produção de Fabiano Negri (ex-Rei Lagarto, Unsuspected Soul Band, Dusty Old Fingers) e com a participação de Icaro Ravelo (Arkana Fen, Ruins of Elysium) na bateria.

Conversamos com a vocalista da banda, Deze Rezende a respeito desta composição. Confira:

Uma música tão longa e carregada de melancolia… Como foi compor “Break the Wheel”?
Deze Rezende: 
Eu me inspirei na série The Handmaid’s Tale e no livro O Conto da Aia, pra escrever essa letra. E assim que terminei mostrei para o André para ele fazer a harmonia, e fizemos juntos a melodia.  
Nós precisamos adaptar e mudar algumas partes da letra, porque apesar de eu ter me inspirado na série para escreve-la, nós queríamos que mesmo as pessoas que não conheciam a série e o livro entendessem e se identificassem com a letra de alguma forma. Por exemplo, o nome da música inicialmente era “Nolite te bastardes carborundorum“, que é uma frase dita na série e livro. Uma frase inventada em latim que a tradução seria “Não deixe os bastardos te reduzirem a cinzas“, ou “Não deixem os bastardos te derrubarem”. Então nós adaptamos isso pro inglês para o refrão, e acabamos mudando o nome da música para Break The Wheel, que é uma frase que saiu inspirada em outra série, desta vez de Game of Thrones. É uma frase que foi dita com essa intenção de revolução que queríamos passar na música.

Você poderia falar um pouco sobre ‘The Handmaid’s Tale’ e de que forma impactou na sua vida de uma forma que a inspirasse em compor sobre?
Deze Rezende: 
Pra contextualizar, The Handmaid’s Tale se passa num futuro despótico, aonde o governo é tomado por religiosos fundamentalistas, e são criadas uma série de novas leis e regras que as pessoas devem seguir. 
E isso afeta especialmente as mulheres. Um golpe de estado que acontece aos poucos e vai tirando a liberdade e direitos das mulheres até que elas não tenham voz nenhuma. Primeiro esse sistema novo impede as mulheres de trabalharem, de ter bens e por fim elas não tem direito nenhum e acabam tendo que cumprir um papel social de acordo com seu status ou capacidade reprodutiva. No mundo em que nós vivemos, e principalmente no país em que vivemos, vemos todo dia a violência que as mulheres sofrem, e quão frágeis são os nossos direitos. Principalmente por termos esses religiosos no poder, como a bancada evangélica que constantemente ameaça esses direitos das mulheres.

O guitarrista e vocalista André Baida também comentou sobre a música:

Break the Wheel não é um single dentro dos padrões da indústria. É uma música longa e pesada, não seria nossa primeira escolha para um single, mas a arte feita pelo Carlos Fides combinou tanto com a mensagem da música, que resolvemos trabalhar essa música como um single – explica o guitarrista e vocalista

Ouça agora mesmo o single Break the Wheel



Gremista, catarinense, gamer, cervejeiro e admirador incessante do Rock/Metal. Tem como filosofia de vida, que o menos é mais. Visando sempre a qualidade invés da quantidade. Criou o site 'O SubSolo" em 2015 sem meras pretensões se tornando um grande incentivador da cena. Prestes a surtar com a crise da meia idade, tem a atelofobia como seu maior inimigo e faz com que escrever e respirar o Rock/Metal seja sua válvula de escape.