A Fundação Nacional de Artes (Funarte) divulgou nesta quinta uma nota em que esclarece que o edital do Prêmio de Apoio a Bandas de Música 2020 não proíbe participação de bandas de rock, e sim de bandas não civis “tradicionais”, ou seja, que não realizam “um trabalho de formação musical”
A Fundação Nacional de Artes (Funarte) soltou nota nesta quinta-feira (23) alegando que o Prêmio de Apoio a Bandas de Música 2020 não exclui apenas bandas de rock.
Segundo a nota, o edital do prêmio não permite a participação de nenhuma banda não civil “tradicional”, ou seja, que não realize “trabalho de formação musical, que qualifica artistas para orquestras”.
O texto diz também que o edital do evento de 2020 é muito semelhante aos de outros anos. “A Funarte realiza o Projeto Bandas (do qual faz parte essa ação) há 44 anos, desde 2007 por edital, com os mesmos critérios atuais. A redação atual é quase igual nas três versões anteriores, 2007, 2010 (Procultura) e 2012, não sendo absolutamente uma novidade da gestão Dante Mantovani”.
No início desta quinta-feira, foi divulgada a notícia de que o edital da Funarte proibia a participação de bandas de rock, citando um vídeo no qual o presidente da Funarte, Dante Mantovani, afirmava que o “rock leva ao aborto e ao satanismo”.
Leia a nota da Funarte na íntegra:
A Fundação Nacional de Artes – Funarte comunica que solicitou resposta à matéria da Coluna Lauro Jardim, do Jornal O Globo, cujo acesso pode ser através deste link.
A alegação da matéria de que “a proibição específica a bandas que tocam rock cai como uma luva para o presidente da Funarte, Dante Mantovani” não corresponde à realidade. Primeiro, porque esse edital serve à distribuição de instrumentos apenas para bandas civis “tradicionais”, e não para outros tipos de bandas. Em segundo lugar, porque a Funarte realiza o Projeto Bandas (do qual faz parte essa ação) há 44 anos, desde 2007 por edital, com os mesmos critérios atuais. A redação atual é quase igual nas três versões anteriores, 2007, 2010 (Procultura) e 2012, não sendo absolutamente uma novidade da gestão Dante Mantovani.
A redação desse item sempre visou apenas a evitar confusão com outros tipos de bandas, não somente as de rock. Estas, como outros tipos de bandas diferentes das bandas civis “tradicionais”, nunca foram incluídas nesse prêmio, como se comprova no texto do edital de 2012: “Não poderão participar deste Edital… ‘bandas de pífanos’, ‘bandas de rock’, ‘bigbands’, orquestra de sopro, bem como conjuntos musicais assemelhados, conjuntos musicais de instituições religiosas, bandas militares…”, etc., conforme comprovado na nota de 2013, cujo acesso pode ser através deste link.
Além disso, “bandas de música” sempre foi considerada pela Funarte como uma linguagem musical específica, distinta das demais. As bandas tradicionais realizam, em milhares de municípios brasileiros, um trabalho de formação musical, que qualifica artistas para orquestras. Por tudo isso, a Fundação mantém há anos a Coordenação de Bandas. Portanto, a Funarte nunca teve, não tem e nunca poderá ter preconceito contra nenhum estilo musical – como se espera de uma instituição federal de Estado.
Dante Mantovani
Presidente da Fundação Nacional de Artes – Funarte
Fonte: Brasil 247