É AONDE ELA BEM ENTENDER. 

(FRASE ACIMA DE LIVIA ALMEIDA, VOCALISTA DO REBOTTE)

Está coluna é inspirada em uma conversa cabeça com o brother, Phill Lima, idealizador do Over Metal, desde já agradeço a parceria e a amizade.

Infelizmente em pleno século 21, existe ainda preconceito com mulheres envolvidas no Metal e Rock mundialmente, não é só um problema que temos no eixo nacional.

Nosso intuito não é polemizar e sim mostrar a história de algumas mulheres envolvidas com o Metal/Rock e que tem o maior prazer de fazer isto, dedicando suas vidas em cima do palco e claro, muitas vezes tendo que suportar algumas coisas desnecessárias.


A cada coluna, vamos estar trazendo alguma convidada e a da primeira coluna é a baterista do Crucifixion BR, Juliana Novo.


Juliana Novo – Baterista do Crucifixion BR

Juliana Novo tem 37 anos e é natural de Rio Grande/RS, é musicista desde 1994, naturalmente era guitarrista e tentava formar uma banda só de mulheres, mas acabou desistindo e entrando para o Crucifixion BR, mas como a banda não achava baterista, Juliana Novo assumiu as baqueatas em meados de 1998. Seu amor pelo metal surgiu em 1993 com apenas 14 anos, com os seus primeiros álbuns(e até hoje os seus preferidos), Arise do Sepultura e Black do Metallica.


O SUBSOLO: Como foram seus primeiros passos no metal?

JULIANA NOVO: Bom eu comecei em Rio Grande/RS, minha terra natal, e me interessei de vez pelo Metal em 1993 aos 14 anos, com os meus primeiros álbuns preferidos: Sepultura – Arise e Metallica – Black Album, e desde então comecei a ter aulas de violão e guitarra. Daí tentei formar uma banda de thrash só de mulheres (eu seria guitarra e vocal), mas não tinham muitas interessadas, então desisti e entrei pra Crucifixion BR, no começo como segunda guitarra, mas como não achávamos baterista, acabei me encarnando na bateria em 1998/1999, e em 1999 começamos a fazer shows. Enquanto estive fazendo shows e lançado demos, EPs e álbum com a Crucifixion BR, tive vários projetos como vocalista, inclusive a banda gaúcha Noctis Notus, a banda americana Dremora, com a qual gravei um EP, e a eslovaca Lamented Despondency.


CONFIRA A CURTA CONVERSA QUE TIVEMOS COM A JULIANA SOBRE O ASSUNTO.

O SUBSOLO: Existe ainda muito preconceito sobre as mulheres do metal/rock?

JULIANA NOVO: Sim, ainda existe de algumas formas, pois o público está acostumado a achar que mulheres não sabem tocar direito, que só estão ali para se exibir como objetos e ganhar favores por serem mulheres, ou então pensam que mulheres não têm força pra tocar um estilo brutal na bateria, como no meu caso, como se isso dependesse apenas de força bruta. De qualquer forma eu sou bruta mesmo, mas levo na ironia e na brincadeira. Geralmente me respeitam mais depois de me verem ao vivo e se chocarem…hahaha. Muitas vezes vezes já acharam que eu era um homem tocando, tanto ao ouvir o álbum quanto ao me ver lá atrás da batera, de corpsepaint como costumava fazer até 2007. Ao fim de 2007 tirei o corpsepaint e passei a mostrar que sou uma mulher mesmo, é mais chocante.

O SUBSOLO: Você acredita que ainda tem muitos homens que se incomodam de ver as mulheres nos palcos?

JULIANA NOVO: Com certeza, por exemplo, já soube de muitos que me odeiam, talvez por se sentirem humilhados e tal, por ser autodidata e bruta na pegada… Alguns nem me cumprimentam depois de me ver tocando, ficam com medo de falar comigo… é engraçado. 



O SUBSOLO: Obrigado por ter cedido um pouco do seu tempo para fazermos esta matéria, é a primeira de muitas e escolhemos a dedo quem daria este pontapé conosco. Quer deixar algum recado para os leitores? 


JULIANA NOVO: Gostaria de dizer que curtam a cena mesmo com seus problemas, não desistam de seus projetos, sigam em frente, e respeito mútuo é o ideal, todos devemos ser tratados como igual. O Metal é um estilo que nos une, homens e mulheres de todas as partes do mundo, então fico feliz de fazer minha parte e inspirar outra mulheres neste universo!

ASSISTA A PERFORMANCE DE JULIANA NOVO NESTE “DRUMCAM”


CONFIRA O TEASER DO OVER METAL SOBRE SUA NOVA MATÉRIA INTITULADA “MULHERES NO METAL”

Gremista, catarinense, gamer, cervejeiro e admirador incessante do Rock/Metal. Tem como filosofia de vida, que o menos é mais. Visando sempre a qualidade invés da quantidade. Criou o site 'O SubSolo" em 2015 sem meras pretensões se tornando um grande incentivador da cena. Prestes a surtar com a crise da meia idade, tem a atelofobia como seu maior inimigo e faz com que escrever e respirar o Rock/Metal seja sua válvula de escape.