Início Destaque Resenha: Atenciosamente, Eskröta – Eskröta (2023)

Resenha: Atenciosamente, Eskröta – Eskröta (2023)

Sai da frente, que é o bonde feminista passando por cima do machismo.

Foto por Biano

Quem conhece a Eskröta não esperava menos, mas o novo trabalho ainda traz surpresas. Com o lançamento do single Homem é assim mesmo, era notório que de vez teríamos um disco totalmente visceral e brutal, mas mais uma vez a banda supre as expectativas.

Apresentar a banda, ficará mais fácil na entrevista exclusiva recente ao nosso portal, que você pode ler clicando aqui.

Ainda sobre a entrevista, Ya Amaral já adiantava que teríamos apenas uma participação que é do Milton Aguiar do Bayside Kings (na faixa Pertencer e Conquistar) e no disco haveria bastante Hardcore comparado aos lançamentos anteriores.

As mensagens são claras e não fogem do que a banda já havia abordado desde os primórdios, mas vale a pena mencionar no quanto os vocais da Yasmin Amaral evoluíram e como os backings da Tamy são importantes mesmo sendo menos agressivos em comparação aos vocais principais.

Foto por Danilo Vieira

Quando falamos de Eskröta é impossível não associarmos a Ya Amaral, pelo fato de ser a front, vocais e guitarra da banda, mas o que muitos não conseguem ver e eu me identifico muito com isso, é o trabalho de operadora da Tamy, que além de ser uma das pilares da banda, faz um trabalho coeso, ácido e pesado junto da Ya.

Os backings vocais são simples, mas precisos. As linhas do baixo atendem toda a necessidade das músicas e faz o trabalho crucial, que é dar peso e desenvoltura ás músicas com liberdade para a guitarra e vocal fazer sua parte sem a menor preocupação com peso ou detalhes rítmicos em si.

Em sua despedida, Jhon França deixa sua marca neste EP em mais uma de suas excelentes obras com desenvoltura, peso e batidas viscerais, um cara que na minha opinião, sempre encaixou muito bem com a banda.

O Hardcore realmente está presente em quase todas as faixas e traz uma brutalidade mais ácida ao já conhecido som e temáticas da banda. Com os vocais mais pesados e rasgados, o instrumental fez a sua parte com boas linhas, riffs que grudam na cabeça e muito refrão que dificilmente não seja repetido pelo ouvinte na segunda execução e isso terá um acréscimo aos shows ao vivo com participação do público.

Sons que batem no nosso estômago como Cena Tóxica que fala muito sobre os haters e a toxicidade do nosso cenário, Homem é assim mesmo que é uma pisada brutal no machismo e a bandeira levantada ao fim com Mosh Feminista que ergue a bandeira, ou melhor, reforça a bandeira de uma marcha feminista pisando no machismo, algo que mesmo sendo homem acho necessário e importante para no cenário lotado de merda feita por “homens”.

Foto por Edson

Se tem uma banda que pode bater forte neste tema, com certeza é a Eskröta, pelo fato de além de falar ser uma das poucas que se posiciona não só com músicas e lançamentos, elas  (Tamy e Ya) demonstram seu apoio as meninas da cena que sofrem com o machismo nos seus perfis pessoais e estão sempre envolvidas contra os acontecimentos misóginos.

Muito além da música, Eskröta é como se fosse um porta voz do feminismo na música e eu sendo homem acho que precisamos de mais bandas que ergam suas bandeiras e tenham seus posicionamentos.

TRACKLIST
01) Cena Tóxica
02) Fila do Osso
03) Pertencer e Conquistar ft. Miguel Aguiar
04) Fantasmas
05) Parece Fácil
06) Instagramável
07) Combater Seus Atos
08) Homem é assim mesmo
09) Mosh Feminista

FORMAÇÃO
Ya Amaral – vocais e guitarra
Tamy Leopoldo – baixo
Jhon França – bateria

Gremista, catarinense, gamer, cervejeiro e admirador incessante do Rock/Metal. Tem como filosofia de vida, que o menos é mais. Visando sempre a qualidade invés da quantidade. Criou o site 'O SubSolo" em 2015 sem meras pretensões se tornando um grande incentivador da cena. Prestes a surtar com a crise da meia idade, tem a atelofobia como seu maior inimigo e faz com que escrever e respirar o Rock/Metal seja sua válvula de escape.