Início Destaque Resenha: Coração Anárquico – Mattilha (2023)

Resenha: Coração Anárquico – Mattilha (2023)

Mattilha dispara ao ‘Coração Anárquico’ sua ração musical de melhor qualidade

Gosto de acompanhar bandas incomodadas em evoluir sempre, e a Mattilha é uma banda rara, de acervo único, em uma brilhante carreira de evolução constante, entregando neste ano, o EP Coração Anárquico. O retorno dos paulistanos tem um pedigree moderno, sem deixar de mostrar suas raízes, as quais conquistaram tantos fãs.

‘Coração Anárquico’ está disponível nas plataformas de streaming: https://sym.ffm.to/coracaoanarquico


Atenção ao Canil de Rockeiros enlouquecidos por qualidade, este novo trabalho sacia a sede de Hard Rock qualificado. Tão importante quanto a música, o visual do EP ficou ainda mais especial no YouTube quando os integrantes estão fardados digitalmente por seus personagens, dando um rolê, bem como às canções acompanham os ouvintes nas playlists diárias. O quarteto de formação recente, com a inclusão de Camila no baixo, Victor Guilherme na guitarra, Gabriel ‘bibi’ Martins no vocal e Ian Bueno na bateria, apontou sua força insana e sempre aliada aos seus fãs, ficando ainda mais característico na música de abertura do trabalho, Kobra

“Essa decepção só me mergulhou. Num mundo que é só meu. No meu cantar, vou me aliar. Aos que fazem meu instinto vibrar.”

Dando um pontapé na porta, a canção leva a interpretarmos um grito instintivo de que a banda avança em seu processo aliada cada vez mais aos seus fãs e a união dos integrantes, apresentando cura em suas feridas do passado.

Foto: @annegodoneo

A segunda canção, Coração Anárquico, conta com a participação de Richard Lintulathi no teclado, e os elementos deste instrumento de maneira suave, sintonizaram perfeitamente a música com uma pegada moderna. Se torna uma carta na manga, em um som em que mais uma vez trata em sua letra, sobre sentimento, coração, e algo preso, o qual, agora, está liberto. 

“Veja só que louco. Esse abraço costumava acalmar. Todo desespero do meu ser. Insano”

Gabriel nunca falha em sua interpretação musical. A sua voz têm um drive intensificado, e de entrega afinada, deixando cada palavra e pontuação da letra muito clara, facilitando a incorporação do ouvinte junto a melodia. Este aspecto está intensificado no fechamento do EP, na faixa ‘Inabalável’. Esta música já havia sido divulgada meses atrás, quando a banda anunciou seu retorno, abandonando o hiato. 

“Que a força do medo não mate os meus anseios. Inabalável e sem me envolver eu vou voltar.”

Música de qualidade é feita com os mais puros sentimentos, e não apenas isso, precisa ser transferida de maneira íntegra pelos instrumentos musicais aos ouvintes. A Mattilha retorna entregando todos os detalhes com maestria, soltando os cachorros para dominar às ruas musicais. Esta banda nunca decepciona.

Colorado e apaixonado pelo esporte como maior meio de expressão sociocultural, enxerga o Rock N Roll como ritmo de mesma sintonia e uma filosofia de vida. Fundador do podcast Metal Etílico, passou a fazer parte da equipe d'O Subsolo há anos, tem a mentalidade de que preservar a marca é o fundamental, assim preservando e espalhando a boa música e às amizades do mundão da música afora.