O quarteto paulista de Votuporanga nos agracia com seu terceiro disco chamado Cycle of Disaster. O material conta com uma capa bastante trabalhada cheia de detalhes e com um traço de desenho que remete um pouco aos antigos videogames, porém com uma definição fantástica. Pela quantidade de esqueletos e fogo na capa, não espero nada menos do que peso o suficiente para ser mais pesado que eu (e olha que sou bem pesado!).




Sem mais, vamos começar com Nothing Left to Burn. Ao dar o play já abro um sorrisão, Thrash daqueles que perfuram o tímpano e dá vontade de bater a cabeça do amiguinho na primeira quina de mesa que houver pela frente. Som bem produzido e bem trabalhado, com solos extremamente bem compostos e uma voz que não enjoa como é comum de acontecer no estilo.


Seguindo com Cycle of Disaster, faixa título. Aumentando o volume aqui, o som é bem envolvente e com diversas cavalgadas que trazem um clima mais cadenciado pra música.


Glow of Death: – Cada faixa é minha preferida, o disco está cativante e cheio de passagens interessantes nas músicas. Devo deixar claro: Não é mais do mesmo e não é repetitivo. 


The Damn Colony: – goteiras e vozes do além, gosto disso, clima propício para algo destrutivo! Som um pouco mais leve por causa da levada menos brutal, mas o som pesa tanto quanto os outros e vem cheio de melodia. Vozes diferentes e bem colocadas. Você ouve e sente o disco crescer, está realmente evoluindo faixa a faixa.


All Systems Fall:  já começa com um peso digno de respeito e prossegue num som carregado de Identidade. Existem muitas referências no disco de bandas consagradas e sub estilos do Thrash porém sem perder a identidade e a criatividade.


Passei da metade do disco e estou chateado por só ter nove faixas. Estou agora em Born On A Dead Planet e esse som soa um pouco mais vintage que os outros. É bem melódico e vivo, uma ótima posição no disco para uma faixa dessa. Consigo inclusive citar Groove ou Thrash nesse ponto. Fantástico!


O.S. 1977:  Ao ler o nome da música eu achei bastante engraçado pois uso essa sigla O.S para designar o que minha esposa pede para consertar em casa e eu não faço…. Logo, Ordem de serviço 1977, mas ok, eu sei que não é isso, só não pude evitar a piada. O som me enganou profundamente, começou calmo, leve e do nada se transformou completamente e ficou rápido e agressivo.


Seguindo rumo ao final, a oitava faixa Fight for Your Life é uma música com um estilo totalmente diferente, e nesse ponto eu afirmo que aprecio demais essa versatilidade e sempre comento nas minhas resenhas. Para me agradar é só mostrar que não é um músico limitado. Os caras com certeza tiveram louvor em passear por estilos e mostrar competência em todos. Não sei se a música tem algo de homenagem ao filme homônimo de 1977, mas é muito boa!


Final do disco, Bringer of Evil não poderia fechar de forma melhor, com uma agressividade fantástica! O trabalho fecha com chave de ouro e deixa o ouvinte querendo mais! Os solos estão tão bem criados e executados quanto nas primeiras faixas, mas agora, conhecendo um pouco melhor a banda, eu não esperava menos. Trabalho super bem feito.


Minhas considerações finais serão elogiando a produção do disco, especialmente com o cuidado tomado com a bateria que está soando especialmente bem. O release da banda informa que dentre os músicos que formaram a banda havia um músico de MPB e isso me deixa muito satisfeito em saber. Músicos sem preconceitos e com muita versatilidade, enfim, músicos de verdade.


Uma curiosidade sobre a banda é que no primeiro álbum as letras eram em português. Eu tive curiosidade e fui ouvir, recomendo fortemente que conheçam a banda como um todo. O som é visceral, poderoso e viciante, seja em português ou inglês, quiçá em Mandarim!


Material enviado pela JZ Press.


TRACKLIST:

01) Nothing Left To Burn

02) Cycle Of Disaster

03) Glow Of Death

04) The Damn Colony

05) All Systems Fall

06) Born On A Dead Planet

07) O.S. 1977

08) Fight For Your Life

09) Bringer Of Evil


FORMAÇÃO:

Glaber Barreto – vocais e guitarra

Rodrigo Torres – guitarra

Gabriel Prado – baixo

Leandro Peixoto – bateria


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