A banda de Rio Claro, interior de São Paulo, foi formada em 2008 e promete um som agressivo e violento. O álbum Descrença foi lançado em 2021 e retrata o auge da banda. Na capa temos uma arte muito bem feita que conta com alguns olhos demais e um retrato perturbador em grafite com diversas cicatrizes.
Começando o disco, temos Mete o Loko já me deixou totalmente alerta, temos 10 segundos de uma criança cantando “Mete o Loko” e, pra quem me conhece, sabe que eu tenho pavor de infantos! Mas, vamos lá! O som demonstra uma ótima qualidade de gravação e tem um riff repetitivo que gruda na cabeça. O português afetado e “errado” eu confesso que me incomoda bastante, mas faz parte do estilo, bora respeitar.
A 7 palmos, começa mais grave, mais agressiva, apesar de mais lenta. A letra faz protesto e leva o ouvinte para outra realidade. Destaque para os riffs de guitarra que estão mais interessantes, mas o baixo está deveras agudo nesta música e vem no fone de ouvido rasgando o tímpano.
Seguimos com Garotão do Papai, que tem uma bateria diferente das outras, com mais presença de chimbal, senti uma grande influência de KoRn e afins. Música de apenas 1:22 mas cheia de violência e agressividade.
Truculência, temos novamente um riff mais arrastado e pesado. Alguns FX de vidro quebrado, bastante interessante. As letras são bastante perturbadas e forçadamente agressivas. O uso constante de palavras de baixo calão levam o som para outro estilo e tiram um pouco a atenção do ouvinte.
Próximo som, I.M.I., introdução com diversos efeitos, algo entre um motorzinho de dentista e uma impressora matricial. Então entra o peso. Gostei que a bateria está usando tons diferenciados. Talvez o nome da música seja I.M.L., pois é o que a letra sugere, mas nos streamings diz I.M.I. A voz parece desconectada da música, a letra parece não encaixar no som, mas tenho certeza de que o propósito foi este.
Continuamos com Roleta Russa, que tem um riff mais trabalhado e a bateria acompanhando. Foi o som mais técnico até agora, destaque para o arranjo geral, bastante elaborado.
A Casa Caiu – A intro desse som parece se conectar com o som anterior. Temos um vocalista que adora dar risada, temos risadas frenéticas em quase todas as músicas. Este é o som mais longo do disco, sem contar com a faixa bônus, temos 3:36 minutos. Destaque total para os arranjos de guitarra que deixam a banda toda mais interessante. Tenho dificuldade de apreciar o baixo, não consigo ouvi-lo.
Penúltimo som Maloka Walmir, introdução de chiados, batida diferente, única letra sem o selo de “Explicit” no spotify. Temos um riff mais cadenciado e uma ideia de música totalmente diferente das outras.
E finalizamos com Truculência porém em versão alternativa, com uma introdução de falatório de policiais e/ou bandidos com sirenes.
Em suma, o disco é rápido de ouvir e as músicas são bem conectadas entre si. O estilo se mantém e a produção deixa o disco bastante uniforme.
O estilo da banda é auto denominado Thrash Metal, porém senti muito mais influências de New Metal e Hardcore do que de Thrash. A banda parece bem entrosada e a gravação está bastante coesa. Ponto forte nos arranjos e guitarras, ponto fraco na ausência do baixo.
Para quem curte um som mais carregado de letras cheias de palavrões e ódio, é um prato cheio.
TRACKLIST
01) Mete o Loko
02) A 7 Palmos
03) Garotão do Papai – Dir Jay
04) Truculência
05) I.M.I.
06) Roleta Russa
07) A Casa Caiu
08) Maloka Walmir – Leonardo/Injúria
09) Truculência (Versão Alternativa)
FORMAÇÃO
Thiago Soares – vocal
Cleber Roccon – guitarra
Pedro Amaro Giachetti – bateria
Ricardo Santos – baixo