Recebi o material dos portugueses do Miss Lava e já notei que se trata de um álbum com 15 faixas, o que considero atípico mas me anima também. Ter muita música pode ser bem interessante para o ouvinte novo!
A banda se auto rotula como Stoner, a capa é total psicodélica e o nome do disco sugere Doom, eu fiquei muito interessado em conhecer a sonoridade dos caras!
Bora começar por Fourth Dimension, timbres bem característicos de Stoner mesmo, baixo super presente, uma bateria mais na cara, pesada, mix consistente e forte. Curti o trabalho de voz, é mais leve do que eu esperava, mas funciona excepcionalmente bem. O som é em inglês, me lembrou em alguns momentos bandas mais pop em outros senti o lance mais underground mesmo. Devo dizer que além de surpreso com a sonoridade estou bem animado em curtir o restante do álbum.
Seguimos com In The Mire, música que começa mais lenta porém não menos pesada. Notei que os graves de modo geral estão super potencializados e soam bem mas poderia ser mais suaves.
Magma é como um interlúdio, 1 minutinho de riff que serve de apresentação para a próxima faixa, Brotherhood of Eternal Love que surge como uma continuação porém com break. Temos uma entrada mais lenta, voz mais marcada. Quando a música engrena, temos uma levada mais quebrada e marcada, eu senti que o som está amadurecendo conforme o disco vai passando faixas.
Sleepy Warm começa com um riff mais dinâmico, mais rápido e com uma cara mais pop. Gostei muito das transições da música e do refrão. Realmente é bem envolvente e fica na cabeça.
The Great Divide começa mais lenta e parece repetitiva, mas quando entra a banda toda vem uma sensação meio Mr.Big (sim, louco, né?) e o som vai flutuando com o riff repetindo sem cansar o ouvinte e acrescentando detalhes a cada momento. Gostei muito dessa.
Agora temos Karma, que serve de introdução para The Fall. O processo é um pouco ruidoso mas funciona muito bem e a faixa 8 entra mais lenta e cadenciada. É um som mais melodioso.
Alpha, outra introdução, bastante introspectiva e preparatória, chegando em The Oracle, mais ou menos na mesma atmosfera mas com um peso bem interessante. A música transita por peso e melodia, linhas bem interessantes e refrão envolvente.
Em Terra, uma intro atmosférica com sons de água e ambiência para chamar a faixa título, Doom Machine que é mais lenta porém com bastante identidade. A levada de bateria conduz a música com uma naturalidade muito legal, a guitarra dá a sensação de vestir a bateria e montar os riffs em perfeita sincronia.
God Feeds the Swine já começa com um groove diferente e bem interessante. Acontece até uma pegada de groove que faz com que a música soe mais progressiva, menos linear.
Chegando ao fim do disco, temos Feel Surreal que inicia com uma guitarra mais suja, mais agressiva um pouco, um riff mais marcado. O som desenvolve de uma forma mais rápida e com as linhas de vocal mais desenhadas, ficou um contraste muito bom. Temos break no meio com um momento mais introspectivo, a famosa viagem do meio da música.
Por fim chegamos em Red Atlantis uma música bem trabalhada com diversas alterações ao longo do som, solos bem criados e bem tocados, com um ótimo gosto para timbre.
O disco é de fácil audição, consegue cativar mesmo quem não é fã do estilo e com certeza demonstra que o time está bem alinhado e com composições fortes.
O detalhe que me pegou um pouco foi o excesso de graves mencionado logo no início. O vocalista não varia muito, parece que ele atingiu um ponto confortável e permaneceu ali. Não é um defeito, mas eu gosto muito quando a voz viaja um pouco mais.
Destaque para as guitarras que exploram muito bem as possibilidades de timbre e arranjo por tudo que o estilo proporciona.
Tracklist:
1) Fourth Dimension
2) In the Mire
3) Magma
4) Brotherhood of Eternal Love
5) Sleepy Warm
6) The Great Divide
7) Karma
8) The Fall
9) Alpha
10) The Oracle
11) Terra
12) Doom Machine
13) God Feeds the Swine
14) Feel Surreal
15) Red Atlantis
Formação:
Johnny Lee (Voz)
Raffah (Guitarra)
Samuel Rebelo (Baixo)
José Garcia (Bateria)