Banda formada em Santa Catarina por André Schneider (baixo), Gilson Naspolini (bateria), Diego Bittencourt (Guitarra) e Alyson Garcia (vocal).

Tendo início em 2018, este segundo material conta com nove faixas e estou bem curioso para começar.

A capa é fantástica, mostra um homem de costas no centro, dividindo um jardim onde de um lado está tudo florido e colorido e do outro está tudo morto e cinzento. O homem parece sugar a energia dos dois lados, é bem legal a sensação e a contemplação que a arte gera logo no primeiro olhar. Dei um “play” aqui e comecei com Lord Underrated que não faz massagem, já vem com força na orelha e entrega uma quebradeira muito monstruosa! Tudo em seu devido lugar, mixagem limpa e coerente, já me ganhou.

Os vocais me ganham bastante por terem agressividade. Não há nada muito delicado nesse disco, ao que tudo indica. A segunda faixa,The Hive, começa levemente mais cadenciada que a anterior, porém, sem perder o ataque que eu tanto curti. Sinto linhas melódicas cirurgicamente criadas e trabalhadas, detalhe que muito me agrada.

A percepção é de que a banda realmente trabalhou com afinco nas linhas, e não foi na base da tentativa e erro. Estou na terceira música, Obbey que entra com o som de uma lata abrindo, e tome soco na orelha! Esse som é um pouco mais rock, demonstrando a versatilidade da banda.

Seguimos com As Deep as a River que entra com voz e teclados, parece que será mais calminha, seria essa a balada do disco? De fato é um som mais cadenciado e bastante poderoso, mas não é leve. Eu usaria o adjetivo “contemplativa”.

Into Emotions tem a pegada das outras músicas do disco, mais agressiva novamente. Neste ponto consigo mencionar que o bom gosto para timbres está evidente no disco. As guitarras estão vivas e limpas e ao mesmo tempo pesadas e agressivas, assim como o baixo que em alguns momentos surge com mais efeitos e em outros mais limpo, porém sempre presente e pesado.

Passando do meio do álbum, For the Weak tem quase 20 segundos de som abafado de introdução que me assustaram, mas que logo eu entendi fazer parte da experiência e o riff seguinte vem rasgando o tímpano. A música é mais cheia de movimento e destaco os cortes de guitarra e voz feitos de forma sintética. Adoro isso e achei bem surpreendente pegar esses elementos mais característicos de estilos eletrônicos e “nu metal”.

Last Ride é um som bem envolvente, bateria conduzindo no ride, riff bem dramático e entrada da voz dinamizada para baixo, peso puro. Neste som já estou acostumado com a sonoridade da banda, já sei o que esperar do comportamento dos instrumentos e gosto muito do que ouço.

Quase no fim, As The Palaces Burn faixa mais curta do álbum e instrumental! Interessante analisar a estrutura da composição e os arranjos. É uma música bastante rica e é necessário ouví-la mais de uma vez para assimilar todo o detalhamento envolvido.

A última faixa do disco, Some Of Them Die é um compilado de diversas músicas que fizeram a essência musical da banda, organizadas em um mosaico auditivo bastante colorido e inesperado. Cada trecho homenageia uma banda diferente e consegue transparecer o gosto musical de todos os envolvidos.

O disco foi produzido por ninguém menos que Adair Daufembach, não deixando pontas soltas. De fato ficou incrível.

Com certeza o disco entrou para minha playlist. Está bem bruto e gostoso de ouvir. Altamente recomendado.

Tracklist:
1-Lord Underrated
2-The Hive

3-Obbey
4-As Deep as a River
5-Into Emotions
6-For the Weak
7-Last Ride
8-As The Palaces Burn
9-Some Of Them Die 

 

Tecladista desde cedo, produtor musical, atua exclusivamente na área musical com bandas, aulas e estúdio.