Início Destaque Resenha: Energia em Transferência – NOX (2021)

Resenha: Energia em Transferência – NOX (2021)

Para conhecer a NOX é necessário saber um pouco da sua cidade natal, Garopaba no litoral em Santa Catarina.

Garopaba é um dos pontos turísticos mais fascinantes do sul do Brasil, além disso, é lotado de histórias, folclores e pessoas humildes, como pescadores. Os membros da NOX, se ‘criaram’ no meio dessas histórias e por pessoas humildes e de boa índole, acostumado a andar descalço ou no máximo um chinelo havaiana, a diferença é que amam o Metal.

Os membros tiveram experiências em outros projetos, mas foi com o som autoral da NOX que todos definitivamente se encaixaram e encontraram sua singularidade musical, composições falando de histórias, tainha e pontos turísticos da cidade litorânea. E claro, as dificuldades de ter uma banda com som mais pesado em uma área como Garopaba.

Na sonoridade da NOX existe vários elementos, como músicas culturais açorianas típicas da sua terra natal e muitas histórias de pescadores. Suas composições são baseadas em rotinas da cidade onde falam de Tainha, da cidade Garopaba, contos e causos da cidade e tem essa facilidade de transparecer a cultura local com instrumental pesado do Metal.

Em suas influências, destaco duas bandas: Rage Against The Machine e Bad Religion, ambas as bandas são constantes na identificação instrumental do grupo, sendo a primeira influência citada ser a melhor identificada pelo estilo despojado e ácido do vocalista Cassius, que não mede palavras contra o ex-presidente e outras coisas que a banda acredita ser péssimo para a população.

Em um dos seus shows abaixo de chuva, Cassius fez o seguinte discurso: “Obrigado a todos que mesmo com chuva, estão aqui e curtindo uma banda de gente como a gente, essa é a verdadeira família brasileira e não aquela que vota e acredita em um cara que mata milhares de pessoas, enche a barriga de comida e regalias do governo e não se importa com a minoria“.

As gravações aconteceram na TG HomeStudio, onde já passaram bandas como Dark New FarmPeltstrok, com produção do autodidata Gustavo Schatsschneider. A capa do primeiro lançamento, foi desenhada pelo guitarrista Licinio, assim como seu merch de camisetas e logo, fortalecendo o verdadeiro Faça você mesmoou como os modistas falam DIY.

Músicas simples com uma pegada Rap Metal, bons grooves e bateria rítmica seguindo as guitarras. Um dos pilares da sonoridade da banda é o baixo que carrega um peso absurdo entre as músicas, sem falar nos backing vocals de Jonathas. Por ser um verdadeiro amante do Nu Metal, tive facilidade em ter uma mente aberta para ouvir todo o trabalho e confesso que gostei bastante.

O melhor do cenário é isso, uma miscelânea de influências e trabalhos dos mais derivados estilos na qual nos surpreende todos os dias. Bandas de cidades consideradas pequenas, tendem a trazer históricas como a NOX, o que de fato apenas enriquece a cultura local e agrega mais versatilidade ao Metal, que tem mais uma banda autoral interessante para acompanhar desfrutar de lançamentos futuros.

TRACKLIST
01) Babilônia
02) Tijolada Punk Rock
03) Banho de Mar
04) Carro de Boi
05) Nociva
06) Garopaba do Norte
07) Noite Linda

FORMAÇÃO
Cassius – vocal
Jonathas – baixo e segunda voz
Licinio – guitarra
Mario – bateria

* recentemente a banda anunciou a entrada do baterista Sid, ex-Eletromotriz

Gremista, catarinense, gamer, cervejeiro e admirador incessante do Rock/Metal. Tem como filosofia de vida, que o menos é mais. Visando sempre a qualidade invés da quantidade. Criou o site 'O SubSolo" em 2015 sem meras pretensões se tornando um grande incentivador da cena. Prestes a surtar com a crise da meia idade, tem a atelofobia como seu maior inimigo e faz com que escrever e respirar o Rock/Metal seja sua válvula de escape.