O Rock/Metal a tempos vem nos trazendo boas bandas que vem despejando ódio e protestando em suas músicas, e cá entre nós, não é para menos, vendo a situação em que vivemos é natural criticar em forma de arte o que vemos de errado, principalmente sobre hipocrisia e falsidade, que é o que vemos todos os dias, em todos os cantos.






Recebemos pela Roadie Metal o primeiro disco dos mineiros do BurnKill e além de afirmar que é um bom trabalho, podemos afirmar que Minas Gerais vem mostrando um cenário musical fortíssimo, com grandes nomes e com trabalhos monstruosos, como Uganga, Seu Juvenal, Project Black Pantera e entre outros que já resenhamos, como a resenhada da vez.


BurnKill já agrada de imediato, já pela linda capa apresentada. Ao pegar o CD em mãos outra surpresa, pois o miolo é muito bacana, com lindas artes que de cara lhe fazem ter uma vontade imensa de ouvir este trabalho, já adiantando que na hora de ouvir, teremos mais surpresas… boas, é claro.

As músicas são cantadas em Português, o que da ênfase ao proposto pela banda, vomitando verdades, doa a quem doer, que vista o chapéu a quem servir, sem recuar em nenhum instante. O Burnkill solta boas letras uma atrás da outra, sobre questões que incomodam em nosso cotidiano. Já pelos nomes das músicas temos um gostinho do que está para vir: “Corredor da Morte”, “Vivendo Uma Ilusão”, “Repressão” e “Chega de Mentiras”, são algumas das faixas.


Uma mescla de Thrash e Death Metal, influências nítidas de Claustrofobia, Project 46 e Slayer, é o que dita o ritmo do balanço da cabeça. Riffs presentes lembram a fase “Old School” dos gêneros acima citados, lembrando até a boa fase de Pantera, aonde tinham uma personalidade única de acordes não tão rápidos mas muito pesados e vocais fortes. Aos poucos o Burnkill vai mostrando suas características e aos poucos desenvolvendo uma roupagem ímpar, já que o diferencial da banda são suas letras, que retratam os problemas sociais vivenciados no dia a dia.






Cada segundo do desenvolvimento das músicas foram minimamente trabalhados a cada entrada de refrão e a cada estrofe, pois podemos perceber a evolução das músicas que nos trazem em frações de segundos, lhe dando a certeza de que um trabalho como o apresentado pelo Burnkill merece respeito pelo empenho dedicado, mesmo achando que o trabalho poderia ter sido melhor masterizado e mixado, com algumas falhas nesse quesito, mas que não tiram os méritos da banda.


Está certo que nos dias de hoje não contamos mais com a ditadura e músicas sobre este tema já não são mais censuradas, mas mesmo assim a banda para lançar um álbum falando sobre isso, tem que dar a cara a tapa e as vezes é até um tiro no pé, pois pode não ter o retorno esperado. Admiro acima de tudo a coragem do Burnkill em fazer músicas com esta temática, simplesmente é uma banda fantástica e com um futuro promissor.


TRACKLIST
01 – Corredor da Morte
02 – Vivendo Uma Ilusão
03 – Guerra e Destruição
04 – Repressão
05 – Cadáver do Brasil
06 – Tempestade de Horror
07 – Chega de Mentiras
08 – Sinfonia da Guerra

FORMAÇÃO
Antony Damien – vocal
Pablo Henrique – guitarra
Lucas Maia – guitarra
Jorge Luiz – baixo
Anderson Lima – bateria


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Gremista, catarinense, gamer, cervejeiro e admirador incessante do Rock/Metal. Tem como filosofia de vida, que o menos é mais. Visando sempre a qualidade invés da quantidade. Criou o site 'O SubSolo" em 2015 sem meras pretensões se tornando um grande incentivador da cena. Prestes a surtar com a crise da meia idade, tem a atelofobia como seu maior inimigo e faz com que escrever e respirar o Rock/Metal seja sua válvula de escape.