Já apresentamos o Higher aqui no O SubSolo, foi na coluna “Conheça” e quando apresentamos bandas, sempre ouvimos algumas músicas para se enquadrar ao estilo da banda na hora da postagem, mas ouvir um álbum completo é algo totalmente diferente e ouvindo mais vezes, você vai absorvendo a ideologia, além dos detalhes técnicos, energia e filosofia de composição, afinal, uma composição é a transparência da alma de um músico.




Os excelentes músicos Cezar Girardi e Gustavo Scaranelo se uniram há vários anos atrás para a realização de um projeto intitulado Second Heaven, a banda foi formada em 1995 e encerrada em 1997, não deixou registros, infelizmente. Ambos se separaram e resolveram estudar música, nesse tempo se consagraram em outros estilos como Jazz e a Música Instrumental, mas algo ainda pulsava em suas veias, era o Heavy Metal.

O diferencial da Higher é que ela foi formada única e exclusivamente pela paixão ao gênero, ou seja, o trabalho é livre, divertido e longe de qualquer pretensão comercial, algo que poderia vir a interferir no aspecto artístico, já que a banda presa pela originalidade, boa música e tem a sua própria identidade.

Sinceramente após ouvir diversas vezes o álbum auto-intitulado, ainda estou tentando absorver toda a qualidade musical demonstrada no mesmo, algo que alterna em canções líricas e Heavy Metal Clássico fortemente potente e encantador, tanto pelas suas qualidades, quanto por suas surpresas, é um disco repleto de energia, boa pegada e criatividade imensa.

É impressionante como o trabalho navega por diversas áreas do Heavy Metal, passando pelo Power e as vezes até pelo Thrash, opinião que muda e te deixa confuso, porém nunca insatisfeito, basta uma nova ouvida para sugar mais detalhes deste trabalho. A guitarra tem um trabalho mágico, unindo-se ao vocal forte, as vezes lírico, outrora rasgado, acompanhado de bons backing vocals que dão maior brilho ao trabalho, como por exemplo na faixa “Time to Change”, aonde a segunda voz lhe da uma percepção como se decaísse um pouco para o lado do Folk Metal, lembrando algo “Medieval”.

A banda não se prende a uma única vertente do Metal para compor e criar suas músicas, o álbum é um dos melhores que já ouvi, principalmente pela forma como é construído a cada segundo da música, cada detalhe é meramente trabalhado, algo que muitas bandas não focam, mas não é atoa que temos músicos profissionais neste projeto e um segundo fora do contexto seria um trabalho falho para estes artistas, que nos trouxeram uma obra de arte, álbum magnifico. 

A arte da capa chama a atenção, alguém sentado de pernas cruzadas em meio a uma lua cheia com efeitos de luzes por trás, como se estivesse meditando e o engraçado é que em certos momentos em que ouvia o álbum me sentia “meditando” sobre as músicas, olhando para um ponto vazio do quarto e pensando “Que música avassaladora” e a vontade é de cada vez, ouvir ainda mais, aliás, já foi para o pendrive do meu carro.

TRACKLIST
1- Lie
2- Illusion
3- Keep Me High
4- Climb The Hill
5- Like The Wind
6- Break The Wall
7- Time To Change
8- Make It Worth
9- The Sign

FORMAÇÃO
Cezar Girardi (vocal)
Gustavo Scaranelo (guitarra)
Felipe Martins (guitarra)
Will Costa (baixo)
Pedro Rezende (bateria)
Gremista, catarinense, gamer, cervejeiro e admirador incessante do Rock/Metal. Tem como filosofia de vida, que o menos é mais. Visando sempre a qualidade invés da quantidade. Criou o site 'O SubSolo" em 2015 sem meras pretensões se tornando um grande incentivador da cena. Prestes a surtar com a crise da meia idade, tem a atelofobia como seu maior inimigo e faz com que escrever e respirar o Rock/Metal seja sua válvula de escape.