Huaska, a banda mais “única” que existe no Brasil atualmente. Se você ouvir qualquer trabalho desta banda paulista, verá o porquê disso. Dificilmente deve existir uma banda parecida ou que simplesmente que “lembra” Huaska.
O Huaska foi formada no final de 2002. A proposta inicial da banda era fazer metal alternativo cantado em português. Seu primeiro trabalho foi em 2003, um EP que chamava bastante atenção na cena de underground do new metal da época, chamado “Mimosa Hostilis“. Mas só em 2006, foi lançado seu primeiro CD, ‘E Chá de Erva Doce‘, que o Huaska mostrou uma diferença entre eles e qualquer outra banda de rock que existia no Brasil. Em 2009 a banda lançou seu segundo trabalho intitulado “Bossa Nenhuma” e depois veio o álbum “Samba de Preto“, que colocou a banda em outro patamar na música brasileira.
No 1º de Abril deste ano, foi lançado o quinto CD intitulado “Fim“. O álbum é completamente diferente de seus antigos trabalhos. Não que seja melhor nem pior, apenas diferente. O álbum todo percorre em uma sintonia perfeita que você não vai conseguir parar de ouvir.
Sabe aquele disco em que você não troca nenhuma faixa e o escuta até o fim? Saiba que este novo álbum do Huaska é mais um deles. O CD todo prende você faixa-a-faixa e você não consegue deixar de ouvir. Quem é fã de “Samba de Preto” pode achar estranho que “Fim” não siga a mesma sinfonia do álbum mais bem sucedido da banda.
As principais diferenças em “Fim” em relação aos antigos álbuns, é a diminuição da Bossa Nova, do Samba e um aumento nas guitarras, que deixou o álbum muito mais sombrio junto com a impecável masterização em que já vimos em outros trabalhos.
PODE (1ª FAIXA)
O álbum começa com “Pode”, onde já podemos ver o som do novo CD. Particularmente falando, o baixo é a sensação desta faixa e não podemos deixar de falar da ótima colocação vocal em que Rafael Moromizato impõe, não só nessa música mas em todo o álbum. O forte das músicas de Huaska, no vocal, com certeza – além das letras sentimentais de saudade, de introspecção e amor – são os refrões. Fortes refrões são vistos na seguintes faixas como “De Repente”, que te prende na letra e na forma em que é cantada. Em minha opnião, essa é a música que mais fará sucesso deste novo álbum.
DE REPENTE (2ª FAIXA)
A faixa “Euvocê” – além de ter uma melódia gostosa – junto com a seguinte “Kuyashii” a voz de Rafael é o que se sobressai. Huaska conseguiu deixar uma perfeita simetria entre o vocal e a melodia. “Reconhecer” conta com um refrão forte e um perfeito uso de guitarra que dá gosto ao ouvir. A sexta faixa do álbum é o cover de Vinicius de Moraes “Canto de Ossanha“. Não existe tal palavra em que podemos definir Huaska em seus covers. Antes veio Chega de Saudade de Vinicius e Tom Jobim, Tristeza de Haroldo Lobo e Trem das Onze de Adoniran Barbosa. Além muito bem colocado na última faixa, ela é pesada, muito bem cantada e com certeza agradará todos os ouvidos e gostos.
CANTO DE OSSANHA (6ª FAIXA)
Se alguém quiser ouvir alguma faixa que lembre os antigos trabalhos de Huaska – por mais que seja díficil definir-, a música “Incompleto” é perfeita.
INCOMPLETO (7ª FAIXA)
“Cal” é, sem comparação, a mais sombria deste novo álbum. A faixa varia de influências que só aumentou a capacidade do Huaska de “fazer o que quiser” em uma música. Em minha opnião, a música “Em Volta” é a melhor do novo CD. Mesmo o vocal sendo excelente, o que se destaca nesta faixa é a bateria. Não que seja pesada, e realmente é, a bateria complementa o refrão, o deixando mais gostoso de se ouvir. É realmente a faixa perfeita em todos os sentidos. Antes mesmo de ouvir o resto do álbum, você irá querer ouvir essa faixa mais de uma vez.
EM VOLTA(9ª FAIXA)
A última faixa leva o nome do álbum, “FIM“, onde tem um equilibrio entre uma melodia leve, calma – e com uma letra excepcional – e também conta um refrão pesado. Com certeza, a faixa correta para encerrar esse trabalho excepcional. Esperamos que não seja o “FIM” desta banda tão “única“.
TRACKLIST
01 – Pode
02 – De Repente
03 – Euvocê
04 – Kuyashii
05 – Reconhecer
06 – Canto de Ossanha
07 – Incompleto
08 – Cal
09 – Em Volta
10 – Fim
FORMAÇÃO
Rafael Moromizato – voz
Alessandro Manso – guitarra Carlos Millhomem – guitarra