E há quem diz que o Metal esta morrendo, que pena. Acho que o que morreu é a falta de vontade de procurar novas sonoridades, só neste pacotão que recebemos do Som do Darma (Obrigado Susi e Eliton) temos excelentes artistas executando diversas vertentes do Heavy Metal, sendo a de hoje, um pouco mais puxado para o Power Metal, porém os músicos denominam seu som como simplesmente Heavy Metal.

Estamos falando do Primator, que batendo na porta de uma década de existência é considerada com uma das maiores descobertas do Metal Nacional. Após se considerarem prontos, começaram a produção do seu primeiro álbum autoral, o que viria a ser o álbum de estreia da roupagem do Primator. Então nasce Involution, com dez faixas contendo um total de quarenta e oito minutos.



Ao ler o release da banda, me deparo com a seguinte frase citada pelo frontman, Rodrigo Sinopoli.

Fazemos uma releitura do que melhor foi feito antes de nós em termos de música pesada, mas com autenticidade”, declara o vocalista Rodrigo Sinopoli. “Nosso foco é criar um conceito musical diferente, em sintonia com a individualidade de cada componente. Com o passar do tempo, nos tornamos versáteis para implementar alguns elementos contemporâneos e deixamos de lado tudo o que, a nosso ver, estava sobrando”.

Ao ler mais a fundo a história do álbum, as faixas “Deadland” e “Playing for Nothing” são músicas criadas a mais de cinco anos atrás e refeitas para este álbum, já outras faixas foram criadas e finalizadas já dentro do estúdio, como é o caso de “Caroline” e “Face The Death”, o álbum é muito rico de criatividade e o bacana é que seguiu uma mesma linha de composição do começo ao fim.

Para mim, é um Power Metal regado de energia como o estilo exige, a voz de Rodrigo Sinopoli é muito boa de ouvir, chega a acalmar e dar a oportunidade de viajar entre os acordes, claramente da para se notar uma influência de Iron Maiden, tanto nos vocais quanto nas partes instrumentais. Mas confesso que teria curiosidade de ver alguns fraseados com o vocal mais grave, foi o que eu senti que certas partes das músicas pedia, claro que o álbum não é agudo do começo ao fim, até mesmo que essa deve ser a característica do próprio músico, lembrando que é uma curiosidade minha, não uma critica. 



As guitarras são muito bem divididas, a base consegue segurar uma pressão e dar continuidade no peso do Metal enquanto a outra esta em seus solos constantes, um exemplo é a faixa “Erase The Rainbow”, que começa harmonicamente com as guitarras, aumentando o nível aos poucos até surgir um Heavy Metal seco e puro, aonde o baixo e a bateria seguram uma base firme, bem elaboradas e muitíssimo bem encaixados. 

Cada faixa é uma surpresa boa, quando você acha que vai aumentar a intensidade, vem uma calmaria e vice-versa. Outra coisa que acho importante é como o final da música se desenvolverá e surgirá, algo que a banda deve ter pensando, pois todas as faixas tem um final brilhante, que assim como a introdução, é também um fator importante para um final digno de aplausos. 

Primator é a banda que lança o seu primeiro álbum e faz quem ouve criar uma curiosidade sobre um próximo álbum. São excelentes músicos com um bom trabalho em mãos. O vocal tem muita força e os instrumentos são todos perceptíveis a cada instante, os solos de guitarras foram muito bem criados, assim como as bases de guitarra, grooves de baixo e as linhas da bateria, cada uma em seu devido lugar com ênfase naquilo que cada um faz, é um álbum explosivo, esborda sonoridade madura e a cada segundo é impressionante, agora com licença, vou ouvir mais um pouquinho.

TRACKLIST
1- Primator
2- Deadland
3- Flames of Hades
4- Caroline
5- Black Tormentor
6- Let Me Live Again
7- Face The Death
8- Erase The Rainbow
9- Praying for Nothing
10- Involution

FORMAÇÃO
Rodrigo Sinopoli – vocal
Márcio Dassié – guitarra
Diego Lima – guitarra
André dos Anjos – baixo
Lucas Assunção – bateria

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Gremista, catarinense, gamer, cervejeiro e admirador incessante do Rock/Metal. Tem como filosofia de vida, que o menos é mais. Visando sempre a qualidade invés da quantidade. Criou o site 'O SubSolo" em 2015 sem meras pretensões se tornando um grande incentivador da cena. Prestes a surtar com a crise da meia idade, tem a atelofobia como seu maior inimigo e faz com que escrever e respirar o Rock/Metal seja sua válvula de escape.