E acabo de dar play no disco Jailbreak, da banda Nervosa. Seguem impressões:

A capa do disco remete a algo oitentista, fundo noturno em chamas, uma pessoa com correntes nos pulsos arrancando a pele do rosto como se fosse uma máscara e um crânio cinza aparecendo no lugar da face.

Não sei se espero algo 80’s, veremos…

A Nervosa é atualmente formada por Prika Amaral na voz e guitarra, Helena Kotina na outra guitarra, Hel Pyre no baixo e Gabriela Abud na bateria.

Logo na primeira das 13 faixas,Endless Ambition, já se vê que a capa não demonstra a real intenção do disco. Temos um peso considerável e uma vontade de bater no amiguinho que vem crescente para qualquer um que goste de som pesado.

Suffocare tem uma pegada de continuação da primeira faixa, é bem linear em relação a faixa um e isso foi interessante no processo de conhecer o álbum.

Seguindo com Ungrateful. Aqui a velocidade dá uma aumentada, o som é mais contínuo e deixa claro que a voz está ganhando um espaço muito bacana em relação aos outros instrumentos. Gostei muito da clareza versus agressividade. É algo difícil de se alcançar.

Seed of Death começa mais leve, mas ao longo do primeiro minuto pesa bastante e entra no eixo da banda. É espetacular como a identidade sonora do grupo está presente.

A Faixa título começa com um riff mais “parecido” com a capa, gostei muito dessa experiência. Até o refrão com o repetido “Jailbreak” remeteu mais à proposta.

Sacrifice inicia de forma leve também, um riff menos agressivo por conta da bpm mais lenta, um respiro de brutalidade no meio do disco.

Behind the Wall, já começa com o título sendo gritado e um riff que dá vontade de bater a cabeça na quina da mesa! Assim que a gente gosta! O disco todo até agora teve uma característica bastante linear e eu gostei muito de sentir essa coerência entre as composições.

Kill or Die tem guitarras brincando com a lateralidade do fone de ouvido no início, eu adoro esses detalhes que mexem com a percepção do ouvinte.

As próximas duas faixas tem participações especiais. When the Truth is a Lie conta com meu ídolo Gary Holt (Exodus/Slayer)… o negócio é um absurdo… três minutos de agressão maravilhosa.

Depois temos a presença de Lena Scissorhands (Infected Rain / Death Dealer Union). A faixa se chama Superstition Failed e é outra aula de pancadaria. Eu adoro participações especiais, sempre tem um tempero diferente nas músicas.

Encaminhando para o fim do disco, Gates to the Fall, um slow, pegada mais contemplativa, riff lento e pesado.

Elements of Sin tem um riff que poderia facilmente ser tocado em uma cítara indiana ou algo que o valha, depois um ruído na introdução e paulada seguida de paulada!

Para fechar, Nail the Coffin que é exatamente meu estilão…Speed com agressividade! O som te abraça como se não quisesse mais soltar.

O disco como um todo é super linear e coerente. Demonstra uma banda muito bem entrosada e conectada.

São faixas curtas com no máximo quatro minutos e pouco, nada que te faça cansar antes de acabar. Altamente recomendável!

Tracklist
1-Endless Ambition
2-Suffocare
3-Ungrateful
4-Seed of Death
5-Jailbreak
6-Sacrifice
7-Behind the Wall
8-Kill or Die 
9-When the Truth is a Lie
10-Superstition Failed
11-Gates to the Fall
12-Elements of Sin
13-Nail the Coffin

Tecladista desde cedo, produtor musical, atua exclusivamente na área musical com bandas, aulas e estúdio.