Para fazer a minha primeira resenha, escolhi um álbum que me chamou bastante a atenção já faz um tempo. Ele se chama “On Fire”, da banda sueca “Spiritual Beggars”. Quando fui apresentado à essa banda por um amigo, logo reparei o álbum, apesar de que a primeira musica que recebi para ouvir não esteja em sua setlist. Me puxou a atenção primeiramente pela capa do álbum, predominantemente azul, o que se destacava das outras capas que usam cores menos chamativas.






Esse álbum tem uma pegada bastante diferente dos primeiros da banda. É nítido e marcante a presença da influencia do hard rock dos anos 70, principalmente em “Fools Gold” onde podemos ouvir uma bateria que lembra muito o estilo do lendário John Bonham (Ex-baterista do Led Zeppelin). Outra coisa que chama muita atenção nesse álbum é a forma como os riffs dos instrumentos de cordas e também do órgão se sincronizam perfeitamente com a bateria, deixando as partes pesadas limpinhas, sem aqueles chuviscos e bolos instrumentais que ouvimos em muitas músicas por ai.


O bacana é que consegue-se ouvir cada instrumento com grande clareza e definição, outra influencia dessa sincronia, é que quando os drives (tem drive em tudo, tem drive pra tudo quanto é lado) são desligados ou reduzidos, as músicas continuam com peso, assim como também continuam nos solos de guitarra, onde geralmente ficam apenas baixo, bateria e órgão segurando a base. (ok, em algumas músicas tem uma guia de guitarra base nos solos, o que não é usado ao vivo (os indico a dar uma olhada também no DVD “Live at Underground” onde podemos perceber alem desses detalhes que mencionei, também dar uma atenção na maneira como eles interligam uma música à outra, sem deixar espaços, e também com alguns solos individuais.)

Se tem algum diferencial nessa banda é a presença do órgão na banda. Não é todo dia que se encontra uma banda de metalstoner com órgão em suas composições, não é mesmo? “Será que isso não fica estranho?” Quem nunca sentiu falta daquele agudinho, da parte harmoniosa nesse tipo de música? É justamente nesse ponto que entra o órgão, o nosso amigo Per Wiberg soube preencher perfeitamente essas lacunas, e quando a música precisa de peso, ele usa as regiões graves do teclado usando power chords com baixo em quinta, o que dá ainda mais peso e preenche certas frequências que a guitarra e o baixo não conseguem chegar, tudo isso sem perder definição , claro, com exceção para “Black Feathers”, nessa música, acredito eu, que o órgão estava com drive além da conta, criando um chiado um pouco irritante ao longo da música. Se isso foi proposital, eu não sei, mas, não agradou aos meus ouvidos. Ouçam e dêem suas opiniões.






Tocando nesse assunto de peso, pude perceber uma técnica que achei bem interessante, principalmente usada na música “Young Man, Old Soul”. Falando agora com os guitarristas, quem nunca, na hora daquele power chord fez uma pestaninha na quinta e na sexta corda pra colocar uma quinta mais grave no acorde pra deixar ele com mais peso? Agora imagine se o baixo fizesse isso, tocasse todo o riff usando uma quinta mais grave com relação à guitarra. Dobraria o peso, não é mesmo? Deem uma olhada nessa música e reparem no que estou falando. 


Bom, de modo geral, esse CD mescla Stoner Metal com Hard Rock, um ponto negativo ao meu ponto de vista é que as músicas não tem um fim, elas vão diminuindo o volume gradativamente. Isso pode abrir um leque para improvisos ao vivo? Pode, mas, acredito que músicas com final definido também pode se abrir uma parte para algo diferente, algo inesperado, de qualquer forma, acho o final da música uma parte muito importante e que não se deve faltar. Fora isso, se eu recomendo esse álbum? EU TO OUVINDO ESSA PORRA SEM PARAR FAZEM DOIS MESES! Não recomendo somente este, mas também todos os outros álbuns da banda, com destaque para “Ad Astra” e “Return to Zero”.

TRACKLIST

01 -Street Fighting Saviours
02- Young Man, Old Soul
03- Killing Time
04- Fools Gold
05- Black Feathers
06- Beneath The Skin
07- Fejee Mermaid
08- Dance Of The Dragon King
09- Tall Tales
10- The Lunatic Fringe

11- Look Back 

FORMAÇÃO

Janne “JB” Christoffersson – vocal
Michael Amott – guitarra elétrica e acústica
Per Wiberg – teclado, piano e orgãos
Roger Nilsson – baixo
Ludwig Witt – percussão e bateria