Eu acredito que a facilidade de se estabilizar como um trio é algo que vai além da sonoridade de uma banda. Claro, é mais fácil até conduzir com “menos cabeças” e as influências podem ter um mesmo foco e não tem tanta divergência como uma banda com mais integrantes, porém é algo que tem que fluir naturalmente, em certos casos é até mais difícil manter uma sonoridade pesada, pelo fato de ter menos instrumentos.
Casos como os lendários Rush, que é um trio super bem cadenciado, pesado e harmônico, dividindo-se entre esses dois rótulos nas horas certas e com medidas certas, ou Motörhead, que abusava de peso e não tinha a menor vergonha de trazer um som distorcido que foi ficando cada vez mais sujo com o tempo –e isso não é nada mal, são inspirações para qualquer trio musical que queira entrar para o meio do Rock. Aliás, ver o vocalista assumir um dos instrumentos é bacana para quem está na platéia, que por vezes pode julgar fácil a missão de tocar e cantar simultaneamente, mas ter a coordenação motora de conduzir bem o instrumento e não descomprometer a voz é algo digno de congratulações, pois exige muita técnica e bastante prática de coordenação motora.
Hoje vamos resenhar o álbum da banda mineira Project Black Pantera, esta mesma me surpreendendo a algum tempo atrás pois foi selecionada a tocar fora do país, mais precisamente na França. Como citava a cima, certos trios precisam de certo tempo para adquirir uma sonoridade pesada, já o Project Black Pantera parece soar como algo que vem de berço, explorando os vocais furiosos e riffs diferenciados e pesados, não parece ser trabalho algum para o trio mineiro.
A banda se auto denomina com o intuito de demonstrar um som “Crossover”, porém é de se sentir alguns passeios por outros gêneros do metal, como o Thrash Metal e o Groove Metal, gêneros constantes em boa parte das faixas do álbum, sem perder o ‘brilho’ do proposto pela banda. O Crossover está presente juntamente em uma mescla destes gêneros, afinal, também é de se sentir que a mistura de influências nada incomoda a banda, pelo contrário, é uma união do que gostam e adicionando nas suas criações vão aos poucos demonstrando a roupagem da banda.
O bacana da banda é que todos os instrumentos crescem, cadenciam e harmonizam na hora certa, dando assim mais brilho a quem tem um ouvido mais técnico e apurado. Resumindo, para quem busca resenhar todos os detalhes e perceber isto é mágico, basicamente mantem uma base firme e forte na hora que devem manter um feeling em sua música e sobem os tons na hora que necessita de um “peso”, geralmente em anti-refrões e refrões.
A única coisa que notei que a banda pecou foi no encarte, alguns erros de português muito perceptíveis, palavras erradas e nas letras dos encartes erros de concordância. Talvez uma revisão mais aprofundada antes do lançamento do mesmo seria o ideal, mas são coisas que acontecem, nada que afetem o bom álbum que tem em mãos.
A única coisa que notei que a banda pecou foi no encarte, alguns erros de português muito perceptíveis, palavras erradas e nas letras dos encartes erros de concordância. Talvez uma revisão mais aprofundada antes do lançamento do mesmo seria o ideal, mas são coisas que acontecem, nada que afetem o bom álbum que tem em mãos.
TRACKLIST
01 – Boto Pra Fuder
02 – Ratatatá
03 – Godzilla
04 – Eu Sei
05 – Rede Social
06 – Abre A Roda e Senta O Pé
07 – Execução Na Av. 38
08 – Manifestação
09 – Ressurreição
10 – Escravos
11 – Manifestation*
12 – Execução Na Av. 38 (J. Cole)*
FORMAÇÃO
Charles Gama (vocal e guitarra)
Chaene da Gama (contrabaixo)