Eis que chega em minhas mãos o disco do Rise Behavior, banda de Santa Catarina formada por Ranieri Bertoldi nos vocais, Alessandro Kotlinsky na guitarra, Juliano Scharf no teclado, Eduardo Alves no baixo e Robson Pontes na bateria. A banda conta com membros da antiga banda Before Eden e agora apresenta A Path to Obliteration sob a nova alcunha. Estou curioso.

A capa mostra uma cena Dantesca com um crânio em destaque em meio a almas condenadas, ruínas e fogo. Ouso esperar um som na mesma pegada de destruição e desespero da capa!

Sem mais delongas, o play começa com The End Has Begun e, como eu gosto, o peso vem sem intro e sem frescura. Sinto um teclado vivo que me agrada demais. A voz é um pouco velada, pra baixo, poderia vir mais pra frente.

Raging Seas já começa com um riff matador e na sequencia a banda entra junto deixando tudo muito abrangente. A pegada do disco é compatível com as melhores bandas do estilo, eu adoro quando bandas brasileiras tem essa qualidade competitiva com os gringos. Tem um gosto de cala boca infinito… Fico feliz demais!

Seguimos com Ruins of the Soul e encontramos uma entrada menos densa, com timbres limpos e tudo indica que será um som mais cadenciado. No primeiro minuto já temos mais peso, menos velocidade porém a mesma intensidade. A voz surgiu um pouco mais no disco, comecei a notar mais as nuances e as linhas melódicas.

Machinery of Chaos mostra outro riff muito impactante com um peso bem bacana. Tem um blasting beat agradabilíssimo e o destaque vai para o meu colega de profissão tecladista. Mandou bem demais nas linhas. Vale ressaltar que num estilo mais pesado e denso, o teclado é muito perigoso… Ou ele carrega o arranjo para algo feliz que destoa completamente do propósito ou não só contribui mais destaca o peso. Em outras palavras, ou destrói ou deixa perfeito!

A quinta faixa The Collapse um interlúdio instrumental intenso e empolgante. Um crescendo que poderia até ter sido maior, tem apenas um minuto e meio mas passa a mensagem.

Prince of Mankind tem destaque para as linhas de bateria acompanhando o instrumental, frases de bumbo e levadas que complementam e às vezes também tomam as rédeas da situação. Balanço muito perfeito entre os instrumentistas, temas de guitarra e teclado bem alinhados como grandes bandas fazem. Sem briga por destaque e cada um cumprindo seu papel.

Caminhando para o fim do disco, com Eternal Sleep uma música mais lenta que as outras, bem pesada e eu ainda não consegui definir uma favorita, realmente estou gostando de tudo até agora e não consegui deixar uma em especial na posição de topo…

Quando Before the Storm começa, a densidade da música anterior se transforma em peso e velocidade novamente. Eu gostei demais do dueto entre as vozes, surge uma voz limpa que contracena e abrilhanta a faixa.

Penúltima faixa The Extinction devolve ao teclado o poder de controlar a banda toda. A música é mais lenta, fazendo com que a tracklist do disco seja bem temperada entre andamentos variados.

O disco fecha com Wreckage Serenity, um posfácio contemplativo construído para deixar o ouvinte com vontade de ouvir tudo novamente.

Sobre as composições o veredicto é que eu tenho uma nova banda nacional favorita. Um exemplo de fazer com que cada instrumento conte sua história sem precisar brigar por espaço.

O estilo me agrada demais e flerta com bandas como Arch Enemy, Symphony X, Amon Amarth, Children of Bodom e outras tão grandes quanto. Não digo que é realmente igual a alguma das citadas, de forma alguma, mas os elementos de referência e inspiração existem e eu digo que quando se define um estilo, fica difícil fugir disso. Zero comparação ou algo que o valha.

Tracklist: 
1- The End Has Begun
2- Raging Seas
3- Ruins of the Soul
4- Machinery of Chaos
5- The Collapse
6- Prince of Mankind
7- Eternal Sleep
8- Before the Storm
9- The Extinction
10- Wreckage Serenity

Tecladista desde cedo, produtor musical, atua exclusivamente na área musical com bandas, aulas e estúdio.